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08/02/2001 - 12h23

Deputados criticam edição de MPs e cobram independência da Câmara

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RICARDO MIGNONE
da Folha Online, em Brasília

O deputado Inocêncio Oliveira (PFL-PE) apertou a mão de seu principal opositor na eleição à presidência da Câmara, Aécio Neves (PSDB-MG), ao sair do estúdio da rádio CBN, em Brasília, onde ocorreu um debate entre os cinco candidatos à Câmara _além de Aécio e Inocêncio, participaram do encontro Aloizio Mercadante (PT-SP), Valdemar Costa Neto (PL-SP) e Nelson Marquezelli (PTB-SP).

Inocêncio pediu desculpas a Aécio por ter perguntado se ele havia prometido carros e gasolina aos deputados gaúchos que o apoiassem. O candidato do PFL disse que recebeu a informação de seu assessor de imprensa.

"Você precisa melhorar a sua assessoria", disse Aécio ao pefelista. "Se houve destempero verbal, foi do deputado Aécio Neves, não meu", afirmou Inocêncio, pedindo desculpas em seguida.

Aécio Neves respondeu: "Ele fez os seus ataques naturais, políticos, a nós, mas na Câmara dos Deputados nós conseguimos manter o debate num nível altíssimo. Não houve aqui uma ofensa pessoal. Houve uma informação equivocada que Inocêncio recebeu e agora se desculpa. Eu tenho respeito pessoal pelo deputado (Inocêncio Oliveira)."

Todos os candidatos, sem exceção, defenderam o fortalecimento e a independência do Poder Legislativo em relação ao Executivo, criticando o excesso de medidas provisórias editadas pelo presidente Fernando Henrique Cardoso.

Os candidatos consideraram o debate _o primeiro do gênero realizado no país_ como um avanço democrático e uma contribuição para o aprimoramento do Poder Legislativo.

O debate da CBN durou duas horas. Apenas na última rodada das perguntas entre os candidatos, quando Inocêncio Oliveira questionava Aécio Neves, os ânimos se exaltaram, ocorreram intervenções mútuas nas respostas.

Houve propostas curiosas, como a do deputado Nelson Marquezelli, que sugeriu a realização das sessões da Câmara a partir das 8h, e a do deputado Valdemar Costa Neto (PL-SP), que propôs uma semana de recesso por mês na Câmara e a realização de sessões de segunda a sexta nas outras três semanas.

A eleição para a presidência da Câmara acontece na próxima quarta-feira (14). O vencedor ocupará a vaga do atual presidente, Michel Temer (PSDB-SP), há quatro anos no cargo.

A presidência da Câmara é considerada um dos cargos políticos mais importantes do país, uma vez que no caso de impedimento do presidente da República e seu vice, é o presidente da Casa quem assume o comando do Poder Executivo no país.

A reta final da campanha coincidiu com a convocação extraordinária do Congresso, o que prejudicou a votação da pauta enviada pelo governo federal. Das 75 MPs, apenas 23 foram aprovadas.

O Senado Federal também elegerá o seu presidente na próxima quarta-feira. Os candidatos são Jader Barbalho (PMDB-AP) e Jefferson Péres (PDT-AM). O PFL ainda decide na terça-feira, às 12h, se lançará candidato próprio, ficará independente ou apoiará o PDT. O nome mais cotado para concorrer a vaga, se houver indicação, é do presidente nacional do partido Jorge Bornhausen (SC).

A campanha no Senado também está sendo marcada por atritos. Até o último instante, o presidente da Casa, Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA), tentou derrubar a candidatura de Jader Barbalho, seu principal inimigo político.

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