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19/07/2001
-
03h42
da Folha de S.Paulo, em Brasília
O Banco Central (BC) entrou novamente em confronto com o presidente do Senado, Jader Barbalho (PMDB-PA), deixando-o ainda mais acuado com as acusações de envolvimento nos desvios de recursos do Banpará.
Ontem, numa atitude inédita, o BC divulgou nota na qual insinua que o senador mentiu quando disse que lhe haviam negado o direito à informação sobre os processos existentes contra ele na autarquia.
Segundo a nota, Jader guarda desde 21 de março deste ano um trabalho -resumo que reúne o que há de mais relevante nos relatórios de fiscalização e pareceres do BC sobre o assunto. O texto havia sido concluído um dia antes, em 20 de março.
Esse resumo também foi enviado ao Ministério Público do Pará, servindo de guia para os promotores, na consulta e análise dos documentos. "O relatório completo, solicitado pelo senador, não foi remetido porque implicava quebra de sigilo bancário de outras pessoas citadas no processo", diz o BC, na nota.
A deputada Elcione Barbalho (PMDB-PA), ex-mulher de Jader, também havia pedido informações sobre seu envolvimento com os desvios e recebeu um relatório sobre o que há contra ela no mesmo dia 21 de março.
O senador vinha dizendo nos últimos dias que estava sendo acusado de forma injusta, já que o BC não havia lhe enviado os documentos que havia requisitado para se defender.
A nota do BC também pretende pôr fim à profusão de cifras sobre o montante do desvio. As irregularidades envolvendo os 11 cheques administrativos para a agência Jardim Botânico do Banco Itaú, por exemplo, somam atualmente R$ 1.757.374,98.
Foi esse montante que o inspetor Abrahão Patruni Júnior perseguiu em sua investigação em 1990. Esse, entretanto, não foi o único desvio a chamar a atenção do BC.
Os fiscais da autarquia também investigaram três cheques administrativos destinados ao Instituto Tecnológico de Brasília (ITB), no valor de R$ 538.626,61, e outros quatro cheques emitidos em favor de João Arcanjo da Silva, no valor de R$ 383.289,10.
Ao todo, o desvio registrado no Banpará em 1984 e 1985 somou R$ 2.679.290,69, em valores atuais, pelas contas do BC.
O BC também se eximiu de responsabilidade pelo destino do caso no Ministério Público. No dia 5 de maio, o promotor José Vicente Miranda Filho, do Pará, enviou um ofício à presidência do BC para se eximir da responsabilidade pelo arquivamento do processo referente ao Banpará.
O BC rebateu dizendo que enviou todos os relatórios de suas investigações ao Ministério Público e que "eventuais falhas do Ministério Público do Pará não poderiam ser imputadas ao Banco Central".
Desde o início do ano, essa foi a primeira vez que o BC se pronunciou em detalhes sobre o caso. Antes, alegava que não poderia dar informações devido ao sigilo bancário.
Requerimento
A senadora Heloísa Helena apresentou requerimento à Comissão de Fiscalização e Controle do Senado para que Francisco Gros seja convocado a depor para explicar a razão pela qual aprovou o relatório que dizia não haver indícios para incriminar juridicamente Jader no caso Banpará.
Gros era presidente do BC na época em que o banco foi fiscalizado e, hoje, é presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).
Leia mais sobre o caso Jader Barbalho
BC diz que Jader conhecia teor de relatórios sobre Banpará
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O Banco Central (BC) entrou novamente em confronto com o presidente do Senado, Jader Barbalho (PMDB-PA), deixando-o ainda mais acuado com as acusações de envolvimento nos desvios de recursos do Banpará.
Ontem, numa atitude inédita, o BC divulgou nota na qual insinua que o senador mentiu quando disse que lhe haviam negado o direito à informação sobre os processos existentes contra ele na autarquia.
Segundo a nota, Jader guarda desde 21 de março deste ano um trabalho -resumo que reúne o que há de mais relevante nos relatórios de fiscalização e pareceres do BC sobre o assunto. O texto havia sido concluído um dia antes, em 20 de março.
Esse resumo também foi enviado ao Ministério Público do Pará, servindo de guia para os promotores, na consulta e análise dos documentos. "O relatório completo, solicitado pelo senador, não foi remetido porque implicava quebra de sigilo bancário de outras pessoas citadas no processo", diz o BC, na nota.
A deputada Elcione Barbalho (PMDB-PA), ex-mulher de Jader, também havia pedido informações sobre seu envolvimento com os desvios e recebeu um relatório sobre o que há contra ela no mesmo dia 21 de março.
O senador vinha dizendo nos últimos dias que estava sendo acusado de forma injusta, já que o BC não havia lhe enviado os documentos que havia requisitado para se defender.
A nota do BC também pretende pôr fim à profusão de cifras sobre o montante do desvio. As irregularidades envolvendo os 11 cheques administrativos para a agência Jardim Botânico do Banco Itaú, por exemplo, somam atualmente R$ 1.757.374,98.
Foi esse montante que o inspetor Abrahão Patruni Júnior perseguiu em sua investigação em 1990. Esse, entretanto, não foi o único desvio a chamar a atenção do BC.
Os fiscais da autarquia também investigaram três cheques administrativos destinados ao Instituto Tecnológico de Brasília (ITB), no valor de R$ 538.626,61, e outros quatro cheques emitidos em favor de João Arcanjo da Silva, no valor de R$ 383.289,10.
Ao todo, o desvio registrado no Banpará em 1984 e 1985 somou R$ 2.679.290,69, em valores atuais, pelas contas do BC.
O BC também se eximiu de responsabilidade pelo destino do caso no Ministério Público. No dia 5 de maio, o promotor José Vicente Miranda Filho, do Pará, enviou um ofício à presidência do BC para se eximir da responsabilidade pelo arquivamento do processo referente ao Banpará.
O BC rebateu dizendo que enviou todos os relatórios de suas investigações ao Ministério Público e que "eventuais falhas do Ministério Público do Pará não poderiam ser imputadas ao Banco Central".
Desde o início do ano, essa foi a primeira vez que o BC se pronunciou em detalhes sobre o caso. Antes, alegava que não poderia dar informações devido ao sigilo bancário.
Requerimento
A senadora Heloísa Helena apresentou requerimento à Comissão de Fiscalização e Controle do Senado para que Francisco Gros seja convocado a depor para explicar a razão pela qual aprovou o relatório que dizia não haver indícios para incriminar juridicamente Jader no caso Banpará.
Gros era presidente do BC na época em que o banco foi fiscalizado e, hoje, é presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).
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