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24/03/2001
-
02h58
da Agência Folha
O governador do Acre, Jorge Viana (PT), avalia como "desleal e chantagista" a tentativa de membros da base aliada de abrir uma CPI no Congresso para que sejam apuradas denúncias de corrupção do governo federal.
Para Viana, os partidos de oposição ao governo estão apenas cumprindo a obrigação de pelo menos tentar esclarecer as denúncias de corrupção feitas pela própria base do presidente Fernando Henrique Cardoso.
Segundo ele, "alguns políticos aliados passaram dos limites".
Questionado se votaria a favor da CPI, o governador disse que não falaria a respeito, apesar de ser do PT, partido que apóia a instalação da comissão. "Não sou deputado nem senador pra dizer se sou a favor ou contra a comissão."
"Enquanto permanecer a indecisão sobre a abertura ou não de uma comissão parlamentar para apurar uma série de denúncias, os Estados da região Norte do país continuarão a não receber as verbas federais." Segundo Viana, o governo usa a crise política como desculpa para segurar verbas que já deveriam ter sido repassadas.
Lula
O presidente de honra do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, disse ontem, no Rio, que o presidente Fernando Henrique Cardoso está sendo inconsequente ao tentar impedir a instalação da CPI. Para ele, isso vai desgastar ainda mais a imagem do governo.
"Em vez de dificultar a CPI, o governo deveria facilitar a apuração das denúncias, pois só assim poderá se colocar como inocente diante dos olhos da sociedade."
Ele afirmou que a CPI tem que funcionar como uma "rede de pesca" para apurar um "cardume de denúncias, principalmente as mais graves". "Um presidente da República não pode aparecer em público e impedir uma CPI como está fazendo o Fernando Henrique, até porque não é apenas uma denúncia, são muitas."
Lula não concorda com o argumento de FHC de que a CPI vai paralisar politicamente o pais. Segundo ele, o Executivo e o Congresso não têm que interromper seus trabalhos por causa da CPI.
"A única coisa que atrapalha é o medo do governo de que essas denúncias venham à tona." Sobre a assinatura do presidente do Senado, Jader Barbalho, no requerimento da CPI, Lula disse que foi um ato de consciência política e não uma questão sentimental.
Ato público
A oposição vai tentar usar a pressão popular para conseguir mais assinaturas ao pedido de CPI mista da corrupção. Um ato público em Brasília está marcado para o dia 5 de abril. O exemplo deverá seguido em outras cidades.
Nessas ocasiões, os partidos de oposição montarão bancas para coletar assinaturas da população. Elas não têm validade para aprovar a CPI, mas seriam usadas como uma forma de pressão sobre os parlamentares que se recusassem a assinar o requerimento.
Outro mecanismo de convencimento que parlamentares de oposição estão adotando é pedir aos eleitores que pressionem os congressistas -por meio de fax, telefone ou e-mail- a assinar a CPI.
CPI é "chantagista", diz governador petista
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O governador do Acre, Jorge Viana (PT), avalia como "desleal e chantagista" a tentativa de membros da base aliada de abrir uma CPI no Congresso para que sejam apuradas denúncias de corrupção do governo federal.
Para Viana, os partidos de oposição ao governo estão apenas cumprindo a obrigação de pelo menos tentar esclarecer as denúncias de corrupção feitas pela própria base do presidente Fernando Henrique Cardoso.
Segundo ele, "alguns políticos aliados passaram dos limites".
Questionado se votaria a favor da CPI, o governador disse que não falaria a respeito, apesar de ser do PT, partido que apóia a instalação da comissão. "Não sou deputado nem senador pra dizer se sou a favor ou contra a comissão."
"Enquanto permanecer a indecisão sobre a abertura ou não de uma comissão parlamentar para apurar uma série de denúncias, os Estados da região Norte do país continuarão a não receber as verbas federais." Segundo Viana, o governo usa a crise política como desculpa para segurar verbas que já deveriam ter sido repassadas.
Lula
O presidente de honra do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, disse ontem, no Rio, que o presidente Fernando Henrique Cardoso está sendo inconsequente ao tentar impedir a instalação da CPI. Para ele, isso vai desgastar ainda mais a imagem do governo.
"Em vez de dificultar a CPI, o governo deveria facilitar a apuração das denúncias, pois só assim poderá se colocar como inocente diante dos olhos da sociedade."
Ele afirmou que a CPI tem que funcionar como uma "rede de pesca" para apurar um "cardume de denúncias, principalmente as mais graves". "Um presidente da República não pode aparecer em público e impedir uma CPI como está fazendo o Fernando Henrique, até porque não é apenas uma denúncia, são muitas."
Lula não concorda com o argumento de FHC de que a CPI vai paralisar politicamente o pais. Segundo ele, o Executivo e o Congresso não têm que interromper seus trabalhos por causa da CPI.
"A única coisa que atrapalha é o medo do governo de que essas denúncias venham à tona." Sobre a assinatura do presidente do Senado, Jader Barbalho, no requerimento da CPI, Lula disse que foi um ato de consciência política e não uma questão sentimental.
Ato público
A oposição vai tentar usar a pressão popular para conseguir mais assinaturas ao pedido de CPI mista da corrupção. Um ato público em Brasília está marcado para o dia 5 de abril. O exemplo deverá seguido em outras cidades.
Nessas ocasiões, os partidos de oposição montarão bancas para coletar assinaturas da população. Elas não têm validade para aprovar a CPI, mas seriam usadas como uma forma de pressão sobre os parlamentares que se recusassem a assinar o requerimento.
Outro mecanismo de convencimento que parlamentares de oposição estão adotando é pedir aos eleitores que pressionem os congressistas -por meio de fax, telefone ou e-mail- a assinar a CPI.
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