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07/11/2000
-
03h53
da Folha de S.Paulo
A líder indígena e ativista dos direitos humanos guatemalteca Rigoberta Menchú Tum, 41, ganhou o Prêmio Nobel da Paz em 1992 por seu trabalho em defesa dos povos indígenas de seu país.
Menchú se tornou ativista dos direitos humanos e por reformas sociais já em sua adolescência.
A ativista esteve no Brasil em 94 para participar de debates com lideranças indígenas, sindicais e religiosas.
Na época, participou também de uma manifestação de trabalhadores rurais em Santa Catarina, ao lado do líder petista Luiz Inácio Lula da Silva.
Leia a seguir o comunicado de Menchú à imprensa.
A premiada com o Nobel da Paz Rigoberta Menchú Tum e a fundação que preside denunciam com indignação à comunidade internacional os atos antidemocráticos em que o governo brasileiro tem incorrido com o objetivo de acabar com as organizações que têm como bandeira a justa luta campesina pelo acesso à terra, condenando à miséria milhares de famílias de camponeses ao negar-lhes virtualmente acesso a crédito.
Um dos sinais evidentes desta atitude inaceitável do governo de Fernando Henrique Cardoso é o ataque direto aos membros do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra). Só neste ano, dez integrantes da organização foram assassinados e foram movidos processos criminais contra 180 líderes do movimento, em uma nova manifestação de perseguição política.
A premiada com o Nobel e a fundação condenam também as ações governamentais que restringem o crédito aos pequenos agricultores e condenam à miséria 250 mil famílias de trabalhadores, ou seja, mais de 1 milhão de pessoas.
É inaceitável que governos como o de Henrique Cardoso insistam em
instaurar em seus países modelos antidemocráticos, em prejuízo de milhões de seres humanos e contrários aos esforços para alcançar uma cultura de paz, em que a igualdade e o exercício democrático possibilitem verdadeiras oportunidades de desenvolvimento a todos os seres humanos.
Denunciamos e condenamos as políticas do governo brasileiro e instamos o presidente Cardoso a corrigir o rumo de sua atuação pública, para que as ações de seu governo não continuem aumentando a fome e a miséria no Brasil nem negando oportunidades de desenvolvimento aos despossuídos.
Assim, expressamos nossa solidariedade ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, vítima de uma clara e evidente perseguição política por parte do governo brasileiro.
Guatemala, novembro de 2000.
Rigoberta Menchú recebeu Nobel da Paz
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A líder indígena e ativista dos direitos humanos guatemalteca Rigoberta Menchú Tum, 41, ganhou o Prêmio Nobel da Paz em 1992 por seu trabalho em defesa dos povos indígenas de seu país.
Menchú se tornou ativista dos direitos humanos e por reformas sociais já em sua adolescência.
A ativista esteve no Brasil em 94 para participar de debates com lideranças indígenas, sindicais e religiosas.
Na época, participou também de uma manifestação de trabalhadores rurais em Santa Catarina, ao lado do líder petista Luiz Inácio Lula da Silva.
Leia a seguir o comunicado de Menchú à imprensa.
A premiada com o Nobel da Paz Rigoberta Menchú Tum e a fundação que preside denunciam com indignação à comunidade internacional os atos antidemocráticos em que o governo brasileiro tem incorrido com o objetivo de acabar com as organizações que têm como bandeira a justa luta campesina pelo acesso à terra, condenando à miséria milhares de famílias de camponeses ao negar-lhes virtualmente acesso a crédito.
Um dos sinais evidentes desta atitude inaceitável do governo de Fernando Henrique Cardoso é o ataque direto aos membros do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra). Só neste ano, dez integrantes da organização foram assassinados e foram movidos processos criminais contra 180 líderes do movimento, em uma nova manifestação de perseguição política.
A premiada com o Nobel e a fundação condenam também as ações governamentais que restringem o crédito aos pequenos agricultores e condenam à miséria 250 mil famílias de trabalhadores, ou seja, mais de 1 milhão de pessoas.
É inaceitável que governos como o de Henrique Cardoso insistam em
instaurar em seus países modelos antidemocráticos, em prejuízo de milhões de seres humanos e contrários aos esforços para alcançar uma cultura de paz, em que a igualdade e o exercício democrático possibilitem verdadeiras oportunidades de desenvolvimento a todos os seres humanos.
Denunciamos e condenamos as políticas do governo brasileiro e instamos o presidente Cardoso a corrigir o rumo de sua atuação pública, para que as ações de seu governo não continuem aumentando a fome e a miséria no Brasil nem negando oportunidades de desenvolvimento aos despossuídos.
Assim, expressamos nossa solidariedade ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, vítima de uma clara e evidente perseguição política por parte do governo brasileiro.
Guatemala, novembro de 2000.
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