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12/02/2001 - 00h09

ACM diz que há outras fitas contra o PMDB

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FÁBIO GUIBU
da Agência Folha, em Recife

O senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) afirmou ontem ter informações de que existem mais fitas gravadas, "até com autorização judicial", sobre a suposta negociação financeira para a filiação de deputados no PMDB.

O atual presidente do Senado não revelou o conteúdo das fitas ou com quem elas estariam. Declarou que desconhecia as gravações já divulgadas e defendeu a abertura de inquérito e perícia para apurar o caso.

ACM minimizou a declaração do senador Jader Barbalho, candidato do PMDB à presidência do Senado, que ameaçou retaliar o governo federal se perder a eleição por interferência de ministros. Segundo ACM, quem estaria interferindo são ministros do PMDB "que têm dinheiro para comprar parlamentares".

Em entrevista à Agência Folha por telefone, ACM disse que a pesquisa do Datafolha divulgada ontem mostra a derrota de Jader. Leia a seguir trechos da entrevista.


Agência Folha - O deputado Geddel Vieira Lima (líder do PMDB na Câmara) disse que as gravações são mais um blefe seu. O sr. tinha conhecimento das fitas?
Antonio Carlos Magalhães
- Não tinha conhecimento, mas é fácil provar se são verdadeiras ou não fazendo a perícia. Sou favorável à perícia e ao inquérito para colocar os corruptos na rua.


Agência Folha - O deputado José Lourenço (que trocou o PFL pelo PMDB) disse que o sr. e o ministro Rodolpho Tourinho (Minas e Energia) ofereceram uma diretoria da Petrobras para o filho dele em troca da permanência no PFL. O sr. tentou mantê-lo no partido?
ACM
- É mentira, porque o filho dele é incapaz, não pode ser diretor da Petrobras, e ele é conhecido desonesto na praça baiana.


Agência Folha - O deputado Roland Lavigne (que também teria negociado seu ingresso no PMDB) disse que foi oferecida a ele uma vaga no Tribunal de Contas da Bahia ou a Secretaria de Comércio do Estado.
ACM
- Não é verdade. O deputado Lavigne não pode ter dito isso.


Agência Folha - Por que não?
ACM
- Porque não é verdade. A única pessoa que teve possibilidade de ir para o Tribunal de Contas foi o deputado Leur Lomanto (que também trocou o PFL pelo PMDB no final do ano passado).


Agência Folha - E por que ele tinha essa possibilidade?
ACM
- Tinha essa possibilidade porque ele ia perder a eleição (para prefeito de Jequié, BA) e era a maneira de ampará-lo.


Agência Folha - O sr. chegou a oferecer (o cargo)?
ACM
- Conversamos sobre isso.


Agência Folha - E por que não se concretizou?
ACM
- Ele não aceitou. Ele pedia essa vaga havia muito tempo e nós não dávamos.


Agência Folha - Mas ele também pretendia sair do partido?
ACM
- Não foi nada em razão disso. Foi para resguardá-lo de uma derrota eleitoral, já que ele tinha perdido para um adversário pessoal, por 20 mil votos, em Jequié.


Agência Folha - Todos disseram que saíram do PFL por falta de espaço e pela, segundo eles, onipresença do sr. O que o sr. acha disso?
ACM
- Quem dá espaço é o povo. E esse povo que me dá espaço não quer ladrões no partido. E nada mais lhe falo.


Agência Folha - Qual o impacto dessas revelações nas eleições do Congresso?
ACM
- Isso quem vai dizer são os congressistas, a partir de amanhã (hoje).


Agência Folha - O sr. não avalia?
ACM
- Não faço avaliação. Não sabia dessa fita. Agora, acho que ela é grave e tenho notícias de que há outras até com autorização judicial.


Agência Folha - Como o sr. avalia a pesquisa Datafolha que mostra Jader Barbalho e Aécio Neves favoritos nas eleições?
ACM
- Avalio a derrota do Jader pela própria pesquisa, porque o número de indecisos somado ao dos outros dá duas vezes mais do que ele tem. E nada mais falo com você.


Agência Folha - Qual é, na opinião do sr., a melhor alternativa hoje para o PFL no Senado?
ACM
- Nós vamos apresentar na terça-feira.


Agência Folha - Como o sr. avalia a ameaça de Jader de retaliar o governo se perder a eleição por interferência de ministros?
ACM
- Isso é próprio dele. Os ministros que interferem são alguns do PMDB que têm dinheiro para comprar parlamentares. E mais nada.


Agência Folha - Qual será a posição do PFL em relação ao governo se o partido perder na Câmara e no Senado?
ACM
- Quem sabe é o presidente (do partido) Jorge Bornhausen.


Agência Folha - Como vai ficar a base do governo após a eleição?
ACM
- Quem sabe é o presidente Jorge Bornhausen.


Agência Folha - O sr. acredita que o deputado Inocêncio pode realmente abrir uma nova frente de oposição ao governo?
ACM
- Não, porque acredito que ele vai ganhar. Até logo.


Agência Folha - Jader se defendeu da suspeita de enriquecimento ilícito acusando o senhor de possuir um patrimônio de R$ 60 milhões.
ACM
- É só você ver que eu não posso ter 60 milhões (de reais). E ele tem mais de 30 (milhões de reais) e é ladrão. Eu sou um homem sério.

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