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27/07/2001
-
20h17
LUIZA DAMÉ
WILLIAM FRANÇA
da Folha de S.Paulo
O secretário-geral da Presidência da República, Aloysio Nunes Ferreira, deve ser o novo ministro da Justiça, em substituição a José Gregori, que será nomeado embaixador em Portugal. O Brasil já pediu o "agreement" [concordância] ao governo português.
A troca desencadeará mudanças também nas lideranças do governo no Congresso, num movimento destinado a recolocar o PFL na articulação política do governo. A sigla está fora desde que perdeu as eleições para as presidências do Senado, que ficou com o PMDB, e da Câmara, que ficou com o PSDB.
Aloysio estava desgastado na articulação, tendo recebido críticas de todos os partidos que integram a base de sustentação. Ontem, ele ainda não estava convencido da troca. Para seu lugar, estão cotados os nomes dos deputados Arnaldo Madeira (PSDB-SP), líder do governo na Câmara, e Arthur Virgílio (PSDB-AM), líder do governo no Congresso. Para o lugar de um dos dois irá o deputado Heráclito Fortes (PFL-PI).
Com a indefinição do PMDB _que somente em setembro decide se continuará ou não apoiando o governo_, o presidente Fernando Henrique Cardoso acelerou os entendimentos para manter a coligação PSDB-PFL na eleição de 2002. Desde as eleições no Congresso em fevereiro, FHC participou de pelo menos dois encontros com tucanos e pefelistas.
A intenção de FHC é levar o PFL novamente para o centro da articulação política no Congresso _função que foi ocupada pelo partido quando o deputado Luís Eduardo Magalhães (PFL-BA), morto em 1998, era presidente da Câmara e líder do governo.
O ex-senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA), enquanto esteve aliado ao Planalto, também desempenhou esse papel.
Com a indicação de Gregori para a embaixada em Lisboa FHC dá uma "saída honrosa" ao amigo de mais de 30 anos.
Vítima de constantes desgastes com as demais áreas do governo e tido por assessores próximos de FHC como "cavalo de parada" _garboso, mas pouco resistente ao trabalho puxado_, Gregori trombou no início da semana, novamente, com a área militar. Outra vez com o chefe do Gabinete de Segurança Institucional, general Alberto Cardoso, e agora com o ministro da Defesa, Geraldo Quintão.
Gregori quis barrar a idéia de o presidente baixar uma medida provisória dando poderes de polícia para as Forças Armadas nas situações em que elas tiverem de atuar na segurança pública.
A medida havia sido escrita por Quintão e tinha apoio de Cardoso.
Ontem, durante reunião de FHC com 11 governadores, Gregori foi desautorizado publicamente pelo presidente nesse caso. FHC disse que não aceitava que ninguém lhe desse lições de direitos humanos ou de como evitar que as Forças Armadas retomem o poder de arbítrio _justamente os argumentos de Gregori.
Aloysio Nunes Ferreira deve assumir Ministério da Justiça
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WILLIAM FRANÇA
da Folha de S.Paulo
O secretário-geral da Presidência da República, Aloysio Nunes Ferreira, deve ser o novo ministro da Justiça, em substituição a José Gregori, que será nomeado embaixador em Portugal. O Brasil já pediu o "agreement" [concordância] ao governo português.
A troca desencadeará mudanças também nas lideranças do governo no Congresso, num movimento destinado a recolocar o PFL na articulação política do governo. A sigla está fora desde que perdeu as eleições para as presidências do Senado, que ficou com o PMDB, e da Câmara, que ficou com o PSDB.
Aloysio estava desgastado na articulação, tendo recebido críticas de todos os partidos que integram a base de sustentação. Ontem, ele ainda não estava convencido da troca. Para seu lugar, estão cotados os nomes dos deputados Arnaldo Madeira (PSDB-SP), líder do governo na Câmara, e Arthur Virgílio (PSDB-AM), líder do governo no Congresso. Para o lugar de um dos dois irá o deputado Heráclito Fortes (PFL-PI).
Com a indefinição do PMDB _que somente em setembro decide se continuará ou não apoiando o governo_, o presidente Fernando Henrique Cardoso acelerou os entendimentos para manter a coligação PSDB-PFL na eleição de 2002. Desde as eleições no Congresso em fevereiro, FHC participou de pelo menos dois encontros com tucanos e pefelistas.
A intenção de FHC é levar o PFL novamente para o centro da articulação política no Congresso _função que foi ocupada pelo partido quando o deputado Luís Eduardo Magalhães (PFL-BA), morto em 1998, era presidente da Câmara e líder do governo.
O ex-senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA), enquanto esteve aliado ao Planalto, também desempenhou esse papel.
Com a indicação de Gregori para a embaixada em Lisboa FHC dá uma "saída honrosa" ao amigo de mais de 30 anos.
Vítima de constantes desgastes com as demais áreas do governo e tido por assessores próximos de FHC como "cavalo de parada" _garboso, mas pouco resistente ao trabalho puxado_, Gregori trombou no início da semana, novamente, com a área militar. Outra vez com o chefe do Gabinete de Segurança Institucional, general Alberto Cardoso, e agora com o ministro da Defesa, Geraldo Quintão.
Gregori quis barrar a idéia de o presidente baixar uma medida provisória dando poderes de polícia para as Forças Armadas nas situações em que elas tiverem de atuar na segurança pública.
A medida havia sido escrita por Quintão e tinha apoio de Cardoso.
Ontem, durante reunião de FHC com 11 governadores, Gregori foi desautorizado publicamente pelo presidente nesse caso. FHC disse que não aceitava que ninguém lhe desse lições de direitos humanos ou de como evitar que as Forças Armadas retomem o poder de arbítrio _justamente os argumentos de Gregori.
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