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25/07/2001 - 19h12

Depoimento complica situação política de governador do ES

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FERNANDA KRAKOVICS
da Agência Folha

Um depoimento hoje complicou ainda mais a vida do grupo político do governador José Ignácio (PSDB-ES), que enfrenta uma série de acusações de corrupção em seu governo _sobre as quais ele nega ter envolvimento.

Amanhã, membros da cúpula tucana, como o presidente do partido, José Aníbal, vão ouvir as alegações de Ignácio para deliberar sobre uma possível intervenção no diretório estadual do PSDB e a eventual expulsão do governador.

O auditor da Coopetfes (Cooperativa de Crédito dos Servidores da Escola Técnica) Paulo da Silva disse ao Ministério Público Estadual que os R$ 4 milhões da Fundação Augusto Ruschi, que tinham sumido da cooperativa, foram depositados na conta de Raimundo Benedito de Souza Filho, que trabalhou na campanha de José Ignácio.

O vice-governador Celso Vasconcelos (PSDB) entregou ao Ministério Público um dossiê, sem autenticidade comprovada, com a movimentação das contas de Souza Filho, conhecido como Bené, na cooperativa. De acordo com o documento, foram pagas despesas pessoais e eleitorais do governador com cheques de Bené _que está desaparecido.

O ex-secretário de Governo Gentil Ruy, cunhado do governador, em carta divulgada pela assessoria de Ignácio disse que autorizou o pagamento dessas despesas por Bené sem o conhecimento do tucano.

Ruy tem depoimento marcado para amanhã. Desde domingo, quando a carta foi divulgada, ele está desaparecido. Ele também teria assumido nessa carta a transferência de recursos públicos para a Coopetfes.

"Ele não tinha autonomia para transferir essas verbas", disse o promotor Evaldo Martinelli.

O cunhado do governador também foi convocado para depor na Decap (Delegacia de Crimes Contra a Administração Pública).

"Se for confirmado que ele realmente assinou a carta haverá seu indiciamento direto em inquérito policial, porque confessou um crime", afirmou o delegado Marcus Jager.

Em depoimento à Decap, o ex-subsecretário da Fazenda, Jamir Buolosi, e o coordenador de finanças da secretaria, Mário Bispo, confirmaram que o ex-subsecretário de Educação, Paulo Stefenoni, pediu a abertura de conta no Bancoob (Banco Cooperativa do Brasil).

Stefenoni assinou ofício transferindo R$ 5 milhões da Secretaria de Educação para a Coopetfes, que é vinculada ao Bancoob. O ex-secretário Marcello Basílio afirmou que não tinha conhecimento do repasse do dinheiro.

O delegado da Decap solicitou a quebra de sigilo bancário da cooperativa e do Bancoob.
 

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