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25/02/2001
-
03h30
da Folha de S.Paulo, em Brasília
A reforma ministerial servirá para o presidente Fernando Henrique Cardoso equilibrar a disputa no PSDB por sua sucessão. A idéia é fortalecer o governador Tasso Jereissati (CE), derrotado nas eleições para as presidências da Câmara e do Senado e lideranças tucanas das duas Casas. Ele indicaria um dos novos ministros.
O ministro José Serra (Saúde), que disputa com Tasso a indicação do PSDB para a Presidência da República, saiu fortalecido. Ele teve ganhos políticos com as vitórias de Jader Barbalho (PMDB-PA), no Senado, e Aécio Neves (PSDB-MG), na Câmara, e Jutahy Júnior (BA) e Sérgio Machado (CE), como líderes do PSDB.
Depois das sucessivas derrotas, Tasso, em entrevista à Folha, ameaçou abrir dissidência no partido. Em reunião com FHC, Tasso concordou em frear um pouco a disputa, mas o grupo ligado ao governador quer mais espaço.
Ao prestigiar Tasso, FHC espera suspender o clima favorável a Serra. Aliados do presidente entendem que o ministro ligado a Tasso vai ocupar uma pasta que seja da quota pessoal de FHC. Segundo aliados, os dois ministérios vagos -Previdência e Minas e Energia- vão continuar com o PFL.
Para a Previdência, deve ser confirmado o senador José Jorge (PFL-PE), nome da confiança do vice-presidente Marco Maciel e do presidente do PFL, senador Jorge Bornhausen (SC). Os deputados pefelistas José Carlos Fonseca (ES) e Eliseu Resende (MG) são cogitados para Minas e Energia.
Valorizar o PFL de Bornhausen e Maciel é o outro componente da reforma ministerial. O rompimento político do senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) com FHC deixou os pefelistas em desvantagem na aliança em relação aos demais partidos.
Interessa também ao presidente equilibrar a composição política do governo para não ficar refém de um PMDB muito forte. Com o fortalecimento de Tasso e do PFL de Bornhausen e Maciel, FHC espera manter o projeto de governar com base estável no Congresso e preparar a eleição de 2002.
Dentro dessa estratégia, dificilmente FHC vai demitir o ministro Eliseu Padilha (Transportes), apesar da pressão do PFL. Para o PFL, Padilha não tem agido de forma ética ao cooptar pefelistas, dificultando a convivência dos dois partidos no governo. O ministro, no entanto, deve ser mantido porque é considerado pelo presidente um aliado fiel e um interlocutor seguro do PMDB com o governo.
Além disso, a mudança no PMDB seria necessária se houvesse desorganização interna no partido, o que não é o caso. Demitir Padilha causaria reação contrária ao governo dos peemedebistas. Soma-se a isso, o fato de a sua demissão significar um prêmio para ACM, que tem denunciado suposta corrupção no ministério. Mas Padilha pode ser transferido para um outro posto do governo.
A decisão do presidente de intervir no DNER (Departamento Nacional de Estradas de Rodagem) foi acertada com Padilha na última quarta-feira. O órgão, vinculado ao Ministério dos Transportes, é o principal alvo das denúncias de ACM.
O PMDB de Goiás já avisou que não aceita perder o espaço que tem hoje no
governo, com o ministro Ovídio de Ângelis (Secretaria de Desenvolvimento Urbano).
Para fazer a reforma, FHC deve mudar a estrutura de alguns ministérios, provavelmente com fusões. A Secretaria de Desenvolvimento Urbano poderá ser transformada em ministério, possivelmente para atender a Tasso.
O atual ministro da Justiça, José Gregori, deve perder sua pasta (da cota pessoal de FHC). Sua atuação não tem agradado ao Planalto.
Planalto tenta equilibrar sucessão
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A reforma ministerial servirá para o presidente Fernando Henrique Cardoso equilibrar a disputa no PSDB por sua sucessão. A idéia é fortalecer o governador Tasso Jereissati (CE), derrotado nas eleições para as presidências da Câmara e do Senado e lideranças tucanas das duas Casas. Ele indicaria um dos novos ministros.
O ministro José Serra (Saúde), que disputa com Tasso a indicação do PSDB para a Presidência da República, saiu fortalecido. Ele teve ganhos políticos com as vitórias de Jader Barbalho (PMDB-PA), no Senado, e Aécio Neves (PSDB-MG), na Câmara, e Jutahy Júnior (BA) e Sérgio Machado (CE), como líderes do PSDB.
Depois das sucessivas derrotas, Tasso, em entrevista à Folha, ameaçou abrir dissidência no partido. Em reunião com FHC, Tasso concordou em frear um pouco a disputa, mas o grupo ligado ao governador quer mais espaço.
Ao prestigiar Tasso, FHC espera suspender o clima favorável a Serra. Aliados do presidente entendem que o ministro ligado a Tasso vai ocupar uma pasta que seja da quota pessoal de FHC. Segundo aliados, os dois ministérios vagos -Previdência e Minas e Energia- vão continuar com o PFL.
Para a Previdência, deve ser confirmado o senador José Jorge (PFL-PE), nome da confiança do vice-presidente Marco Maciel e do presidente do PFL, senador Jorge Bornhausen (SC). Os deputados pefelistas José Carlos Fonseca (ES) e Eliseu Resende (MG) são cogitados para Minas e Energia.
Valorizar o PFL de Bornhausen e Maciel é o outro componente da reforma ministerial. O rompimento político do senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) com FHC deixou os pefelistas em desvantagem na aliança em relação aos demais partidos.
Interessa também ao presidente equilibrar a composição política do governo para não ficar refém de um PMDB muito forte. Com o fortalecimento de Tasso e do PFL de Bornhausen e Maciel, FHC espera manter o projeto de governar com base estável no Congresso e preparar a eleição de 2002.
Dentro dessa estratégia, dificilmente FHC vai demitir o ministro Eliseu Padilha (Transportes), apesar da pressão do PFL. Para o PFL, Padilha não tem agido de forma ética ao cooptar pefelistas, dificultando a convivência dos dois partidos no governo. O ministro, no entanto, deve ser mantido porque é considerado pelo presidente um aliado fiel e um interlocutor seguro do PMDB com o governo.
Além disso, a mudança no PMDB seria necessária se houvesse desorganização interna no partido, o que não é o caso. Demitir Padilha causaria reação contrária ao governo dos peemedebistas. Soma-se a isso, o fato de a sua demissão significar um prêmio para ACM, que tem denunciado suposta corrupção no ministério. Mas Padilha pode ser transferido para um outro posto do governo.
A decisão do presidente de intervir no DNER (Departamento Nacional de Estradas de Rodagem) foi acertada com Padilha na última quarta-feira. O órgão, vinculado ao Ministério dos Transportes, é o principal alvo das denúncias de ACM.
O PMDB de Goiás já avisou que não aceita perder o espaço que tem hoje no
governo, com o ministro Ovídio de Ângelis (Secretaria de Desenvolvimento Urbano).
Para fazer a reforma, FHC deve mudar a estrutura de alguns ministérios, provavelmente com fusões. A Secretaria de Desenvolvimento Urbano poderá ser transformada em ministério, possivelmente para atender a Tasso.
O atual ministro da Justiça, José Gregori, deve perder sua pasta (da cota pessoal de FHC). Sua atuação não tem agradado ao Planalto.
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