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27/01/2001
-
17h31
CARLOS ALBERTO DE SOUZA
da Agência Folha, em Porto Alegre
Um debate neste sábado no Fórum Social Mundial virou ato de desagravo ao porta-voz informal das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) no Brasil, o colombiano Olivério Medina.
Ele iria participar da oficina "Direitos Humanos e Soberania na América Latina", mas uma resolução da Polícia Federal, que ele recebeu no dia 16, o proíbe de se manifestar em nome do principal grupo rebelde colombiano.
No ano passado, Medina chegou a ser preso em Foz do Iguaçu (PR), a pedido do governo colombiano, que o acusa de atividades terroristas. Ele acabou solto.
Por orientação de advogado, Medina decidiu acatar a proibição e não dar declarações à imprensa, tendo comparecido ao debate apenas como espectador.
As cerca de 80 pessoas que assistiram ao debate no campus da PUC-RS protestaram contra a proibição da PF e redigiram uma moção de desagravo ao colombiano.
Medina foi substituído nos trabalhos pelo secretário-geral da Juventude Comunista Colombiana, Nixon Padilla Rodriguez.
O economista Plínio de Arruda Sampaio, um dos debatedores, disse que "nenhum discurso será mais eloquente do que o silêncio de Medina".
Conforme Sampaio, o colombiano foi "objeto de uma violência policial que dá a idéia de como é tênue a democracia brasileira".
O coordenador do debate, deputado estadual Renato Simões (PT), presidente da comissão de Diretos Humanos da Assembléia Legislativa de São Paulo, declarou que irá pedir uma apuração se a notificação da Polícia Federal tem embasamento legal ou não.
Segundo ele, a proibição pode estar vinculada à presença de Medina no Fórum Social, porque a participação do colombiano estava anunciada desde dezembro e divulgada na Internet.
A estudante paulista Patrícia Martins Penna, que estava na platéia, disse estranhar a proibição porque "pensamos que vivemos em uma democracia".
Rodriguez disse que a presença militar dos Estados Unidos na Colômbia é "uma guerra para controlar o mercado de cocaína".
Ele afirmou a defesa dos direitos humanos é apenas um pretexto dos norte-americanos para entrar no país escondendo uma intenção maior, que seria a dominação da Amazônia, o que também atingiria outros países da América do Sul.
Debate em Fórum Social vira desagravo a porta-voz das Farc
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da Agência Folha, em Porto Alegre
Um debate neste sábado no Fórum Social Mundial virou ato de desagravo ao porta-voz informal das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) no Brasil, o colombiano Olivério Medina.
Ele iria participar da oficina "Direitos Humanos e Soberania na América Latina", mas uma resolução da Polícia Federal, que ele recebeu no dia 16, o proíbe de se manifestar em nome do principal grupo rebelde colombiano.
No ano passado, Medina chegou a ser preso em Foz do Iguaçu (PR), a pedido do governo colombiano, que o acusa de atividades terroristas. Ele acabou solto.
Por orientação de advogado, Medina decidiu acatar a proibição e não dar declarações à imprensa, tendo comparecido ao debate apenas como espectador.
As cerca de 80 pessoas que assistiram ao debate no campus da PUC-RS protestaram contra a proibição da PF e redigiram uma moção de desagravo ao colombiano.
Medina foi substituído nos trabalhos pelo secretário-geral da Juventude Comunista Colombiana, Nixon Padilla Rodriguez.
O economista Plínio de Arruda Sampaio, um dos debatedores, disse que "nenhum discurso será mais eloquente do que o silêncio de Medina".
Conforme Sampaio, o colombiano foi "objeto de uma violência policial que dá a idéia de como é tênue a democracia brasileira".
O coordenador do debate, deputado estadual Renato Simões (PT), presidente da comissão de Diretos Humanos da Assembléia Legislativa de São Paulo, declarou que irá pedir uma apuração se a notificação da Polícia Federal tem embasamento legal ou não.
Segundo ele, a proibição pode estar vinculada à presença de Medina no Fórum Social, porque a participação do colombiano estava anunciada desde dezembro e divulgada na Internet.
A estudante paulista Patrícia Martins Penna, que estava na platéia, disse estranhar a proibição porque "pensamos que vivemos em uma democracia".
Rodriguez disse que a presença militar dos Estados Unidos na Colômbia é "uma guerra para controlar o mercado de cocaína".
Ele afirmou a defesa dos direitos humanos é apenas um pretexto dos norte-americanos para entrar no país escondendo uma intenção maior, que seria a dominação da Amazônia, o que também atingiria outros países da América do Sul.
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