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16/02/2001
-
03h36
da Folha de S.Paulo, em Brasília
O presidente Fernando Henrique Cardoso pediu ontem ao Congresso Nacional que mantenha "tranquilidade política" e "equilíbrio", em mensagem enviada ao Legislativo por ocasião do início do ano parlamentar.
"A tranquilidade política foi um fator decisivo para a superação das dificuldades econômicas que enfrentamos em 1998 e 1999. Essa tranquilidade se deve muito ao equilíbrio que temos sabido manter entre os Poderes que representamos", afirmou FHC.
Na mensagem de abertura do livro com dados e estatísticas sobre as ações do governo, FHC pede atenção do Congresso às áreas econômica e social.
"O ano que começa deve ser de realização das perspectivas favoráveis que fomos capazes de construir para o país no campo econômico." Para FHC, é preciso "espraiar o desenvolvimento pelas diferentes camadas sociais".
Ao tratar da defesa dos interesses comerciais do país, FHC disse que "temos pela frente uma agenda pesadíssima", que vai das relações bilaterais ao Mercosul, passando pela Alca e pela OMC, para a qual será necessário, segundo ele, "trabalhar com tranquilidade, mas com firmeza, para valorizar ao máximo o peso relativo do Brasil nesse complexo tabuleiro".
Ainda na área econômica o presidente listou as prioridades da chamada "agenda da competitividade": racionalização da carga tributária, queda da taxa de juros e ampliação da base exportadora.
Ao tratar da "agenda da solidariedade" -as propostas para a área social-, FHC pediu atenção à regulamentação do Fundo de Combate à Pobreza, à erradicação dos cinturões de pobreza e à universalização do acesso à educação, à saúde e à Previdência. Também pediu a aplicação rigorosa da Lei de Responsabilidade Fiscal.
A mensagem de FHC foi levada pelo ministro-chefe da Casa Civil, Pedro Parente, apesar de um requerimento com a assinatura de 68 dos 81 senadores -inclusive a do novo presidente do Senado, Jader Barbalho (PMDB-PA)- para que FHC comparecesse e lesse o seu discurso. O regimento interno do Senado estabelece que cabe ao ministro levar o texto.
Segundo a Folha apurou, FHC pensou em ir, mas desistiu para não dar mais combustível à briga entre partidos aliados. "Como não é tradição nesse governo, se o presidente viesse dessa vez, sua presença poderia ter outras leituras que não apenas a apresentação de seu plano", afirmou o líder do governo no Senado, José Roberto Arruda (PSDB-DF).
O texto foi lido pelo primeiro-secretário da Câmara, Severino Cavalcanti (PPB-PE). Às vezes ele se afastava do microfone, o que tornou incompreensível a leitura.
Para o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) -autor do requerimento do convite e da emenda constitucional que torna obrigatória a presença do presidente na abertura do ano legislativo-, FHC "perdeu a sua penúltima chance de dar sentido à sua mensagem".
(WILLIAM FRANÇA)
FHC pede "tranquilidade política" ao Congresso
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O presidente Fernando Henrique Cardoso pediu ontem ao Congresso Nacional que mantenha "tranquilidade política" e "equilíbrio", em mensagem enviada ao Legislativo por ocasião do início do ano parlamentar.
"A tranquilidade política foi um fator decisivo para a superação das dificuldades econômicas que enfrentamos em 1998 e 1999. Essa tranquilidade se deve muito ao equilíbrio que temos sabido manter entre os Poderes que representamos", afirmou FHC.
Na mensagem de abertura do livro com dados e estatísticas sobre as ações do governo, FHC pede atenção do Congresso às áreas econômica e social.
"O ano que começa deve ser de realização das perspectivas favoráveis que fomos capazes de construir para o país no campo econômico." Para FHC, é preciso "espraiar o desenvolvimento pelas diferentes camadas sociais".
Ao tratar da defesa dos interesses comerciais do país, FHC disse que "temos pela frente uma agenda pesadíssima", que vai das relações bilaterais ao Mercosul, passando pela Alca e pela OMC, para a qual será necessário, segundo ele, "trabalhar com tranquilidade, mas com firmeza, para valorizar ao máximo o peso relativo do Brasil nesse complexo tabuleiro".
Ainda na área econômica o presidente listou as prioridades da chamada "agenda da competitividade": racionalização da carga tributária, queda da taxa de juros e ampliação da base exportadora.
Ao tratar da "agenda da solidariedade" -as propostas para a área social-, FHC pediu atenção à regulamentação do Fundo de Combate à Pobreza, à erradicação dos cinturões de pobreza e à universalização do acesso à educação, à saúde e à Previdência. Também pediu a aplicação rigorosa da Lei de Responsabilidade Fiscal.
A mensagem de FHC foi levada pelo ministro-chefe da Casa Civil, Pedro Parente, apesar de um requerimento com a assinatura de 68 dos 81 senadores -inclusive a do novo presidente do Senado, Jader Barbalho (PMDB-PA)- para que FHC comparecesse e lesse o seu discurso. O regimento interno do Senado estabelece que cabe ao ministro levar o texto.
Segundo a Folha apurou, FHC pensou em ir, mas desistiu para não dar mais combustível à briga entre partidos aliados. "Como não é tradição nesse governo, se o presidente viesse dessa vez, sua presença poderia ter outras leituras que não apenas a apresentação de seu plano", afirmou o líder do governo no Senado, José Roberto Arruda (PSDB-DF).
O texto foi lido pelo primeiro-secretário da Câmara, Severino Cavalcanti (PPB-PE). Às vezes ele se afastava do microfone, o que tornou incompreensível a leitura.
Para o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) -autor do requerimento do convite e da emenda constitucional que torna obrigatória a presença do presidente na abertura do ano legislativo-, FHC "perdeu a sua penúltima chance de dar sentido à sua mensagem".
(WILLIAM FRANÇA)
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