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25/01/2001 - 05h20

Anti-Davos segura MST e evita ato contra bancos

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FERNANDO DE BARROS E SILVA, da Folha de S.Paulo

A organização do Fórum Social Mundial pressionou o MST a desistir de promover manifestações diante de dois bancos estrangeiros e de uma lanchonete McDonald's durante a Marcha Contra o Neoliberalismo e pela Vida, prevista para as 17h de hoje, logo após a abertura do evento. É a primeira divergência interna, ainda que velada, que marca o encontro mundial contra o neoliberalismo.

O MST havia planejado comícios diante do BankBoston e do Santander. O primeiro protesto seria contra o pagamento da dívida externa; o segundo, contra a desnacionalização do sistema financeiro brasileiro. Na última parada da marcha, em frente ao McDonald's, haveria palavras de ordem contra os alimentos transgênicos e o "imperialismo", simbolizados pela
rede norte-americana de fast-food.

MST foi demovido da idéia pela organização do Fórum. Líderes do movimento teriam recebido recados de lideranças do PT e da CUT a fim de evitar o risco de a marcha evoluir para alguma espécie de quebra-quebra ou invasão de instituições privadas.

A organização do evento e o o PT temem que o primeiro fórum anti-Davos passe à opinião pública a idéia de uma reunião de baderneiros, grupos incapazes de formular propostas políticas alternativas sem estimular ao mesmo tempo alguma forma de agitação social. A ênfase propositiva e o tom light são predominantes entre os organizadores do Fórum.

Nem o PT nem o MST se pronunciaram oficialmente sobre a divergência no tratamento da marcha, mas lideranças do MST teriam aceitado as condições da organização do fórum bastante contrariadas. O MST teria desmobilizado vários manifestantes que iriam a Porto Alegre de diversos pontos do país para engrossar o coro dos descontentes.

"Provocações"
A coordenação do Fórum Social Mundial afirmou ontem que não vai assumir a responsabilidade por conflitos em eventuais protestos contra o evento.

A declaração contrasta com a própria origem do Fórum, que foram as violentas manifestações de rua em Seattle, Washington e Praga contra reuniões de entidades financeiras internacionais como o FMI e o Banco Mundial.

"Não será de iniciativa nossa qualquer ato de provocação. Há muita gente querendo desautorizar o nosso trabalho", disse o coordenador Francisco Whitaker, da Comissão Brasileira de Justiça e Paz da CNBB.

"Vamos protestar com a marcha de amanhã (hoje), mas mantendo um sentimento de não-violência. Nosso grito é globalizar a luta e globalizar a esperança", disse Rafael Alegría, secretário da Vía Campesina, entidade que representa pequenos agricultores.

O empresário Oded Grajew, um dos coordenadores do evento, disse que a proposta do fórum é manter uma agenda do "sim" em vez de uma agenda
do "não".

(Colaborou a Agência Folha em Porto Alegre)
 

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