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31/03/2001 - 03h06

Após revés, oposição tenta última manobra pela CPI

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DENISE MADUEÑO e RAQUEL ULHÔA, da Folha de S.Paulo, em Brasília

A oposição tenta neste fim-de-semana uma última operação para conseguir no Senado as duas assinaturas necessárias à criação da CPI da corrupção, acreditando que isso dará um impulso na coleta de apoios na Câmara. Mas o governo já canta vitória, dizendo que a CPI está inviabilizada.

O líder do bloco da oposição no Senado, José Eduardo Dutra (PT-SE), tem o compromisso de assinatura de um senador do PMDB, condicionada, no entanto, à obtenção de um segundo apoio. O peemedebista -que pediu para não ser identificado- só assina se houver o número necessário à criação da CPI. Alguns senadores foram escolhidos como alvo pela oposição que, hoje e amanhã, tenta pressioná-los por meio de suas bases estaduais.

Embora com a perspectiva de conseguir as 27 assinaturas exigidas no Senado, a oposição quer a CPI mista (integrada por senadores e deputados). Por isso vai continuar insistindo na coleta de assinaturas na Câmara. Das 171 assinaturas necessárias, teriam sido obtidas 144.

""Não temos ilusão de que uma CPI só do Senado funcionaria, porque os líderes dos partidos governistas não indicariam os integrantes e não existe instrumento regimental para forçar o presidente daquela Casa a fazer as indicações, como ocorre em relação à presidência do Congresso", disse Dutra. Segundo ele, os governistas ""iriam cozinhar a CPI até o fim do ano e ela caducaria, como aconteceu com a comissão das empreiteiras".

Um fato que comprovou a disposição dos governistas de barrar no Senado a investigação de corrupção foi a coleta de assinaturas para criar, nos últimos dias, quatro CPIs sobre assuntos de pouco impacto no governo federal, como biopirataria e demarcação de terras indígenas.

Marcha da insensatez
Publicamente, os líderes governistas ignoram o esforço da oposição. ""A marcha da insensatez foi detida", afirmou ontem o líder do governo no Congresso, deputado Arthur Virgílio (PSDB-AM).

Segundo Virgílio, a decisão da bancada do PMDB no Senado de impedir novas assinaturas foi ""fundamental" para brecar a CPI. O líder do PSDB na Câmara, Jutahy Júnior (BA), concorda. "O clima é mais calmo. Vencemos a batalha política", afirmou.

Para controlar os deputados da base aliada ao governo, líderes governistas estão recolhendo assinaturas em um manifesto contra a instalação da CPI.

Os líderes revelam a necessidade de cuidados do governo para não ficar sujeito à ameaça constante da criação de uma comissão para investigar suposta corrupção no governo.
 

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