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30/01/2001 - 19h06

Fórum do RS acaba sem documento unificado

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LÉO GERCHMANN
da Agência Folha, em Porto Alegre

Mesmo sem um documento único, o Fórum Social Mundial acaba com um conjunto de cartas setoriais que pode, de maneira difusa, estabelecer um certo ''Consenso de Porto Alegre''.

O que poderia ser considerado o texto único do fórum, mas sem propostas, acabou sendo uma crônica feita pelo escritor gaúcho Luis Fernando Verissimo, lida no encerramento do evento.

A Agência Folha reuniu algumas das cartas setoriais, constatando pouca ou nenhuma novidade e uma repetição de chavões antiglobalização.

Em termos econômicos, há uma repetição das críticas e propostas conhecidas desde a crise asiática de 1997, como a taxação de transações financeiras, e bandeiras mais recentes como o perdão da dívida de países pobres.

O texto dos parlamentares de 27 países é o exemplo mais concreto. ''Nos associamos (...) contra os mecanismos imorais da dívida e pela abolição da dívida dos países pobres; pela taxação dos movimentos especulativos de capitais com a instalação de uma taxa Tobin (sobre movimentações financeiras internacionais); pela supressão dos paraísos fiscais; por uma profunda reforma da OMC (Organização Mundial do Comércio)'', diz um trecho.

Por outro lado, há uma série de reivindicações compartimentadas, a maior parte sem objetividade. As mulheres tomaram a iniciativa de fazer seu próprio documento. ''Um outro mundo é possível. Mas construído com igualdade entre homens e mulheres'', diz o texto, acrescentando que a globalização não é só ''capitalista e neoliberal'', mas, também, ''sexista''.

Os acampamentos indígenas ainda elaboravam um documento geral quando o Congresso Nacional Indígena do México se antecipou e preparou seu texto.

''Compartilhamos o propósito de fazer esforços para estabelecer alianças não só entre os movimentos e organizações sociais do México, mas também do continente americano e do resto do mundo. Compartilhamos a idéia da unidade de todos os pobres do mundo'', diz a carta.

Movimentos sociais reunidos também elaboravam sua carta. Um esboço diz: ''Construímos uma grande aliança para criar uma nova sociedade, distinta da lógica atual, que coloca o mercado e o dinheiro como únicas medidas de valor.''

Os prefeitos brasileiros presentes, na sua carta, comprometeram-se a ''promover políticas que combatam a crise da moradia, a precariedade dos serviços urbanos, a pobreza que afeta parte significativa da população (...), implicando uma adequada repartição da receita pública e entre os governos centrais e locais.''

Os governadores, por sua vez, fizeram sua declaração. ''Gerar empregos e distribuir melhor a renda no nosso país orienta nossas ações'', diz a carta, assinada por Olívio Dutra (PT-RS), Anthony Garotinho (PSB-RJ), João Capiberibe (PSB-AP), Jorge Vianna (PT-AC), Zeca do PT (MS) e Ronaldo Lessa (PSB-AL).

Houve também, manifestações isoladas, que não integravam o evento.
Professores universitários pela qualificação do ensino, mulheres a favor do aborto e ecologistas reclamando um uso mais racional da água fizeram passeatas que percorreu os corredores e salas da PUC-RS.
 

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