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30/05/2001 - 02h47

Declínio de ACM começou após morte do filho herdeiro político

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da Folha de S.Paulo

A carreira do senador Antonio Carlos Magalhães sofreu uma inflexão com a morte de seu filho Luís Eduardo Magalhães, em 21 de abril de 1998: "Perdi a minha vida. Por que não fui eu?"

ACM tinha programado os passos do filho, na época líder de FHC na
Câmara. Convencera Luís Eduardo a disputar o governo do Estado naquele ano. A vitória abriria caminho a sua candidatura à Presidência em 2002, um posto que ACM já havia então desistido de disputar pessoalmente.

O infarto fatal do filho transtornou seus planos. Privado de seu sucessor natural, passou a atuar como um radical livre, atropelando o presidente Fernando Henrique Cardoso e seus aliados no Congresso, imaginando talvez articular sua própria candidatura ao Planalto: "Eu não consegui diminuir a pobreza porque não sou nem fui presidente", disse.

A única vez que ACM tentou disputar a Presidência foi em 1994.
Governador da Bahia pela terceira vez, era tido como o nome natural do partido. Mas, no Encontro Nacional do PFL, em 26 de fevereiro, Marco Maciel e Jorge Bornhausen barraram sua candidatura, alegando que seria prudente aguardar os efeitos do Real.

ACM compreendeu que já não tinha chances e, no dia seguinte, defendeu uma aliança do PFL com o PSDB em torno de FHC -que até sugeriu à época Luís Eduardo para vice.

Após a morte do filho, que servia de amortecedor nos conflitos de ACM com FHC, o senador começou a se descolar do governo. Em 1999, propôs a CPI do Judiciário, que acabou revelando as relações do ex-secretário-geral da Presidência Eduardo Jorge com o juiz Nicolau dos Santos Neto.

Em julho, defendeu a criação de um fundo para a erradicação da miséria no Brasil, ao mesmo tempo em que criticava Pedro Malan, antigo aliado.
Obteve a aprovação, no Senado, da emenda que limita o uso de medidas provisórias pelo presidente. No ano seguinte, levou o PFL a defender o aumento do salário mínimo para R$ 180, o que desgastou muito FHC.

Desencadeou uma campanha para impedir que Jader Barbalho o sucedesse na presidência do Senado, rachando a base aliada. Derrotado, acusou FHC de traição e buscou o auxílio dos procuradores, aos quais disse ter tido acesso à lista dos votos na cassação de Luiz Estevão. E foi precisamente a revelação dessa conversa pelo procurador Luiz Francisco de Souza que levou às investigações sobre a violação do painel e ao pedido de sua cassação.
 

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