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17/03/2001 - 03h11

FHC põe Serra no palco ao divulgar programas sociais

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LUIZ ANTÔNIO RYFF e WILLIAM FRANÇA, da Folha de S.Paulo

Dois dias depois de recomendar ao PSDB o adiamento do debate sobre sua sucessão, o presidente Fernando Henrique Cardoso elegeu o ministro José Serra (Saúde) para acompanhá-lo com papel de destaque em viagem a Aracaju (SE) e Recife (PE), onde assinou os primeiros convênios do Projeto Alvorada.

Maior plano de ação social do governo federal -que prevê investimentos de R$ 13,2 bilhões em 15 programas nas áreas de saúde, educação e renda até o próximo ano-, o Projeto Alvorada é coordenado pelo Gabinete Civil.

Pedro Parente, no entanto, não viajou com o presidente para assinar os primeiros convênios, no valor de R$ 188,8 milhões, com as 231 prefeituras beneficiadas em Sergipe e Pernambuco. E quem assinou pelo governo em Aracaju não foi FHC, nem a secretária nacional de Ação Social, Wanda Engel, que gerencia o programa e estava na cerimônia. Foi Serra -o único a discursar, além do governador Albano Franco e de FHC.

Os convênios do Projeto Alvorada assinados ontem priorizaram a área de saneamento básico, cujos programas são geridos pela Funasa (Fundação Nacional de Saúde), que é subordinada a Serra. Até o ano passado ações nessa área estavam subordinadas à Caixa Econômica Federal.

Em Aracaju, o caminho entre o aeroporto, o hotel Parque dos Coqueiros, local da assinatura dos convênios, e o palácio de Veraneio (a residência do governador) foi decorado com faixas que saudavam FHC e Serra.

Havia no trajeto 14 faixas saudando Serra e 4 homenageando o presidente. Todas traziam o logotipo do governo do Estado do Sergipe e o nome de Franco. A responsabilidade pelas faixas, segundo o governo, é da secretária de Saúde de Sergipe, Marta Barreto.

"Ministro José Serra, sua garra e disposição são importantes para o nosso país", lia-se na única faixa em frente à casa do governador, onde FHC e Serra almoçaram.

Antes do almoço, em seu discurso de 15 minutos sobre o Projeto Alvorada, "uma sequência lógica do Plano Real", FHC citou Serra quatro vezes. Não mencionou outras autoridades federais presentes, como os ministros Andrea Matarazzo (Comunicação de Governo) e Raul Jungmann (Desenvolvimento Agrário).

FHC afirmou que "o povo quer ver caminho concreto". "Como disse o ministro José Serra aqui. (O povo quer) É o saneamento básico, é ter acesso a um banheiro em casa, é ter água em cada escola do Brasil", disse o presidente.

Em seu discurso, FHC fez críticas ao "discurso vazio" e à falação dos oponentes. "Um dia como hoje vale por muitos e muitos dias, muitas vezes perdidos na retórica, no discurso vazio, no protesto vão, na palavra que ecoa, mas que, atrás dela, não tem nada, a não ser seu próprio
ribombar", disse, sem citar nomes.

Duas equipes da GW Comunicação Ltda. (que atuou nas campanhas eleitorais de FHC em 94 e 98) acompanharam a viagem presidencial. Cada equipe, uma em Aracaju e outra em Recife, contava com repórter, cinegrafista e operador, que registravam, em formato de reportagem, os discursos e as solenidades.

O diretor da GW Comunicação Ltda., Gilney Rampazzo, disse ontem que a empresa não firmou nenhum contrato com o governo. Segundo Rampazzo, a filmagem que estava sendo feita ontem em Recife será usada em programa político do PSDB. "Não estamos fazendo nada para o governo ou para o Projeto Alvorada", afirmou Rampazzo.
 

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