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11/04/2001 - 20h45

EJ abre sigilos bancário e fiscal e quer acareação com procuradores

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RICARDO MIGNONE
da Folha Online, em Brasília

O ex-secretário-geral da Presidência da República Eduardo Jorge Caldas Pereira entregou nesta quarta-feira todos os documentos solicitados pela Comissão de Fiscalização e Controle do Senado. A comissão está investigando a suspeita de que EJ tenha praticado tráfico de influência na liberação de verbas federais enquanto ocupou o cargo.

Ao sair do gabinete do presidente da CFC, senador Ney Suassuna (PMDB-PB), EJ disse que está disposto a depor novamente e que se sujeitaria a uma acareação com os procuradores Luiz Francisco de Souza e Guilherme Shelb, autores da denúncia contra ele.

"Prestarei depoimento quantas vezes for necessário. Aliás, eu gostaria muito de ser acareado com os procuradores para desmascarar a farsa que eles estão fazendo com a opinião pública brasileira", disse EJ.

"Eu diria a eles que são mentirosos e os desafiaria a mostrar no processo um indício que me incriminasse em qualquer ilegalidade ou irregularidade", afirmou. Ele acusou os procuradores de terem objetivos político-partidários e afirmou que vai aguardar o final da investigação para processá-los judicialmente.

EJ também criticou a tentativa da oposição de criar a CPI da Corrupção. Segundo o ex-secretário, a oposição deveria "se investigar" primeiro para "ter moral para pedir para investigar os outros".

"Eu não vi o PT pedir uma CPI para investigar de que o Lula tinha uma casa que não poderia ter, eu não vi o PT pedir uma CPI para apurar as acusações de tráfico de influência do Lula nas prefeituras do partido e eu estou vendo o PT resistir a uma CPI para apurar irregularidades na administração da Marta Suplicy (prefeita de São Paulo)", afirmou EJ.

A lista de documentos entregue por EJ a Ney Suassuna inclui os inquéritos abertos contra ele pelo Ministério Público, cópia do documento do Banco Central informando não ter sido encontrado nenhum depósito oriundo da obra do TRT de São Paulo e cartas assinadas pelo ex-secretário, sua mulher, irmãos e sócios, autorizando o Banco Central e a Secretaria da Receita Federal a abrirem seus sigilos fiscal e bancário.

EJ frisou que não autorizou a quebra do sigilo dos telefones do gabinete que ocupava no Palácio do Planalto.

"São telefones funcionais, da Presidência da República, e não é possível que o sigilo do lugar onde o presidente da República trabalha seja quebrado por histeria de dois procuradores. Eu só penso em terminar esse caso e ter uma completa absolvição, nada menos do que isso", disse EJ

Ney Suassuna disse que passará a Semana Santa lendo toda a documentação entregue por EJ e que encaminhará requerimento na próxima semana convocando o ex-secretário e os procuradores para prestar novos depoimentos. Suassuna disse que se os procuradores concordarem poderá haver uma acareação entre eles e EJ.
 

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