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30/05/2001 - 02h52

FHC e PT ajudam PMDB a proteger Jader

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VERA MAGALHÃES
da Folha de S.Paulo, em Brasília

Apontado como a "bola da vez" das investigações após as renúncias de Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) e José Roberto Arruda (sem partido-DF), o presidente do Senado, Jader Barbalho (PMDB-PA), deve ganhar uma rede de proteção que inclui o Palácio do Planalto, o PMDB e até a oposição.

O PT desistiu de apresentar denúncia contra Jader no Conselho de Ética do Senado. A justificativa é a mesma usada por interlocutores do presidente Fernando Henrique Cardoso e pelo PMDB: não há nada contra o presidente do Senado que caracterize quebra de decoro parlamentar.

Antes de estourar o escândalo da violação do painel, o PT chegou a estudar uma denúncia contra Jader no conselho, baseada em reportagens da revista "Veja" apontando aumento de patrimônio incompatível com a renda do peemedebista e acusações de envolvimento em corrupção.

Com a renúncia de ACM e Arruda, o PT não quer abrir um novo processo no Conselho de Ética, pois teme ser envolvido em denúncias -como a que começa a ser insinuada contra o líder do bloco de oposição, José Eduardo Dutra (PT-SE), de participação na violação do painel.

"O caso do Jader é diferente. Não é caso de representação ao conselho", diz o próprio Dutra.

O PMDB também está fechado com Jader. O discurso do partido é que o caso Banpará -de suposto envolvimento de Jader em desvios no banco estadual na década de 80- foi arquivado, e que as denúncias de corrupção na Sudam não se confirmaram.

O partido não teme nem o esperado discurso de renúncia de ACM, hoje. Ironicamente, senadores peemedebistas dizem que não há por que ter preocupação com um "ex-senador". A avaliação é que os "dossiês" do pefelista estão desmoralizados. Ao mirar vários alvos, ACM teria perdido a credibilidade.

Além disso, Jader conta com o respaldo de FHC, com quem trabalhou em dois lances fundamentais: a operação para abafar a CPI da corrupção e a costura da cassação de ACM.

Nos dois episódios, a avaliação é que Jader foi preciso e discreto, atuando nos bastidores, mas mantendo o "verniz" de que agiu estritamente dentro das prerrogativas da presidência da Casa. Com isso, se credenciou para receber suporte palaciano contra eventuais ataques de ACM.

Ritual
Jader criou um ritual para a despedida de ACM. O peemedebista vai presidir a sessão em que seu principal adversário no Senado renunciará ao mandato para fugir da cassação.

A intenção é, ao final do discurso de ACM, designar uma comissão de senadores para acompanhar o pefelista até a saída do Senado e dar início à Ordem do Dia (pauta de votações).

Só não o fará se o clima da sessão se deteriorar por causa de eventuais agressões feitas por ACM em seu discurso.
 

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