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11/05/2001
-
17h33
LUIZ FRANCISCO
da Agência Folha, em Capim Grosso
Um dia depois da megaoperação coordenada pelo governo que enterrou a CPI da corrupção, o senador Antonio Carlos Magalhães (PFL) disse que a politização da CPI e a radicalização do PT derrotaram a proposta das oposições.
"Politizaram demais a CPI. A culpa foi do PT", disse ACM, após discursar para cerca de 5.000 pessoas no final da manhã de hoje, em Capim Grosso (BA).
Acusado de ter participado da violação do painel de votação do Senado, Antonio Carlos Magalhães disse que os cinco deputados "carlistas" que retiraram as assinaturas do projeto que pedia a instalação de uma CPI seguiram a orientação do PFL. "Os deputados apenas cumpriram uma orientação dada pelo partido", afirmou.
Em seu discurso aos participantes do comício, ACM disse que não terá o seu mandato cassado pelos colegas. "Era só o que faltava, soltar o Lalau (o juiz aposentado Nicolau dos Santos Neto) e tirar o ACM do Senado."
Nicolau dos Santos Neto, que está preso, é acusado de desviar R$ 169 milhões das obras do TRT (Tribunal Regional do Trabalho) de São Paulo.
Pela primeira vez, porém, Antonio Carlos Magalhães admitiu a possibilidade de renunciar para evitar a cassação.
"Não serei cassado. Mas, se por acaso acontecesse, eu voltava para a Bahia, e a Bahia me daria novamente o Senado ou cargos melhores", afirmou em seu discurso, na praça central de Capim Grosso (278 km a noroeste de Salvador).
Ao ser indagado, após o discurso, se admitia a possibilidade de renunciar, ACM negou. "Não renuncio. Tenho o apoio do povo, o meu mandato é do povo e ninguém vai tirar."
De acordo com o ex-presidente do Senado, "os ladrões da Bahia e do Brasil" não terão vez enquanto ele estiver vivo.
"Seria fácil para mim estar acomodado, nos meus 70 anos (o senador tem 73), gozando as delícias do Senado. Não, eu quero é trabalhar, lutar pela Bahia e por vocês."
Muito aplaudido, o senador Antonio Carlos Magalhães citou em seu discurso que foi um dos responsáveis pela decisão da Ford de construir uma fábrica em Camaçari (região metropolitana de Salvador) e pelo reajuste de quase 20% do salário mínimo.
"Não é sem razão que a Ford veio para a Bahia. O presidente (FHC) não queria, o governo e os empresários de São Paulo não queriam, mas nós quisemos e a Ford é da Bahia."
Ainda em seu discurso, ACM pediu "força" para enfrentar os poderosos. "Está para nascer um homem que me meta medo. Não mete porque vocês estão comigo em todos os momentos, porque vocês me sustentam", disse Magalhães.
O grupo liderado pelo senador ACM deu uma demonstração de força política ontem em Capim Grosso.
Além do ex-presidente do Senado, também compareceram o governador César Borges (PFL), os senadores Waldeck Ornélas (PFL) e Paulo Souto (PFL), deputados federais e estaduais e cerca de 50 prefeitos da região, uma das mais pobres do Estado.
Algumas prefeituras da região alugaram ônibus para transportar correligionários e simpatizantes do senador ACM até Capim Grosso. Outros seis aviões levaram deputados e convidados.
Durante a sua permanência em Capim Grosso, o senador Antonio Carlos Magalhães não inaugurou nenhuma obra. "Nós o convidamos apenas para homenageá-lo", disse o prefeito Antonio Pinheiro (PFL).
Leia mais sobre a crise no governo
"Politizaram demais a CPI da Corrupção", afirma ACM
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da Agência Folha, em Capim Grosso
Um dia depois da megaoperação coordenada pelo governo que enterrou a CPI da corrupção, o senador Antonio Carlos Magalhães (PFL) disse que a politização da CPI e a radicalização do PT derrotaram a proposta das oposições.
"Politizaram demais a CPI. A culpa foi do PT", disse ACM, após discursar para cerca de 5.000 pessoas no final da manhã de hoje, em Capim Grosso (BA).
Acusado de ter participado da violação do painel de votação do Senado, Antonio Carlos Magalhães disse que os cinco deputados "carlistas" que retiraram as assinaturas do projeto que pedia a instalação de uma CPI seguiram a orientação do PFL. "Os deputados apenas cumpriram uma orientação dada pelo partido", afirmou.
Em seu discurso aos participantes do comício, ACM disse que não terá o seu mandato cassado pelos colegas. "Era só o que faltava, soltar o Lalau (o juiz aposentado Nicolau dos Santos Neto) e tirar o ACM do Senado."
Nicolau dos Santos Neto, que está preso, é acusado de desviar R$ 169 milhões das obras do TRT (Tribunal Regional do Trabalho) de São Paulo.
Pela primeira vez, porém, Antonio Carlos Magalhães admitiu a possibilidade de renunciar para evitar a cassação.
"Não serei cassado. Mas, se por acaso acontecesse, eu voltava para a Bahia, e a Bahia me daria novamente o Senado ou cargos melhores", afirmou em seu discurso, na praça central de Capim Grosso (278 km a noroeste de Salvador).
Ao ser indagado, após o discurso, se admitia a possibilidade de renunciar, ACM negou. "Não renuncio. Tenho o apoio do povo, o meu mandato é do povo e ninguém vai tirar."
De acordo com o ex-presidente do Senado, "os ladrões da Bahia e do Brasil" não terão vez enquanto ele estiver vivo.
"Seria fácil para mim estar acomodado, nos meus 70 anos (o senador tem 73), gozando as delícias do Senado. Não, eu quero é trabalhar, lutar pela Bahia e por vocês."
Muito aplaudido, o senador Antonio Carlos Magalhães citou em seu discurso que foi um dos responsáveis pela decisão da Ford de construir uma fábrica em Camaçari (região metropolitana de Salvador) e pelo reajuste de quase 20% do salário mínimo.
"Não é sem razão que a Ford veio para a Bahia. O presidente (FHC) não queria, o governo e os empresários de São Paulo não queriam, mas nós quisemos e a Ford é da Bahia."
Ainda em seu discurso, ACM pediu "força" para enfrentar os poderosos. "Está para nascer um homem que me meta medo. Não mete porque vocês estão comigo em todos os momentos, porque vocês me sustentam", disse Magalhães.
O grupo liderado pelo senador ACM deu uma demonstração de força política ontem em Capim Grosso.
Além do ex-presidente do Senado, também compareceram o governador César Borges (PFL), os senadores Waldeck Ornélas (PFL) e Paulo Souto (PFL), deputados federais e estaduais e cerca de 50 prefeitos da região, uma das mais pobres do Estado.
Algumas prefeituras da região alugaram ônibus para transportar correligionários e simpatizantes do senador ACM até Capim Grosso. Outros seis aviões levaram deputados e convidados.
Durante a sua permanência em Capim Grosso, o senador Antonio Carlos Magalhães não inaugurou nenhuma obra. "Nós o convidamos apenas para homenageá-lo", disse o prefeito Antonio Pinheiro (PFL).
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