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26/01/2001
-
03h52
RICARDO GRINBAUM, da Folha de S.Paulo
Porto Alegre atraiu a atenção mundial como a nova capital do movimento contra a globalização, mas os militantes de esquerda reunidos na capital gaúcha pouco têm a ver com os ativistas que realizaram protestos que marcaram época em Seattle, em Washington e em Praga.
Nos dois últimos anos, as ruas de Seattle e Washington foram ocupadas por milhares de jovens, vestidos como hippies e empunhando bandeiras de luta contra o capitalismo global e em defesa do meio ambiente. Em Praga, o colorido movimento dos jovens ganhou também a cor negra e a violência de anarquistas.
Já o evento gaúcho antiglobalização tem uma cara diferente, mais parecida com a do barbudo João Pedro Stedile, líder do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), dos bigodudos petistas Tarso Genro, prefeito de Porto Alegre, e Olívio Dutra, governador do Rio Grande do Sul, além do discurso de intelectuais brasileiros e europeus.
O encontro que chega a ser tratado como uma reunião mundial da nova esquerda teve, no seu primeiro dia, um jeito latino-americano. As maiores delegações eram de movimentos sociais, como o MST, e representantes de camponeses do México ou de países vizinhos, como o Equador.
João Pedro Stedile quer até aproveitar a presença de 700 militantes de movimentos sociais para propor uma agenda internacional para organizações como a dos sem-terra. Durante o encontro, será realizada uma reunião entre organizações de camponeses de vários países, principalmente latino-americanos, para definir uma agenda política comum.
"Existem vários pontos de consenso, como a defesa da reforma agrária, dos subsídios para os pequenos agricultores e a rejeição à adoção de alimentos transgênicos sem que se tenha segurança de que não causam mal à saúde", diz João Pedro Stedile.
Ausências
A lista de ausências do Fórum revela como o encontro não se tornou, até agora, um evento mundial da nova esquerda, apesar da presença de representantes de 120 países. Dos EUA e da Europa, vieram poucos representantes das Organizações Não-Governamentais (ONGs) que lideraram protestos como o de Seattle ou o de Praga.
Os organizadores do evento convidaram Ralph Nader, candidato derrotado à Presidência dos Estados Unidos pelo Partido Verde, e Jesse Jackson, outro político de centro-esquerda norte-americano, mas eles não vieram.
O governo socialista francês enviou representante para o evento de Porto Alegre, mas também mandou delegação para Davos, onde se reúne a elite do capitalismo mundial.
Assim como os partidos socialistas ou comunistas europeus, as grandes centrais sindicais da França, da Alemanha ou da Itália também não têm presença marcante no encontro de Porto Alegre. Mesmo a CUT (Central Única dos Trabalhadores) foi muito menos aplaudida na abertura do encontro do que o MST.
"A base do nosso encontro são os movimentos sociais e as Organizações Não-Governamentais e, em menor parte, intelectuais e representantes das igrejas", diz Sérgio Hadad, diretor da Associação Brasileira de ONGs, uma das organizadoras do evento.
Seattle falta a fórum Anti-Davos
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Porto Alegre atraiu a atenção mundial como a nova capital do movimento contra a globalização, mas os militantes de esquerda reunidos na capital gaúcha pouco têm a ver com os ativistas que realizaram protestos que marcaram época em Seattle, em Washington e em Praga.
Nos dois últimos anos, as ruas de Seattle e Washington foram ocupadas por milhares de jovens, vestidos como hippies e empunhando bandeiras de luta contra o capitalismo global e em defesa do meio ambiente. Em Praga, o colorido movimento dos jovens ganhou também a cor negra e a violência de anarquistas.
Já o evento gaúcho antiglobalização tem uma cara diferente, mais parecida com a do barbudo João Pedro Stedile, líder do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), dos bigodudos petistas Tarso Genro, prefeito de Porto Alegre, e Olívio Dutra, governador do Rio Grande do Sul, além do discurso de intelectuais brasileiros e europeus.
O encontro que chega a ser tratado como uma reunião mundial da nova esquerda teve, no seu primeiro dia, um jeito latino-americano. As maiores delegações eram de movimentos sociais, como o MST, e representantes de camponeses do México ou de países vizinhos, como o Equador.
João Pedro Stedile quer até aproveitar a presença de 700 militantes de movimentos sociais para propor uma agenda internacional para organizações como a dos sem-terra. Durante o encontro, será realizada uma reunião entre organizações de camponeses de vários países, principalmente latino-americanos, para definir uma agenda política comum.
"Existem vários pontos de consenso, como a defesa da reforma agrária, dos subsídios para os pequenos agricultores e a rejeição à adoção de alimentos transgênicos sem que se tenha segurança de que não causam mal à saúde", diz João Pedro Stedile.
Ausências
A lista de ausências do Fórum revela como o encontro não se tornou, até agora, um evento mundial da nova esquerda, apesar da presença de representantes de 120 países. Dos EUA e da Europa, vieram poucos representantes das Organizações Não-Governamentais (ONGs) que lideraram protestos como o de Seattle ou o de Praga.
Os organizadores do evento convidaram Ralph Nader, candidato derrotado à Presidência dos Estados Unidos pelo Partido Verde, e Jesse Jackson, outro político de centro-esquerda norte-americano, mas eles não vieram.
O governo socialista francês enviou representante para o evento de Porto Alegre, mas também mandou delegação para Davos, onde se reúne a elite do capitalismo mundial.
Assim como os partidos socialistas ou comunistas europeus, as grandes centrais sindicais da França, da Alemanha ou da Itália também não têm presença marcante no encontro de Porto Alegre. Mesmo a CUT (Central Única dos Trabalhadores) foi muito menos aplaudida na abertura do encontro do que o MST.
"A base do nosso encontro são os movimentos sociais e as Organizações Não-Governamentais e, em menor parte, intelectuais e representantes das igrejas", diz Sérgio Hadad, diretor da Associação Brasileira de ONGs, uma das organizadoras do evento.
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