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23/03/2001 - 04h11

Itamar pede mobilização nas ruas em favor de CPI

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da Agência Folha

O governador de Minas Gerais, Itamar Franco (PMDB), defendeu em São Paulo uma "mobilização nacional nas ruas" pela instalação de uma CPI no Congresso para apurar denúncias de corrupção.

Ele e o presidenciável Ciro Gomes (PPS) reiteraram ontem as críticas ao presidente Fernando Henrique Cardoso e à base aliada do governo no Congresso.

"Se o próprio Congresso Nacional está com dificuldades de criar uma CPI, se o presidente da República impede essa CPI, esse debate tem que ser levado para fora. Ele não pode ficar cingido hoje ao Congresso", disse Itamar.

Durante uma palestra em Porto Alegre, Ciro afirmou que FHC, o senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) e o presidente do Senado, Jader Barbalho (PMDB-PA), "têm razão" em suas divergências mútuas. "Há um espetáculo vulgar em que ACM, Jader e FHC trocam acusações ficando nós outros cá com a sensação de que todos têm razão no que estão dizendo", disse.

Militares
O governador mineiro voltou a afirmar que a corrupção no governo FHC "é endêmica". Para ele, só a pressão dos setores organizados da sociedade evitará que o debate sobre o tema fique restrito ao Congresso.

"Por que (o debate) não pode ficar cingido ao Congresso Nacional? Porque, infelizmente, parte dos congressistas não permite a criação da CPI. Eu já fui parlamentar durante 16 anos e sei que é complicado", disse.

Itamar voltou a defender o envolvimento de militares no combate à corrupção no país. O governador fez questão de explicar que a participação dos militares ficaria restrita aos oficiais da reserva, e que as Forças Armadas não participariam como instituição.

"Agora, esses idiotas que ficam falando em golpismo, onde é que eles estavam em 1964 e em 1968, quando do AI-5? Eu estava lá na Prefeitura de Juiz de Fora, estava no Senado, podendo ter meu mandato cassado na defesa da democracia. E onde eles estavam? O próprio presidente da República estava no exterior", disse.

Articulação
Itamar está em São Paulo desde anteontem, fazendo articulações políticas. Acompanhado dos assessores Henrique Hargreaves e Alexandre Dupeyrat, que foram ministros quando Itamar ocupou a Presidência (1992-1994), o governador mineiro se reuniu com o diretor-executivo do Ibope, Carlos Augusto Montenegro.

O grupo discutiu pesquisas sobre a viabilidade de Itamar vira a ser candidato a presidente. Para o governador mineiro, a prioridade é tentar viabilizar a tese de uma candidatura própria de seu partido. "O PMDB, se não tiver candidato, está liquidado", afirmou.

No início de abril, Itamar vai discutir o assunto com o senador Pedro Simon (PMDB-RS). Simon teve sua pré-candidatura à Presidência lançada em novembro passado. Itamar ainda não oficializou sua pretensão, mas se movimenta como candidato.

Desde o lançamento da candidatura Simon, comenta-se no PMDB que o senador estaria apenas esquentando a vaga a ser eventualmente ocupada por Itamar. Ambos são amigos pessoais.

O próprio retorno de Itamar ao PMDB, avalizado pela cúpula que hoje controla o partido -Jader Barbalho (presidente do Senado), Eliseu Padilha (Transportes), Geddel Vieira Lima (líder na Câmara) e Michel Temer (ex-presidente da Câmara)- é um indício forte de que o partido pretende usar o governador mineiro como opção caso não vingue uma aliança com os tucanos em 2002.

Em uma análise sobre os cenários para a sucessão de FHC em 2002, Ciro afirmou que, "se Itamar hegemonizar o PMDB, significa que o PMDB terá se mudado para o campo da oposição. Se isso acontecer, o PMDB fará parte da coalizão de oposição".

De acordo com o presidenciável do PPS, "hoje quem manda no PMDB é o Jader Barbalho".
(PAULO MOTA e LÉO GERCHMANN)
 

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