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28/11/2000 - 03h36

Xavantes voltam a reserva em MT

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CELSO BEJARANO JR., da Agência Folha, em Campo Grande

Cerca de 750 índios xavantes retomam, a partir de amanhã, a reserva Suiá-Missú, de onde foram expulsos em 1966.

A área, de 165 mil hectares, é ocupada atualmente por 5.000 posseiros e se estende pelos municípios de São Félix do Araguaia e Alto da Boa Vista, a cerca de 1.100 quilômetros de Cuiabá (MT).

O retorno foi garantido pela Justiça Federal. Pela decisão, os posseiros ficam na área temporariamente, até que o Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) faça vistoria no local.

A reocupação será garantida por policiais federais e servidores da Funai (Fundação Nacional do Índio). A retomada deve demorar até cinco meses, por causa do período de chuvas na região. Dez índios vão para o local, para começar a preparar a demarcação.

Nos últimos 34 anos, os xavantes, que na época da expulsão eram cerca de 300, já viveram em pelo menos cinco aldeias diferentes, mas não se adaptaram.

"Há muitas histórias nas quais os índios, ainda que da mesma etnia, se enfrentaram e se mataram por diferenças culturais. Além disso, logo que foram expulsos, foram acometidos por um surto de sarampo. Muitos morreram", disse o indigenista Luiz Carlos Cavalcanti de Albuquerque, que há 25 anos trabalha com os xavantes e acompanhará a volta.

"A região reconquistada foi considerada na década de 80 como a maior fazenda do mundo, com 650 mil hectares que estavam sendo explorados por uma empresa agropecuária", disse.

A batalha judicial movida pelos xavantes por suas terras começou no Rio, durante a Eco-92.

Na época, a dona da propriedade, a multinacional Liquifarma, resolveu ceder a área aos índios. Mas, "orientados por políticos", segundo o indigenista, milhares de posseiros invadiram a reserva.

Albuquerque declarou que os xavantes da reserva Suiá-Missú foram os últimos da etnia a ter contato com os brancos.
 

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