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30/03/2001
-
03h06
da Folha de S.Paulo, em Brasília
O procurador-geral da República, Geraldo Brindeiro, entregou ontem ao diretor-geral da Polícia Federal, Agílio Monteiro, para a realização de uma perícia, a fita com a conversa gravada em fevereiro entre o senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) e três procuradores da República.
Brindeiro esteve ontem com o presidente do conselho de ética do Senado, Ramez Tebet (PMDB-MS), para conversar sobre o caso. Brindeiro disse que não poderia encaminhar ao conselho a fita, pois ela teria de ser periciada.
Segundo ele, cópias do laudo oficial serão entregues ao conselho de ética e ao corregedor-geral do Senado, Romeu Tuma (PFL-SP). O laudo servirá, ainda, como peça do inquérito administrativo que Brindeiro instaurou contra o procurador Luiz Francisco de Souza, responsável pela gravação.
Brindeiro disse que, apesar de o foneticista Ricardo Molina já ter periciado a fita, ela ainda não passou por uma perícia oficial.
ACM disse ontem que ainda não recebeu convocação para depor no conselho de ética sobre a conversa com os procuradores, em que teria dito possuir uma lista com o resultado da votação secreta para a cassação do senador Luiz Estevão, no ano passado.
O conselho de ética analisa se ACM quebrou o decoro parlamentar, violando o sigilo da votação, o que pode levar à cassação de seu mandato cassado.
ACM acha que não será "necessário" seu depoimento.
Os senadores do conselho de ética praticamente descartaram a possibilidade de fazer uma acareação entre os três procuradores que participaram da conversa -Luiz Francisco de Souza, Guilherme Schelb e Eliana Torelly.
Ouvidos em sessão secreta anteontem à noite, Schelb e Eliana disseram que ACM lhes contou, durante a reunião, ter uma "lista" ou "relação" sobre quem votou contra ou a favor da cassação do senador Luiz Estevão (PMDB).
Schelb frisou apenas não ter certeza quanto ao termo utilizado pelo pefelista e que, no contexto, parecia se tratar mais de um "juízo de valor" do que de informação sobre a votação.
Schelb e Eliana se apresentaram aos senadores separadamente. Primeiro a falar, Schelb chegou a reconstituir a cena em que o procurador Luiz Francisco teria pisado sobre as fitas.
Eliana reafirmou aos senadores ter queimado os restos que sobraram da gravação depois que Luiz Francisco pisoteou as fitas.
A única contradição significativa entre o que Eliana, Schelb e Luiz Francisco disseram aos senadores está na colocação que teria sido feita por ACM de que com a quebra do sigilo do ex-secretário-geral da Presidência Eduardo Jorge as investigações do Ministério Público "chegariam" ao presidente Fernando Henrique Cardoso.
Schelb disse que não ouviu essa correlação entre EJ e FH. Eliana afirmou não se lembrar. Luiz Francisco confirmou aos senadores ter ouvido. A perícia de Molina não detectou esse trecho.
Brindeiro entrega fita à PF para "perícia oficial
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O procurador-geral da República, Geraldo Brindeiro, entregou ontem ao diretor-geral da Polícia Federal, Agílio Monteiro, para a realização de uma perícia, a fita com a conversa gravada em fevereiro entre o senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) e três procuradores da República.
Brindeiro esteve ontem com o presidente do conselho de ética do Senado, Ramez Tebet (PMDB-MS), para conversar sobre o caso. Brindeiro disse que não poderia encaminhar ao conselho a fita, pois ela teria de ser periciada.
Segundo ele, cópias do laudo oficial serão entregues ao conselho de ética e ao corregedor-geral do Senado, Romeu Tuma (PFL-SP). O laudo servirá, ainda, como peça do inquérito administrativo que Brindeiro instaurou contra o procurador Luiz Francisco de Souza, responsável pela gravação.
Brindeiro disse que, apesar de o foneticista Ricardo Molina já ter periciado a fita, ela ainda não passou por uma perícia oficial.
ACM disse ontem que ainda não recebeu convocação para depor no conselho de ética sobre a conversa com os procuradores, em que teria dito possuir uma lista com o resultado da votação secreta para a cassação do senador Luiz Estevão, no ano passado.
O conselho de ética analisa se ACM quebrou o decoro parlamentar, violando o sigilo da votação, o que pode levar à cassação de seu mandato cassado.
ACM acha que não será "necessário" seu depoimento.
Os senadores do conselho de ética praticamente descartaram a possibilidade de fazer uma acareação entre os três procuradores que participaram da conversa -Luiz Francisco de Souza, Guilherme Schelb e Eliana Torelly.
Ouvidos em sessão secreta anteontem à noite, Schelb e Eliana disseram que ACM lhes contou, durante a reunião, ter uma "lista" ou "relação" sobre quem votou contra ou a favor da cassação do senador Luiz Estevão (PMDB).
Schelb frisou apenas não ter certeza quanto ao termo utilizado pelo pefelista e que, no contexto, parecia se tratar mais de um "juízo de valor" do que de informação sobre a votação.
Schelb e Eliana se apresentaram aos senadores separadamente. Primeiro a falar, Schelb chegou a reconstituir a cena em que o procurador Luiz Francisco teria pisado sobre as fitas.
Eliana reafirmou aos senadores ter queimado os restos que sobraram da gravação depois que Luiz Francisco pisoteou as fitas.
A única contradição significativa entre o que Eliana, Schelb e Luiz Francisco disseram aos senadores está na colocação que teria sido feita por ACM de que com a quebra do sigilo do ex-secretário-geral da Presidência Eduardo Jorge as investigações do Ministério Público "chegariam" ao presidente Fernando Henrique Cardoso.
Schelb disse que não ouviu essa correlação entre EJ e FH. Eliana afirmou não se lembrar. Luiz Francisco confirmou aos senadores ter ouvido. A perícia de Molina não detectou esse trecho.
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