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23/01/2001 - 18h30

Fórum Social Mundial vai propor não-pagamento de dívida externa

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da Agência Folha
em Porto Alegre

O Fórum Social Mundial, que começa na quinta-feira em Porto Alegre, terá três propostas centrais: o não-pagamento da dívida externa pública de países pobres, a taxação de transações financeiras internacionais e a valorização da Previdência pública.

Os pontos foram anunciados hoje pelo diretor-geral do ''Le Monde Diplomatique'', Bernard Cassen, um dos idealizadores do fórum.

''Estamos a favor do cancelamento das dívidas públicas dos países do Terceiro Mundo. O Brasil, por exemplo, já pagou várias vezes a dívida.

Há países na América Latina que utilizam uma quarta parte do orçamento para pagar a dívida. Os juros são altíssimos. É impossível pagar isso, e os banqueiros sabem disso. O que falta é vontade política dos governos para assumir isso. Um país sozinho não pode fazer nada. Alguns países, juntos, podem'', disse Cassen.

O jornalista, que edita um dos principais veículos da esquerda mundial, define a dívida externa de países latino-americanos e africanos como ''uma posição de força''. ''A Rússia decretou a moratória. E o que ocorreu? Nada'', afirmou. ''Não haverá retaliações internacionais se vários países agirem juntos.''

Quanto à Previdência, Cassen disse que os fundos de pensão ''não dão nenhuma garantia'', pois dependem das oscilações da Bolsa de Valores e ''podem quebrar''.

Outro tópico é o da taxa Tobin, que prevê cobrança de tributo sobre transações financeiras internacionais.

''Isso é tecnicamente possível. A taxa deve ser recolhida e depois repartida por algum organismo a ser definido para, por exemplo, dar acesso à água para as pessoas e promover a habitação'', disse.

Cassen é, também, presidente da Attac (Ação Pela Tributação das Transações Financeiras em Apoio aos Cidadãos). Ele falará no fórum sobre ''Que comércio internacional queremos?''

''Vamos passar de uma cultura do não para uma cultura do sim. É um momento histórico. Em várias ocasiões, em Seattle, em Washington, em Praga, os movimentos populares disseram não, ao FMI, à OMC, ao Banco Mundial.

Agora, vamos passar a uma atitude ativa, elaborando perspectivas, alternativas. Estamos reunindo gente de todo o mundo para iniciar um processo de elaboração coletiva de alternativas políticas, sociais e econômicas'', disse ele.
 

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