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30/05/2001 - 02h55

Alckmin assume frente de defesa de FHC

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THOMAS TRAUMANN
da Folha de S.Paulo

Ancorado pela herança da imagem positiva de Mário Covas, pelos R$ 7 bilhões que tem para investir até o ano que vem e de olho no comando do PSDB, o governador paulista, Geraldo Alckmin, resolveu se colocar na linha de frente da defesa do presidente Fernando Henrique Cardoso.

Ele organizou um jantar anteontem, no Palácio dos Bandeirantes (sede do governo paulista), com 13 deputados federais, o presidente nacional do partido, José Aníbal, e o ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidência, Aloysio Nunes Ferreira, para discutir respostas aos ataques da oposição. Horas antes, o governador havia almoçado com o ministro da Saúde, José Serra, um dos pré-candidatos tucanos à sucessão presidencial.

"O governador se colocou como o líder da defesa do presidente em São Paulo. A ordem é que nenhum ataque da oposição fique sem resposta do governo, da bancada ou, se for o caso, do governador", disse o deputado federal Paulo Kobayashi (PSDB-SP).

Aníbal disse que a intenção do governador é "deixar claro que o presidente não está sozinho, que tem um partido ao seu lado".

A presença de Aloysio no jantar foi para ter a certeza que a mensagem do governador chegue ao destinatário, o presidente.

O apoio de Alckmin vem em um dos momentos mais críticos da gestão FHC. Cercado pelas repercussões negativas do começo do racionamento de energia elétrica e pelas denúncias de ter encoberto investigações de corrupção, FHC perdeu apoios historicamente governistas, como o PTB, e tem enormes dificuldades para manter a aliança PSDB-PFL-PMDB para as eleições presidenciais de 2002.

Alckmin, que oficialmente é apenas candidato à reeleição, tem sido citado com opção caso o Planalto não consiga viabilizar um nome do núcleo do governo (leia-se Serra). O PFL de Jorge Bornhausen é o articulador da opção Alckmin. Em cerimônia ontem, o governador voltou a negar sua candidatura presidencial.

"O meu [nome] está fora. Sou soldado raso", disse, durante lançamento de um programa de educação, segundo entrevista divulgada pela sua assessoria.

"Primeiro, nós estamos em 2001, e eu tenho reiterado que [antecipar a discussão sobre a sucessão presidencial" é ruim porque você encurta o governo, diminui a governabilidade e começa a ter problema na base de sustentação. E é ruim para o país também, que tem uma série de desafios a serem vencidos. Então, isso aí [a sucessão presidencial] é para 2002", disse.

É o discurso dos sonhos de FHC, que com razão teme que a discussão sobre a sua sucessão esvazie seu poder faltando ainda 18 meses de mandato. Ao declarar publicamente o que FHC gostaria de ouvir, Alckmin está se colocando como um dos pilares de apoio do tempo que resta a FHC.

Na mesma entrevista, Alckmin respondeu com ironia quando questionado sobre o discurso de hoje do senador Antonio Carlos Magalhães. "Minha expectativa? Baixa credibilidade", disse.

A linha defendida por Alckmin no jantar com os deputados é a do "tucano respondão". Uma prévia dessa linha ocorreu semanas atrás, quando polemizou com a prefeita Marta Suplicy (PT-SP), dizendo que ela não sabia "prefeitar" (cuidar da cidade).

O encontro de anteontem foi o primeiro da bancada federal paulista com Alckmin desde a sua posse como governador, em março, após a morte de Covas.
 

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