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31/08/2001
-
02h28
RONALD FREITAS
da Folha de S. Paulo
O empresário Flávio Maluf, de cujas linhas telefônicas partiram ligações para a agência do Citibank de Genebra, na Suíça, é o representante legal de seu pai, o ex-prefeito Paulo Maluf, de sua mãe, Sylvia, e dos três irmãos, Lina, Ligia e Otávio. A procuração, assinada pelo próprio Flávio, por sua mãe e por seu irmão, outorgou-lhe plenos poderes a partir de 19 de maio de 1998.
O documento lhe confere poderes para representar os familiares "perante quaisquer bancos e perante terceiros". Também lhe é outorgado o poder de "gerir e administrar todos os negócios, direitos e interesses (...) podendo comprar e administrar bens, títulos e valores mobiliários (...) aceitar e assinar quaisquer escrituras públicas e/ou instrumentos particulares, para vigência no Brasil e/ ou Exterior, podendo definir todas as condições do negócio".
Desde que Flávio Maluf se tornou procurador da família, pelo menos uma ligação partiu de uma linha de sua propriedade para o Citibank de Genebra.
A Folha apurou que o telefonema foi feito no ano passado e durou pouco menos de dois minutos. Além de ligações para a Suíça, notório paraíso fiscal europeu, há registro de telefonemas para a França e para o principado de Mônaco, países onde o ex-prefeito Paulo Maluf passa férias regularmente com a mulher.
Conta na Suíça
De acordo com informações do governo da Suíça, a família Maluf era beneficiária de uma conta aberta no Citibank de Genebra em 1985, em nome da empresa Blue Diamond Ltd. Anos depois, o nome da empresa foi mudado para Red Ruby Ltd.
Em janeiro de 1997, oito dias depois depois de Maluf transmitir o cargo de prefeito de São Paulo para seu afilhado político Celso Pitta, a conta foi transferida para o Citibank da ilha de Jersey.
O Ministério Público de Genebra designou o procurador suíço Jean-Louis Crochet para avaliar o relatório sobre Maluf, elaborado pelo Escritório para Registros de Lavagem de Dinheiro da Polícia Federal da Suíça.
Pasama
Flávio assina a procuração como sócio da Pasama Participações S/C Ltda., holding que tem como sócios Paulo Maluf, sua mulher e os quatro filhos - o nome da holding é a junção das primeiras sílabas de Paulo Salim Maluf.
Fundada em 1989, a sociedade tem Maluf como principal acionista, com 91% das ações. O ex-prefeito também era o principal representante da empresa até abril de 1993.
Naquele ano, quatro meses depois de assumir o cargo de prefeito de São Paulo, ele desligou-se administrativamente da Pasama. A representação legal da empresa foi confiada a quaisquer de seus sócios, desde que pelo menos três deles assinassem os documentos conjuntamente. É nessa condição que Flávio é um dos signatários da procuração que lhe dá plenos poderes para negociar em nome da família Maluf.
MetroRed
Em relatório enviado pelo Ministério Público do Estado de São Paulo à polícia financeira da ilha de Jersey, paraíso fiscal localizado no canal da Mancha, Flávio Maluf é descrito como "suspeito" de intermediar esquema de suborno de R$ 1,5 milhão durante a gestão de Maluf na prefeitura de São Paulo (1993-1996).
O documento da promotoria refere-se à acusação de que houve interferência de Flávio na liberação das licenças para a empresa MetroRed Telecomunicações instalar cabos ópticos no subsolo da capital paulista. A MetroRed está sendo investigada pelo FBI, a polícia federal dos Estados Unidos.
Leia mais no especial caso Maluf
Flávio Maluf é representante legal da família desde 1998
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da Folha de S. Paulo
O empresário Flávio Maluf, de cujas linhas telefônicas partiram ligações para a agência do Citibank de Genebra, na Suíça, é o representante legal de seu pai, o ex-prefeito Paulo Maluf, de sua mãe, Sylvia, e dos três irmãos, Lina, Ligia e Otávio. A procuração, assinada pelo próprio Flávio, por sua mãe e por seu irmão, outorgou-lhe plenos poderes a partir de 19 de maio de 1998.
O documento lhe confere poderes para representar os familiares "perante quaisquer bancos e perante terceiros". Também lhe é outorgado o poder de "gerir e administrar todos os negócios, direitos e interesses (...) podendo comprar e administrar bens, títulos e valores mobiliários (...) aceitar e assinar quaisquer escrituras públicas e/ou instrumentos particulares, para vigência no Brasil e/ ou Exterior, podendo definir todas as condições do negócio".
Desde que Flávio Maluf se tornou procurador da família, pelo menos uma ligação partiu de uma linha de sua propriedade para o Citibank de Genebra.
A Folha apurou que o telefonema foi feito no ano passado e durou pouco menos de dois minutos. Além de ligações para a Suíça, notório paraíso fiscal europeu, há registro de telefonemas para a França e para o principado de Mônaco, países onde o ex-prefeito Paulo Maluf passa férias regularmente com a mulher.
Conta na Suíça
De acordo com informações do governo da Suíça, a família Maluf era beneficiária de uma conta aberta no Citibank de Genebra em 1985, em nome da empresa Blue Diamond Ltd. Anos depois, o nome da empresa foi mudado para Red Ruby Ltd.
Em janeiro de 1997, oito dias depois depois de Maluf transmitir o cargo de prefeito de São Paulo para seu afilhado político Celso Pitta, a conta foi transferida para o Citibank da ilha de Jersey.
O Ministério Público de Genebra designou o procurador suíço Jean-Louis Crochet para avaliar o relatório sobre Maluf, elaborado pelo Escritório para Registros de Lavagem de Dinheiro da Polícia Federal da Suíça.
Pasama
Flávio assina a procuração como sócio da Pasama Participações S/C Ltda., holding que tem como sócios Paulo Maluf, sua mulher e os quatro filhos - o nome da holding é a junção das primeiras sílabas de Paulo Salim Maluf.
Fundada em 1989, a sociedade tem Maluf como principal acionista, com 91% das ações. O ex-prefeito também era o principal representante da empresa até abril de 1993.
Naquele ano, quatro meses depois de assumir o cargo de prefeito de São Paulo, ele desligou-se administrativamente da Pasama. A representação legal da empresa foi confiada a quaisquer de seus sócios, desde que pelo menos três deles assinassem os documentos conjuntamente. É nessa condição que Flávio é um dos signatários da procuração que lhe dá plenos poderes para negociar em nome da família Maluf.
MetroRed
Em relatório enviado pelo Ministério Público do Estado de São Paulo à polícia financeira da ilha de Jersey, paraíso fiscal localizado no canal da Mancha, Flávio Maluf é descrito como "suspeito" de intermediar esquema de suborno de R$ 1,5 milhão durante a gestão de Maluf na prefeitura de São Paulo (1993-1996).
O documento da promotoria refere-se à acusação de que houve interferência de Flávio na liberação das licenças para a empresa MetroRed Telecomunicações instalar cabos ópticos no subsolo da capital paulista. A MetroRed está sendo investigada pelo FBI, a polícia federal dos Estados Unidos.
Leia mais no especial caso Maluf
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