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16/02/2001
-
03h34
OTÁVIO CABRAL, da Folha de S.Paulo, em Brasília
As traições verificadas dentro da bancada na eleição da Câmara abalaram ainda mais a estrutura do PFL. Cálculos de coordenadores das campanhas indicam que pelo menos dez deputados do PFL mudaram de lado e votaram em
Aécio Neves (PSDB-MG).
Agora, além de lutar para manter o espaço no governo, o partido terá de recompor a unidade interna, vital para dar viabilidade ao PFL na eleição de 2002.
Ontem, as divergências foram colocadas na mesa pela primeira vez após a derrota de Inocêncio Oliveira (PE). Parte da bancada do partido se reuniu para escolher um novo líder, mas a busca pelos deputados infiéis monopolizou a discussão. Nenhum deputado, porém, assumiu a traição.
"O momento é delicado para o partido", afirmou Pauderney Avelino (AM), vice-líder da bancada pefelista.
A coordenação da campanha de Inocêncio esperava pelo menos 220 votos, o que faria com que ele disputasse o segundo turno. Mas ele só conseguiu 117. Desses, só 90 vieram do PFL.
A Folha apurou que a direção do partido suspeita que as traições de voto tenham saído principalmente das bancadas de Roraima e Pernambuco.
Por outro lado, a candidatura de Aécio conseguiu atrair muitos apoios na reta final. Esses votos vieram de deputados do baixo clero, que não costumam seguir à risca as orientações partidárias.
"Aécio recebeu visitas que nunca imaginou", declarou o tucano Paulo Kobayashi (SP), um dos coordenadores da campanha. Entre os visitantes inesperados, estavam pefelistas.
Na oposição, quatro deputados do PDT que haviam declarado voto em Aloizio Mercadante acabaram votando em Aécio. Em compensação, quatro votos inesperados foram conquistados de última hora. Assim, Mercadante conseguiu os 81 votos esperados.
Já no Senado, a traição atingiu em cheio a oposição. Horas antes da eleição, 14 senadores declararam apoio a Jefferson Péres em um almoço. Abertas as urnas, só havia 12 votos para o pedetista.
"Quando a palavra é quebrada, a relação se deteriora", disse Genoino. Baseados nesse raciocínio, senadores petistas defendem mudanças no bloco oposicionista.
Um dos votos perdidos foi o da senadora gaúcha Emília Fernandes, que está trocando o PDT pelo PSB. Há suspeitas de que o outro traidor seja Sebastião Rocha (PDT-AP), que tem divergências internas com Péres.
Traições abalam PFL e acirram disputas nos partidos
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As traições verificadas dentro da bancada na eleição da Câmara abalaram ainda mais a estrutura do PFL. Cálculos de coordenadores das campanhas indicam que pelo menos dez deputados do PFL mudaram de lado e votaram em
Aécio Neves (PSDB-MG).
Agora, além de lutar para manter o espaço no governo, o partido terá de recompor a unidade interna, vital para dar viabilidade ao PFL na eleição de 2002.
Ontem, as divergências foram colocadas na mesa pela primeira vez após a derrota de Inocêncio Oliveira (PE). Parte da bancada do partido se reuniu para escolher um novo líder, mas a busca pelos deputados infiéis monopolizou a discussão. Nenhum deputado, porém, assumiu a traição.
"O momento é delicado para o partido", afirmou Pauderney Avelino (AM), vice-líder da bancada pefelista.
A coordenação da campanha de Inocêncio esperava pelo menos 220 votos, o que faria com que ele disputasse o segundo turno. Mas ele só conseguiu 117. Desses, só 90 vieram do PFL.
A Folha apurou que a direção do partido suspeita que as traições de voto tenham saído principalmente das bancadas de Roraima e Pernambuco.
Por outro lado, a candidatura de Aécio conseguiu atrair muitos apoios na reta final. Esses votos vieram de deputados do baixo clero, que não costumam seguir à risca as orientações partidárias.
"Aécio recebeu visitas que nunca imaginou", declarou o tucano Paulo Kobayashi (SP), um dos coordenadores da campanha. Entre os visitantes inesperados, estavam pefelistas.
Na oposição, quatro deputados do PDT que haviam declarado voto em Aloizio Mercadante acabaram votando em Aécio. Em compensação, quatro votos inesperados foram conquistados de última hora. Assim, Mercadante conseguiu os 81 votos esperados.
Já no Senado, a traição atingiu em cheio a oposição. Horas antes da eleição, 14 senadores declararam apoio a Jefferson Péres em um almoço. Abertas as urnas, só havia 12 votos para o pedetista.
"Quando a palavra é quebrada, a relação se deteriora", disse Genoino. Baseados nesse raciocínio, senadores petistas defendem mudanças no bloco oposicionista.
Um dos votos perdidos foi o da senadora gaúcha Emília Fernandes, que está trocando o PDT pelo PSB. Há suspeitas de que o outro traidor seja Sebastião Rocha (PDT-AP), que tem divergências internas com Péres.
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