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24/02/2001
-
04h24
da Folha de S.Paulo
O presidente Fernando Henrique Cardoso decidiu dar força ao "PFL do B" para enfrentar Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) e tentar tomar o poder no partido.
O presidente garantiu ao presidente do PFL, o senador Jorge Bornhausen
(SC), e ao vice-presidente, Marco Maciel, principais líderes do "PFL do B", que o atual espaço do partido não seria diminuído com a saída dos dois ministros carlistas. Ontem, foram demitidos Rodolpho Tourinho (Minas e Energia) e Waldeck Ornélas (Previdência).
Ambos eram indicações de ACM, que perdeu os postos depois de sugerir que FHC seria atingido caso procuradores da República obtivessem provas contra Eduardo Jorge, ex-secretário-geral da Presidência suspeito de
tráfico de influência.
FHC vai tirar os cargos federais que o grupo de ACM tem na Bahia. Parte das indicações foi feita por deputados que ontem saíram em defesa de ACM após o rompimento dele com o presidente.
Ex-carlistas que foram para o PMDB, como o deputado federal Benito Gama (BA), deverão ser ouvidos nas futuras nomeações.
O "PFL do B" também vai estimular o isolamento de ACM, dando corda ao pedido de expulsão dele do partido. A idéia é acuá-lo, acusando-o de desleal.
Esse pedido, apesar de difícil concretização, deverá ser feito pelo grupo do governador Siqueira Campos (PFL-TO). ACM criticou Siqueira na gravação em que atacou FHC, o PT e o Supremo.
Por meio de intermediários, o presidente está articulando uma conversa com o líder do PFL na Câmara, Inocêncio Oliveira (PE), que rompeu com FHC quando disputava a presidência da Casa.
O presidente disse que não guarda mágoa de Inocêncio, que comandou uma derrota do governo na convocação extraordinário do Congresso. O líder do PFL se aliou à oposição e derrubou uma medida provisória em retaliação ao apoio que o Palácio do Planalto deu ao seu concorrente, Aécio Neves (PSDB-MG), que se elegeu.
Em conversas reservadas, FHC atribui o gesto de Inocêncio a uma atitude de desespero. O presidente acha que ele prestou serviços importantes no seu primeiro mandato, garantindo quase os votos da bancada pefelista para reformas constitucionais.
FHC combinou com o "PFL do B" que aguardará a reunião da Executiva Nacional, marcada para 8 de março, a fim de formar definitivamente a
nova equipe.
Foi por isso que, em nota divulgada ontem, afirmou que o governo enviaria na primeira semana de março sua proposta de "nova fase" administrativa.
No PFL, diz-se que ACM perderá na reunião da Executiva, mas que tentará virar o jogo solicitando um encontro do Diretório Nacional ou até uma convenção nacional da sigla para não perder poder dentro do partido. FHC quer sinalizar que o grupo de Bornhausen e Maciel terá prestígio no governo para fazer frente a ACM. Um auxiliar avalia que o poder de fogo do baiano será menor dentro do partido quando não tiver mais cargos para atrair aliados.
(KENNEDY ALENCAR)
"PFL do B" recebe ajuda para enfrentar ACM
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O presidente Fernando Henrique Cardoso decidiu dar força ao "PFL do B" para enfrentar Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) e tentar tomar o poder no partido.
O presidente garantiu ao presidente do PFL, o senador Jorge Bornhausen
(SC), e ao vice-presidente, Marco Maciel, principais líderes do "PFL do B", que o atual espaço do partido não seria diminuído com a saída dos dois ministros carlistas. Ontem, foram demitidos Rodolpho Tourinho (Minas e Energia) e Waldeck Ornélas (Previdência).
Ambos eram indicações de ACM, que perdeu os postos depois de sugerir que FHC seria atingido caso procuradores da República obtivessem provas contra Eduardo Jorge, ex-secretário-geral da Presidência suspeito de
tráfico de influência.
FHC vai tirar os cargos federais que o grupo de ACM tem na Bahia. Parte das indicações foi feita por deputados que ontem saíram em defesa de ACM após o rompimento dele com o presidente.
Ex-carlistas que foram para o PMDB, como o deputado federal Benito Gama (BA), deverão ser ouvidos nas futuras nomeações.
O "PFL do B" também vai estimular o isolamento de ACM, dando corda ao pedido de expulsão dele do partido. A idéia é acuá-lo, acusando-o de desleal.
Esse pedido, apesar de difícil concretização, deverá ser feito pelo grupo do governador Siqueira Campos (PFL-TO). ACM criticou Siqueira na gravação em que atacou FHC, o PT e o Supremo.
Por meio de intermediários, o presidente está articulando uma conversa com o líder do PFL na Câmara, Inocêncio Oliveira (PE), que rompeu com FHC quando disputava a presidência da Casa.
O presidente disse que não guarda mágoa de Inocêncio, que comandou uma derrota do governo na convocação extraordinário do Congresso. O líder do PFL se aliou à oposição e derrubou uma medida provisória em retaliação ao apoio que o Palácio do Planalto deu ao seu concorrente, Aécio Neves (PSDB-MG), que se elegeu.
Em conversas reservadas, FHC atribui o gesto de Inocêncio a uma atitude de desespero. O presidente acha que ele prestou serviços importantes no seu primeiro mandato, garantindo quase os votos da bancada pefelista para reformas constitucionais.
FHC combinou com o "PFL do B" que aguardará a reunião da Executiva Nacional, marcada para 8 de março, a fim de formar definitivamente a
nova equipe.
Foi por isso que, em nota divulgada ontem, afirmou que o governo enviaria na primeira semana de março sua proposta de "nova fase" administrativa.
No PFL, diz-se que ACM perderá na reunião da Executiva, mas que tentará virar o jogo solicitando um encontro do Diretório Nacional ou até uma convenção nacional da sigla para não perder poder dentro do partido. FHC quer sinalizar que o grupo de Bornhausen e Maciel terá prestígio no governo para fazer frente a ACM. Um auxiliar avalia que o poder de fogo do baiano será menor dentro do partido quando não tiver mais cargos para atrair aliados.
(KENNEDY ALENCAR)
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