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29/05/2001 - 03h41

Teixeira Ferraz é condenado nos EUA

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KENNEDY ALENCAR
da Folha de S.Paulo, em Brasília

O brasileiro José Maria Teixeira Ferraz foi condenado nos Estados Unidos a 43 meses de prisão pela confissão de tentativa de lavar dinheiro do narcotráfico.

Teixeira Ferraz tenta fazer um acordo para sair da cadeia ou evitar ser condenado em outro caso do qual é acusado, o que aumentaria o seu tempo de prisão. Além da tentativa de lavar dinheiro do narcotráfico, ele é suspeito no caso Metrored (suborno de autoridades da Prefeitura de São Paulo) e no caso do dossiê Caribe.

Segundo o FBI, Teixeira Ferraz é um dos suspeitos de idealizar e negociar o dossiê Caribe. Em gravação do FBI, ele disse ter "a papelada". O dossiê é um conjunto de papéis sem autenticidade comprovada a respeito de supostas contas no exterior de uma empresa com sede em paraíso fiscal que pertenceria ao presidente Fernando Henrique Cardoso, ao ministro da Saúde, José Serra, ao ministro Sérgio Motta (Comunicações) -morto em 1998- e ao governador paulista Mário Covas -morto no começo de março.

FHC e Serra negam. Covas também negava. Motta morreu antes de o caso aparecer.

PF e FBI
Por intermédio da Justiça norte-americana e do FBI, a polícia federal dos EUA, as autoridades brasileiras querem tomar o depoimento de Ferraz e de outras 14 pessoas envolvidas com o dossiê. A PF tem especial interesse em ouvir Oscar de Barros, Luiz Cláudio Ferraz Silva, Honor Rodrigues da Silva, João Barusco e Ney Santos.

Oscar de Barros, sentenciado na semana passada a 78 meses de prisão por tentativa de lavar dinheiro para o narcotráfico, é também suspeito de idealizar e confeccionar o dossiê. Ele nega.

Como revelou a Folha em abril de 2000, Ferraz Silva é um empresário que diz ter intermediado a venda do dossiê a Leopoldo Collor, irmão do ex-presidente Fernando Collor de Mello, e ao ex-senador Gilberto Miranda.
Os dois teriam repassado os papéis ao ex-prefeito Paulo Maluf. Leopoldo, Collor, Miranda e Maluf negam envolvimento na operação.

Ferraz Silva, Honor, Barusco e Santos dizem que apenas intermediaram a venda do dossiê. Mas o FBI e a PF descobriram que, além de intermediários juntos a políticos e empresários, eles deram parte do dinheiro que teria comprado o dossiê. Partes do dossiê se mostraram falsas. A PF tenta provar que é tudo falso.

Agora, Ferraz Silva, Honor, Barusco e Santos tentam fazer um acordo com o governo brasileiro. A PF suspeita que eles tentaram lucrar com a venda do dossiê. Receberiam um prêmio maior que a parte que cada um deu para comprar os papéis, caso fossem revendidos por valor superior ao pago originalmente.

A PF descobriu que Honor havia sido condenado por estelionato. Honor e seus sócios Barusco e Santos criaram uma clínica de emagrecimento via internet que vendia medicamentos sem efeito, segundo investigação da PF e do FBI. O FBI levanta eventuais crimes cometidos por eles nos EUA.

Oscar de Barros e José Maria Teixeira Ferraz foram presos porque passaram a ser grampeados pelo FBI a pedido de promotores de Nova York que investigavam o caso Metrored. Nessas gravações, descobriu-se uma tentativa de lavagem de dinheiro para o narcotráfico, o que Teixeira Ferraz admitiu e Barros negou.
 

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