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25/01/2001
-
19h07
FÁBIO GUIBU
da Agência Folha, em Recife
Cerca de 500 integrantes do MST realizaram hoje em Recife uma série de manifestações de carona com o Fórum Social Mundial, que acontece em Porto Alegre.
Os protestos miravam contra a presença de produtos transgênicos no Brasil _o combate a alimentos modificados geneticamente é uma das bandeiras em Porto Alegre.
Houve passeata nas ruas da cidade, e o pátio da delegacia do Ministério da Agricultura foi invadido. O portão automático foi arrombado e uma vidraça, quebrada pelos manifestantes.
Os protestos levaram ainda um dos maiores hipermercados de Pernambuco, o Bompreço de Boa Viagem, na zona sul, a fechar suas portas por cerca de 15 minutos, com os clientes dentro.
Na rua ao lado, policiais militares da tropa de choque isolaram o prédio da superintendência do Banco do Brasil no Estado durante ato público dos sem-terra.
O clima foi tenso durante as três horas de manifestações, mas não houve confronto nem prisões. Os lavradores retornaram aos acampamentos, na região metropolitana, Zona da Mata e Agreste, às 13h (14h em Brasília).
"Foi um sucesso", disse o líder do MST no Estado, Jaime Amorim. "Realizamos nosso atos paralelos ao fórum e contribuímos para que a povo saiba o que está comendo."
Para protestar, os agricultores utilizaram o milho como símbolo dos alimentos transgênicos. Cerca de 60 kg do produto foram jogados por eles na delegacia do Ministério da Agricultura.
Durante o ato, alguns manifestantes chutaram as portas de vidro e arremessaram sacos cheios do cereal contra as vidraças. Em seguida, saíram em passeata, em direção ao hipermercado.
No local, cerca de dez pessoas ligadas ao MST, à CPT (Comissão Pastoral da Terra) e a entidades ecológicas já aguardavam.
Sem utilizar nada que os identificassem com esses grupos, os manifestantes entraram no hipermercado às 11h30 e passaram a colar adesivos com a figura de uma caveira e a inscrição "produto transgênico" nos rótulos de mercadorias supostamente produzidas a partir desse tipo de alimento.
Funcionários do estabelecimento intervieram e houve um princípio de tumulto. O clima de tensão cresceu ainda mais com a chegada dos sem-terra.
Os seguranças correram e conseguiram fecharam as portas do hipermercado, com clientes e alguns sem-terra dentro. Os lavradores, com bandeiras do MST nas mãos, iniciaram então um "passeio" pelas dependências externas do Bompreço.
Gritando palavras de ordem, o grupo subiu e desceu as esteiras rolantes três vezes antes de se retirar em direção à superintendência do Banco do Brasil.
O hipermercado reabriu 15 minutos depois. Os manifestantes que estavam no local foram liberados. A direção do Bompreço informou, por meio de sua assessoria, que sua equipe agiu "sem excessos" e que não houve danos.
Novamente reunidos, e agora vigiados por 55 policiais, os sem-terra iniciaram às 12h15 um ato público para lembrar a morte do agricultor José Marlúcio da Silva, baleado no dia 25 de julho de 1999, em confronto com a PM.
Os trabalhadores rurais pediram a punição dos responsáveis pela morte, que até agora não foram identificados. Silva morreu em frente à superintendência do BB, durante um protesto contra os transgênicos.
Antes de morrer, o lavrador havia participado da manifestação que resultou na invasão de um navio de bandeira liberiana, no porto de Recife. A embarcação transportava milho transgênico importado da Argentina por avicultores pernambucanos.
MST "pega carona" em Fórum Mundial e faz protestos em PE
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da Agência Folha, em Recife
Cerca de 500 integrantes do MST realizaram hoje em Recife uma série de manifestações de carona com o Fórum Social Mundial, que acontece em Porto Alegre.
Os protestos miravam contra a presença de produtos transgênicos no Brasil _o combate a alimentos modificados geneticamente é uma das bandeiras em Porto Alegre.
Houve passeata nas ruas da cidade, e o pátio da delegacia do Ministério da Agricultura foi invadido. O portão automático foi arrombado e uma vidraça, quebrada pelos manifestantes.
Os protestos levaram ainda um dos maiores hipermercados de Pernambuco, o Bompreço de Boa Viagem, na zona sul, a fechar suas portas por cerca de 15 minutos, com os clientes dentro.
Na rua ao lado, policiais militares da tropa de choque isolaram o prédio da superintendência do Banco do Brasil no Estado durante ato público dos sem-terra.
O clima foi tenso durante as três horas de manifestações, mas não houve confronto nem prisões. Os lavradores retornaram aos acampamentos, na região metropolitana, Zona da Mata e Agreste, às 13h (14h em Brasília).
"Foi um sucesso", disse o líder do MST no Estado, Jaime Amorim. "Realizamos nosso atos paralelos ao fórum e contribuímos para que a povo saiba o que está comendo."
Para protestar, os agricultores utilizaram o milho como símbolo dos alimentos transgênicos. Cerca de 60 kg do produto foram jogados por eles na delegacia do Ministério da Agricultura.
Durante o ato, alguns manifestantes chutaram as portas de vidro e arremessaram sacos cheios do cereal contra as vidraças. Em seguida, saíram em passeata, em direção ao hipermercado.
No local, cerca de dez pessoas ligadas ao MST, à CPT (Comissão Pastoral da Terra) e a entidades ecológicas já aguardavam.
Sem utilizar nada que os identificassem com esses grupos, os manifestantes entraram no hipermercado às 11h30 e passaram a colar adesivos com a figura de uma caveira e a inscrição "produto transgênico" nos rótulos de mercadorias supostamente produzidas a partir desse tipo de alimento.
Funcionários do estabelecimento intervieram e houve um princípio de tumulto. O clima de tensão cresceu ainda mais com a chegada dos sem-terra.
Os seguranças correram e conseguiram fecharam as portas do hipermercado, com clientes e alguns sem-terra dentro. Os lavradores, com bandeiras do MST nas mãos, iniciaram então um "passeio" pelas dependências externas do Bompreço.
Gritando palavras de ordem, o grupo subiu e desceu as esteiras rolantes três vezes antes de se retirar em direção à superintendência do Banco do Brasil.
O hipermercado reabriu 15 minutos depois. Os manifestantes que estavam no local foram liberados. A direção do Bompreço informou, por meio de sua assessoria, que sua equipe agiu "sem excessos" e que não houve danos.
Novamente reunidos, e agora vigiados por 55 policiais, os sem-terra iniciaram às 12h15 um ato público para lembrar a morte do agricultor José Marlúcio da Silva, baleado no dia 25 de julho de 1999, em confronto com a PM.
Os trabalhadores rurais pediram a punição dos responsáveis pela morte, que até agora não foram identificados. Silva morreu em frente à superintendência do BB, durante um protesto contra os transgênicos.
Antes de morrer, o lavrador havia participado da manifestação que resultou na invasão de um navio de bandeira liberiana, no porto de Recife. A embarcação transportava milho transgênico importado da Argentina por avicultores pernambucanos.
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