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26/08/2001 - 03h07

Ex-secretário é quem deve explicar valores de contratos, diz Maluf

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da Folha de S.Paulo, em Brasília

O ex-prefeito Paulo Maluf recusou-se a dar explicações sobre o superfaturamento de cinco grandes obras viárias realizadas na sua gestão, entre 1993 e 1996. Por meio de sua assessoria, Maluf disse que os esclarecimentos devem ser dados pelo ex-secretário de Vias Públicas Reynaldo de Barros.

A resposta foi a mesma que Maluf deu ao vereador paulistano Milton Leite (PMDB), quando interrogado sobre o fator K em depoimento à CPI municipal da Dívida Pública, na última segunda-feira. A CPI apura os motivos do crescimento da dívida paulistana _estimada em R$ 18,5 bilhões_ desde a gestão Jânio Quadros (1986-1989).

Amigo do ex-prefeito, Reynaldo de Barros foi prefeito de São Paulo no final dos anos 70 e começo dos 80, nomeado por Maluf, então governador biônico. Barros acumulou o cargo de secretário com a presidência da Emurb (Empresa Municipal de Urbanismo) durante a gestão Maluf, permanecendo à frente da secretaria após a posse de Celso Pitta, sucessor e afilhado político de Maluf.

O ex-secretário não foi encontrado pela reportagem para comentar o superfaturamento. Segundo o advogado Floriano Marques Neto, Barros está em viagem ao exterior, devendo retornar ao Brasil no final da semana. Marques Neto defende Barros no processo judicial em que o ex-secretário é acusado de participação no superfaturamento de R$ 105 milhões das obras do túnel Ayrton Senna, em São Paulo.

Em abril, Barros foi chamado a depor na CPI. Três dias antes do depoimento, viajou para os Estados Unidos sob a alegação de que faria um tratamento contra apnéia. Seu depoimento está marcado para setembro. Maluf volta a depor na CPI no próximo dia 10 de setembro.

Empreiteiras
As empreiteiras Mendes Júnior, OAS, C.R. Almeida, Andrade Gutierrez e Camargo Corrêa também foram procuradas pela reportagem. O presidente da Camargo Corrêa, Carlos Antônio Rossi Rosa, declarou por meio de sua assessoria que "é difícil o superfaturamento ter acontecido".

Para Rossi, qualquer tentativa de fraude poderia ser descoberta pela Emurb, que tinha como checar facilmente os preços de equipamentos e insumos e o custo de mão-de-obra apresentados pelas empresas, por se tratarem de valores de mercado. Apesar das declarações do presidente, a Camargo Corrêa disse que o diretor mais indicado para falar sobre a obra do túnel Jânio Quadros, sob o rio Pinheiros, só estaria na empresa nesta segunda-feira.

A construtora C.R. Almeida também informou que somente um funcionário que estava fora da empresa poderia dar explicações sobre a obra da avenida Jacu-Pêssego. Apesar das tentativas, a reportagem não conseguiu ouvir representantes das demais empreiteiras.
 

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