Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
16/02/2001 - 03h33

Cargos aumentam tensão na base aliada

Publicidade

DENISE MADUEÑO, da Folha de S.Paulo, em Brasília

Superada a eleição para presidente da Câmara, os desentendimentos entre os aliados e as divisões internas nos partidos da base do governo aumentaram.

O PSDB e o PFL abriram uma nova competição, na tentativa de formar a maior bancada e comandar os principais cargos nas comissões.

O líder do PMDB, Geddel Vieira Lima (BA), vai ter de disputar o posto com a deputada Rita Camata (ES), depois de quatro anos sem oponentes, e o líder do PFL, Inocêncio Oliveira (PE), conseguiu se manter no cargo apenas até o próximo mês, depois de uma reunião com bate-boca e gritos.

Intervenção
Ministros e líderes políticos tiveram de interferir na disputa para os demais cargos da Mesa para garantir os acordos fechados para eleger o tucano Aécio Neves (MG) presidente da Casa e para derrotar candidatos pouco afinados com o governo.

O uso do rolo compressor permitiu que o candidato à 1ª secretaria Severino Cavalcanti (PPB-PE) derrotasse o deputado Augusto Nardes (PPB-RS). Inicialmente candidato à presidência, Severino renunciou a favor de Aécio em troca do posto na Mesa.

No primeiro turno de votação, ele ficou atrás de Nardes. Ontem, venceu com 70 votos na frente. Por apenas três votos de diferença, o deputado Efraim Morais (PFL-PB) venceu Zezé Perrella (PFL-MG) -adversário de Aécio no Estado- na disputa pela 1ª vice-presidência.

O deputado Barbosa Neto (PMDB-GO), ligado a Geddel, também contou com a pressão partidária para vencer a deputada Elcione Barbalho (PA), que tinha a simpatia de parte da bancada e contou com votos de oposição.

Barbosa Neto foi eleito 2º vice-presidente, assumindo também a função de corregedor da Câmara. Caberá a ele dar andamento ou não à apuração de suposto favorecimento financeiro a deputados baianos que se filiaram ao PMDB. De acordo com as acusações, Geddel teria negociado a entrada dos parlamentares no partido.

Eleição de líder
Ontem, Geddel foi pressionado a marcar reunião da bancada para a eleição do líder.

A reunião irá ocorrer na próxima quarta-feira. Em um documento com 54 assinaturas, deputados do partido pedem que a eleição seja secreta.

"Acabou o tempo do coronelismo. Só não acabou no PMDB, onde os líderes são eternos", afirmou o deputado Cezar Schirmer (PMDB-RS).

A deputada Rita Camata vai para a disputa enfrentando a estrutura partidária da cúpula que, além de Geddel, inclui o ministro Eliseu Padilha (Transportes) e o presidente do Senado, Jader Barbalho (PMDB-PA).

"Buscar a rotatividade no cargo é fundamental. Temos de oxigenar esse processo e dar espaço para outros participarem", afirmou a deputada.

Bate-boca
No PFL, a divergência interna evoluiu para bate-boca entre os deputados Pauderney Avelino (AM) e José Carlos Aleluia (BA).

Pauderney integrava o grupo de deputados que queria manter Inocêncio no cargo de líder por aclamação. Outra parte do partido, liderada na reunião por Aleluia e Heráclito Fortes (PI), discordava.

Para evitar um racha maior, a bancada, com anuência de Inocêncio, prorrogou o mandato do líder até o próximo mês, quando haverá eleição para o cargo.

A escolha do líder, que poderá ser o próprio Inocêncio, ocorrerá depois da reunião na qual a Executiva do partido definirá a relação com o governo do presidente Fernando Henrique Cardoso.

"A reunião de hoje (ontem) foi precipitada. A Executiva deve decidir se haverá alinhamento automático com o governo ou se terá certa independência. Baseado nisso a bancada deve definir o perfil do líder", disse Inocêncio.

O PFL se envolveu também na disputa pela maior bancada. O maior partido terá a presidência da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), por exemplo, e escolherá o relator da proposta de Orçamento do próximo ano.

Para tentar superar o PSDB (101 deputados), o PFL (100 deputados) formou bloco com o PST e foi para 105 deputados. Em resposta, o PSDB formalizou o bloco com o PTB, passando para 127 deputados.
 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página