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31/03/2001
-
03h09
FLÁVIA DE LEON, da Folha de S.Paulo
O governador da Bahia, César Borges, foi o escolhido pelo senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) para manter o diálogo com o governo federal e tentar obter vantagens para o Estado.
Além de ser considerado um dos mais fiéis do grupo que segue ACM, Borges tem a vantagem de ter pedidos estritamente administrativos a tratar com o governo.
"Converso permanentemente com o senador. Ele é meu líder, não faço nenhuma ação que não seja do conhecimento dele", disse o governador à Folha ontem, por telefone. "É impossível alguém pensar que o dr. Borges seria desleal comigo", afirmou ACM.
E atender esses pedidos é uma das formas que o grupo carlista consideraria uma compensação pela perda de cargos federais.
A primeira retaliação a ACM por ter enfrentado FHC foi a demissão de três aliados, dois deles tão próximos que são lembrados quando o assunto é a sucessão estadual, o senador Waldeck Ornélas, que era ministro da Previdência, e Rodolpho Tourinho, ex-ministro de Minas e Energia. A outra demissão foi a de Firmino Sampaio, ex-presidente da Eletrobrás.
Além disso, beneficiar a Bahia permitiria uma saída honrosa para ACM no caso da CPI da corrupção, enterrada, ao menos temporariamente, pelo governo.
Na quarta-feira, depois de acertar com ACM, Borges telefonou para o presidente Fernando Henrique Cardoso, que estava em reunião. Passados alguns minutos, o presidente respondeu ao recado do governador.
Conversaram sobre problemas administrativos do Estado: as estradas federais abandonadas no trecho baiano, apenas 38% dos recursos do Orçamento da União liberados, programas de irrigação paralisados e a omissão do governo no programa de recuperação do cacau no sul do Estado.
Mas, na introdução, Borges tratou de política e disse ao presidente FHC que esperava que o governo federal mudasse seu comportamento em relação à Bahia, já que as demissões são colocadas como uma retaliação não só a ACM, mas ao Estado.
FHC respondeu, segundo contou Borges, que é presidente de todo o país e que a Bahia não estava sendo retaliada. No final, acertaram que, quando FHC retornar de sua viagem aos Estados Unidos, Borges irá a Brasília conversar sobre a agenda.
Em São Paulo "para descansar um pouquinho", ACM afirmou que considerou "boa" a conversa entre Borges e FHC. "A que considerei fraca foi com Pedro Parente, de quem gosto muito, que disse que não haveria retaliações. Não retaliar é obrigação do governo".
ACM voltou a afirmar que é "senhor da data" em que a CPI da Corrupção será viabilizada. "Eu não desisto da CPI", disse.
ACM escolhe Borges para manter diálogo com o governo FHC
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O governador da Bahia, César Borges, foi o escolhido pelo senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) para manter o diálogo com o governo federal e tentar obter vantagens para o Estado.
Além de ser considerado um dos mais fiéis do grupo que segue ACM, Borges tem a vantagem de ter pedidos estritamente administrativos a tratar com o governo.
"Converso permanentemente com o senador. Ele é meu líder, não faço nenhuma ação que não seja do conhecimento dele", disse o governador à Folha ontem, por telefone. "É impossível alguém pensar que o dr. Borges seria desleal comigo", afirmou ACM.
E atender esses pedidos é uma das formas que o grupo carlista consideraria uma compensação pela perda de cargos federais.
A primeira retaliação a ACM por ter enfrentado FHC foi a demissão de três aliados, dois deles tão próximos que são lembrados quando o assunto é a sucessão estadual, o senador Waldeck Ornélas, que era ministro da Previdência, e Rodolpho Tourinho, ex-ministro de Minas e Energia. A outra demissão foi a de Firmino Sampaio, ex-presidente da Eletrobrás.
Além disso, beneficiar a Bahia permitiria uma saída honrosa para ACM no caso da CPI da corrupção, enterrada, ao menos temporariamente, pelo governo.
Na quarta-feira, depois de acertar com ACM, Borges telefonou para o presidente Fernando Henrique Cardoso, que estava em reunião. Passados alguns minutos, o presidente respondeu ao recado do governador.
Conversaram sobre problemas administrativos do Estado: as estradas federais abandonadas no trecho baiano, apenas 38% dos recursos do Orçamento da União liberados, programas de irrigação paralisados e a omissão do governo no programa de recuperação do cacau no sul do Estado.
Mas, na introdução, Borges tratou de política e disse ao presidente FHC que esperava que o governo federal mudasse seu comportamento em relação à Bahia, já que as demissões são colocadas como uma retaliação não só a ACM, mas ao Estado.
FHC respondeu, segundo contou Borges, que é presidente de todo o país e que a Bahia não estava sendo retaliada. No final, acertaram que, quando FHC retornar de sua viagem aos Estados Unidos, Borges irá a Brasília conversar sobre a agenda.
Em São Paulo "para descansar um pouquinho", ACM afirmou que considerou "boa" a conversa entre Borges e FHC. "A que considerei fraca foi com Pedro Parente, de quem gosto muito, que disse que não haveria retaliações. Não retaliar é obrigação do governo".
ACM voltou a afirmar que é "senhor da data" em que a CPI da Corrupção será viabilizada. "Eu não desisto da CPI", disse.
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