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01/09/2001
-
18h47
SÉRGIO DÁVILA
da Folha de S.Paulo, em Nova York
Richard Howe, vice-presidente de assuntos corporativos do Citigroup, que engloba o Citibank e o Cititrust, evita entrar em detalhes quanto à atitude e o envolvimento da empresa no caso da conta de Paulo Maluf na ilha de Jersey.
Em tentativas na semana passada, a Folha fez três perguntas específicas a Howe: 1) se ele confirmava que as empresas Red Ruby e Blue Diamond eram operadas pelo Cititrust em nome de Paulo Maluf; 2) se ambas as firmas tinham sido criadas pelo Cititrust a pedido do político; e 3) se criar empresas offshore era uma prática comum do Cititrust para seus clientes considerados "especiais".
No fim da tarde de sexta-feira, o funcionário mandou um fax com as respostas. Quanto aos itens 1 e 2, dizia, o banco vai manter a mesma orientação divulgada anteriormente, na semana passada: respeitará sua política de não comentar nem mesmo se uma pessoa é mesmo sua cliente ou não, mas continua disposto a cooperar com as autoridades no que for preciso em suas investigações.
Quanto ao último item, o funcionário respondeu por telefone que o banco tinha por norma não comentar com a imprensa sobre procedimentos internos.
Uma visita ao site oficial do banco, no entanto, revela que a prática indicada pelos documentos obtidos pela Folha em Cayman é, pelo menos, sugerida ali.
No endereço eletrônico do Citibank, em português, um texto pergunta: "(...) Você está buscando formas de diversificar a sua carteira de investimento internacionalmente? Então, você veio ao lugar certo".
Clicado o link "venha descobrir", chega-se à apresentação do que é o "trust": "Proteja você e sua família dos imprevistos da vida colocando o seu patrimônio em um 'trust' ou em uma empresa de investimentos privados _instrumentos legais com esse objetivo".
Os agentes indicados pelo governo de Cayman como representantes das empresas off shore de Maluf se recusaram a dar informações argumentando com o sigilo propiciado pelas leis locais.
Tim Dargan, do Cititrust Limited, disse que "infelizmente" estava impossibilitado de comentar o caso em virtude do sigilo devido pelo banco a seus clientes.
O Cititrust é o agente da empresa Red Ruby Ltd., que movimentou recursos de Maluf na Suíça, segundo o governo daquele país.
David Bree, da Admiral Administration, se disse assustado pelo fato de uma empresa de que ele é agente estar sendo investigada no Brasil, na Suíça e em Jersey.
A empresa de Bree representa os interesses da Blue Diamond Ltd. em Cayman. Segundo o governo suíço, ela movimentou recursos ilegais de Maluf na Europa. Bree disse que não conhece Maluf, mas observou que isso não significa que o ex-prefeito não seja seu cliente. "De acordo com as leis de sigilo de Cayman, não posso revelar nomes de clientes."
Citibank evita falar sobre o caso Maluf
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da Folha de S.Paulo, em Nova York
Richard Howe, vice-presidente de assuntos corporativos do Citigroup, que engloba o Citibank e o Cititrust, evita entrar em detalhes quanto à atitude e o envolvimento da empresa no caso da conta de Paulo Maluf na ilha de Jersey.
Em tentativas na semana passada, a Folha fez três perguntas específicas a Howe: 1) se ele confirmava que as empresas Red Ruby e Blue Diamond eram operadas pelo Cititrust em nome de Paulo Maluf; 2) se ambas as firmas tinham sido criadas pelo Cititrust a pedido do político; e 3) se criar empresas offshore era uma prática comum do Cititrust para seus clientes considerados "especiais".
No fim da tarde de sexta-feira, o funcionário mandou um fax com as respostas. Quanto aos itens 1 e 2, dizia, o banco vai manter a mesma orientação divulgada anteriormente, na semana passada: respeitará sua política de não comentar nem mesmo se uma pessoa é mesmo sua cliente ou não, mas continua disposto a cooperar com as autoridades no que for preciso em suas investigações.
Quanto ao último item, o funcionário respondeu por telefone que o banco tinha por norma não comentar com a imprensa sobre procedimentos internos.
Uma visita ao site oficial do banco, no entanto, revela que a prática indicada pelos documentos obtidos pela Folha em Cayman é, pelo menos, sugerida ali.
No endereço eletrônico do Citibank, em português, um texto pergunta: "(...) Você está buscando formas de diversificar a sua carteira de investimento internacionalmente? Então, você veio ao lugar certo".
Clicado o link "venha descobrir", chega-se à apresentação do que é o "trust": "Proteja você e sua família dos imprevistos da vida colocando o seu patrimônio em um 'trust' ou em uma empresa de investimentos privados _instrumentos legais com esse objetivo".
Os agentes indicados pelo governo de Cayman como representantes das empresas off shore de Maluf se recusaram a dar informações argumentando com o sigilo propiciado pelas leis locais.
Tim Dargan, do Cititrust Limited, disse que "infelizmente" estava impossibilitado de comentar o caso em virtude do sigilo devido pelo banco a seus clientes.
O Cititrust é o agente da empresa Red Ruby Ltd., que movimentou recursos de Maluf na Suíça, segundo o governo daquele país.
David Bree, da Admiral Administration, se disse assustado pelo fato de uma empresa de que ele é agente estar sendo investigada no Brasil, na Suíça e em Jersey.
A empresa de Bree representa os interesses da Blue Diamond Ltd. em Cayman. Segundo o governo suíço, ela movimentou recursos ilegais de Maluf na Europa. Bree disse que não conhece Maluf, mas observou que isso não significa que o ex-prefeito não seja seu cliente. "De acordo com as leis de sigilo de Cayman, não posso revelar nomes de clientes."
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