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14/12/2000
-
04h13
DANIELA NAHASS, da Folha de S.Paulo
O presidente Fernando Henrique Cardoso fez ontem nova referência à sua ascendência negra. "Basta olhar para mim para ver que branco no Brasil é um conceito relativo", disse no discurso em homenagem ao presidente da África do Sul, Thabo Mbeki.
"O Brasil gosta de ser misturado, a despeito de tudo", disse, falando das desigualdades sociais causadas pela discriminação. A platéia tinha membros do movimento negro, como a vice-governadora do Rio, Benedita da Silva (PT), e o ator Milton Gonçalves.
Foi a segunda vez em que FHC falou sobre a sua pretensa origem negra. A primeira foi na campanha presidencial de 1994. O então candidato afirmou que era "mulatinho" e "tinha o pé na cozinha".
FHC respondia a um comentário do então candidato do PMDB à Presidência, Orestes Quércia. Ele disse que FHC era "o candidato das mãos limpas".
FHC respondeu: "Um candidato disse que eu tinha as mãos brancas. Eu não. Minhas mãos são mulatinhas. Eu sempre disse isso, sempre brinquei comigo mesmo. Tenho um pé na cozinha. Eu não tenho preconceito." FHC chegou a negar ter dito a frase.
O "movimento nacional contra o apartheid na política" pediu retratação pública, classificou a postura como "racista e antidemocrática" e disse que FHC cometeu "injúrias e discriminações contra os negros brasileiros".
Ontem, o presidente disse que "o Estado brasileiro ainda tem muito a fazer para assegurar que a maioria da população negra tenha acesso pleno aos benefícios do processo de democratização dos direitos e garantias sociais".
Segundo FHC, estudos mostram que as desigualdades têm fundamento racial. "Reparar o mal causado por séculos de opressão, preconceito e discriminação é uma obrigação do Estado".
Bolsa de pesquisa
Anteontem, na entrega do XVI Prêmio Jovem Cientista, FHC disse que vai pesquisar sobre a mulher no Brasil após seu mandato.
"Prometo que vou fazer essa pesquisa mais tarde, quando eu terminar o governo, se ganhar, se conseguir arranjar uma bolsa aqui, da Fundação Gerdau, da Fundação Roberto Marinho, para a minha sobrevivência."
O objetivo da pesquisa seria descobrir a causa da crescente presença feminina em vários setores da sociedade brasileira.
"Enquanto não fizer essa pesquisa, não posso dizer qual é a causa, efetivamente, de termos visto as mulheres com um desempenho tão positivo, tão espetacular no Brasil. Apenas palpites."
FHC se define novamente como mestiço
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O presidente Fernando Henrique Cardoso fez ontem nova referência à sua ascendência negra. "Basta olhar para mim para ver que branco no Brasil é um conceito relativo", disse no discurso em homenagem ao presidente da África do Sul, Thabo Mbeki.
"O Brasil gosta de ser misturado, a despeito de tudo", disse, falando das desigualdades sociais causadas pela discriminação. A platéia tinha membros do movimento negro, como a vice-governadora do Rio, Benedita da Silva (PT), e o ator Milton Gonçalves.
Foi a segunda vez em que FHC falou sobre a sua pretensa origem negra. A primeira foi na campanha presidencial de 1994. O então candidato afirmou que era "mulatinho" e "tinha o pé na cozinha".
FHC respondia a um comentário do então candidato do PMDB à Presidência, Orestes Quércia. Ele disse que FHC era "o candidato das mãos limpas".
FHC respondeu: "Um candidato disse que eu tinha as mãos brancas. Eu não. Minhas mãos são mulatinhas. Eu sempre disse isso, sempre brinquei comigo mesmo. Tenho um pé na cozinha. Eu não tenho preconceito." FHC chegou a negar ter dito a frase.
O "movimento nacional contra o apartheid na política" pediu retratação pública, classificou a postura como "racista e antidemocrática" e disse que FHC cometeu "injúrias e discriminações contra os negros brasileiros".
Ontem, o presidente disse que "o Estado brasileiro ainda tem muito a fazer para assegurar que a maioria da população negra tenha acesso pleno aos benefícios do processo de democratização dos direitos e garantias sociais".
Segundo FHC, estudos mostram que as desigualdades têm fundamento racial. "Reparar o mal causado por séculos de opressão, preconceito e discriminação é uma obrigação do Estado".
Bolsa de pesquisa
Anteontem, na entrega do XVI Prêmio Jovem Cientista, FHC disse que vai pesquisar sobre a mulher no Brasil após seu mandato.
"Prometo que vou fazer essa pesquisa mais tarde, quando eu terminar o governo, se ganhar, se conseguir arranjar uma bolsa aqui, da Fundação Gerdau, da Fundação Roberto Marinho, para a minha sobrevivência."
O objetivo da pesquisa seria descobrir a causa da crescente presença feminina em vários setores da sociedade brasileira.
"Enquanto não fizer essa pesquisa, não posso dizer qual é a causa, efetivamente, de termos visto as mulheres com um desempenho tão positivo, tão espetacular no Brasil. Apenas palpites."
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