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30/05/2001 - 10h16

ACM sugere esquema de compra de votos no Congresso

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da Folha Online

O senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) deve fazer um discurso explosivo hoje, às 15h, no plenário do Senado, quando apresenta sua renúncia ao mandato. Ele deve centrar seus ataques em membros do Senado, na atuação de algumas áreas do governo e pode não poupar o presidente Fernando Henrique Cardoso.

Em entrevista ao programa "Bom Dia Brasil", da Rede Globo, ACM citou um suposto esquema montado pelo governo para a compra de votos no Congresso, com verbas públicas, e com o objetivo de aprovar projetos considerados importantes.

"Havia uma máquina posta no governo desde o tempo de Sérgio Motta [ministro das Comunicações, morto em 1998], com o objetivo de ficar 20 anos no poder, às custas inclusive do emprego de verbas públicas. Não posso dizer que o presidente comandava esse processo", afirmou. "O presidente é leniente (suave) com a corrupção e, às vezes, permite que coisas aconteçam por culpa dele."

ACM disse acreditar que o ex-senador José Roberto Arruda tenha mostrado a FHC a lista de como votaram os senadores na sessão secreta que cassou o mandato de Luiz Estevão.

"Acredito que ele tenha conhecimento da lista por dois motivos. Primeiro porque acredito que o Arruda tenha mostrado a ele. Em segundo lugar, ele conversou com várias pessoas, inclusive comigo, sobre problemas de pessoas que teriam ou não votado naquela cassação", disse ACM.

Para ele, o presidente não teria reclamado ao conhecer a lista. "Essas coisas quando acontecem, as pessoas não ficam indignadas, ficam até satisfeitas na sua curiosidade. Zangado ele [FHC] não ficou."

Antecipando o que pode dizer em seu discurso, o senador atacou atitudes de FHC sobre algumas áreas do governo, especialmente a Saúde e a Fazenda, e sobre a base aliada.

"Acho que ele [FHC] precisa ter coragem de não permanecer querendo forçar uma base aliada que não funciona, a não ser sob barganha, verbas pagas para aprovar projetos importantes", disse. "Vou citar números da área econômica que são estarrecedores, e tudo [baseado] em fontes oficiais. Acho que o presidente tem que conversar com sua área econômica para mudar o caminho, do contrário, nós vamos para o abismo."

Senadores
O senador pefelista disse que não irá poupar seus colegas de Senado. "Alguns [senadores] foram realmente muito errados. Alguns foram até canalhas", disse ele, sem citar nomes. "E eu tenho pena dos canalhas, porque os canalhas caem adiante."

Em relação ao processo contra ele no Conselho de Ética, ACM afirmou que FHC estaria satisfeito com o resultado, que o forçou a renunciar. "Se ele [FHC] colaborou ou não, eu não sei. Mas ele não agiu para eu não perder [o mandato]. Ele está rindo", disse.

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