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09/09/2001
-
02h57
ROBERTO COSSO
JULIA DUAILIBI
RONALD FREITAS
da Folha de S.Paulo
Contatos frequentes com o escritório de advocacia suíço Schellenberg Wittmer foram feitos dos telefones de Flávio Maluf, filho do ex-prefeito paulistano Paulo Maluf (PPB).
No último dia 10 de junho, um domingo, quando a Folha revelou a existência de depósitos ilegais no exterior em nome do ex-prefeito e de familiares dele, constam três ligações de telefones de Flávio para o escritório.
Com plenos poderes, Flávio é o representante legal de seu pai, de sua mãe, Sylvia, e dos três irmãos desde 1998.
Segundo a Folha apurou, a quebra de sigilo telefônico de Flávio Maluf mostrou a existência de diversas ligações para o escritório de advocacia, que tem sede em Genebra, na Suíça.
Há muitas ligações feitas antes e depois de junho, mas a existência de três ligações justamente no dia em que a reportagem foi publicada chamou a atenção das pessoas que investigam o caso.
Em 10 de junho, a Folha revelou que Paulo Maluf, Sylvia Maluf (mulher dele), Flávio, Otávio, Ligia e Lina Maluf (filhos) e Jacqueline Maluf (mulher de Flávio) são beneficiários de pelo menos US$ 200 milhões - mais de R$ 510 milhões - que estão aplicados na ilha de Jersey, um paraíso fiscal localizado no canal da Mancha.
A Folha teve acesso aos dados da quebra de sigilo telefônico do ex-prefeito Paulo Maluf, entregues à Justiça pelas operadoras de telefonia celular BCP Telecomunicações (duas linhas) e Telesp Celular (três linhas). Apenas uma delas continua ativa.
Ao todo, houve 1.059 ligações dos telefones celulares de Maluf do Brasil para o exterior. Além disso, quando o ex-prefeito estava em viagem ao exterior, houve 451 ligações e foram recebidas 187.
O país com maior número de ligações é Portugal (283 chamadas), seguido da França (266) e dos Estados Unidos (196). A maioria das ligações é curta: 447 delas têm até 1 minuto, e apenas 71 têm mais de 10 minutos.
Não há nenhuma chamada com mais de 25 minutos. Conforme Maluf já havia declarado à imprensa, a maioria de suas chamadas é direcionada a hotéis e locais ligados ao turismo - como empresas de aluguel de automóveis e serviços de informação turística.
Apesar de Maluf ser um viajante assíduo, o Ministério Público suspeita que parte das ligações direcionadas a hotéis pode não ter sido para fazer reservas, mas para falar com hóspedes. Alguns dos hotéis chamados por Maluf informaram não ter registro de estadia dele por lá.
O sigilo telefônico também revela que grande parte dos números chamados pelos aparelhos de Maluf é de telefones celulares internacionais. Grande parte mudou ou está desligado.
Por isso as pessoas que estão empenhadas em buscar informações sobre a ligação de Maluf com os depósitos ilegais no exterior avaliam a possibilidade de pedir à Justiça brasileira a expedição de ofícios ao exterior para obter os nomes dos proprietários dos celulares para os quais o ex-prefeito paulistano telefonou.
A relação confirma as 12 ligações feitas por telefones de Maluf para duas lojas especializadas na venda de diamantes, como a Folha informou ontem: a William Goldberg Diamond Company, em Nova York, e a Graff Diamond, em Londres. Nos registros fornecidos pelas companhias de celulares, há 14 ligações para uma imobiliária de Nova York.
Há 31 ligações feitas do telefone celular do ex-prefeito para o Reino Unido, mas nenhuma delas é direcionada para Jersey, o paraíso fiscal no canal da Mancha onde está depositado o dinheiro de Maluf e de seus familiares.
Dos seis números chamados na Suíça, apenas três são de telefone fixo. Ao todo foram realizadas 11 chamadas, mas o serviço de informações do local, que fornece o nome do proprietário da linha a partir do número, não possui registro para nenhum dos telefones chamados pelo ex-prefeito.
Houve cinco ligações de aparelhos de Maluf para um hotel na Itália e duas vezes para um resort nas Bahamas - paraíso fiscal no Caribe. E duas ligações para um médico nos Emirados Árabes.
Além disso, há dez chamadas para Mônaco, nove para Aruba, oito para a Argentina, quatro para a Bélgica, duas para o Uruguai e uma para a Alemanha.
As ligações efetuadas pela Folha para os números da Argentina e do Uruguai não foram completadas. Em todas as tentativas com Aruba, a Embratel informou que estava sem comunicação com a ilha caribenha.
_____________________________________________
Colaboraram FÁBIO ZANINI e PAULO DANIEL FARAH
Leia mais no especial caso Maluf
Suíços receberam 3 ligações de telefones de Flávio Maluf
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JULIA DUAILIBI
RONALD FREITAS
da Folha de S.Paulo
Contatos frequentes com o escritório de advocacia suíço Schellenberg Wittmer foram feitos dos telefones de Flávio Maluf, filho do ex-prefeito paulistano Paulo Maluf (PPB).
No último dia 10 de junho, um domingo, quando a Folha revelou a existência de depósitos ilegais no exterior em nome do ex-prefeito e de familiares dele, constam três ligações de telefones de Flávio para o escritório.
Com plenos poderes, Flávio é o representante legal de seu pai, de sua mãe, Sylvia, e dos três irmãos desde 1998.
Segundo a Folha apurou, a quebra de sigilo telefônico de Flávio Maluf mostrou a existência de diversas ligações para o escritório de advocacia, que tem sede em Genebra, na Suíça.
Há muitas ligações feitas antes e depois de junho, mas a existência de três ligações justamente no dia em que a reportagem foi publicada chamou a atenção das pessoas que investigam o caso.
Em 10 de junho, a Folha revelou que Paulo Maluf, Sylvia Maluf (mulher dele), Flávio, Otávio, Ligia e Lina Maluf (filhos) e Jacqueline Maluf (mulher de Flávio) são beneficiários de pelo menos US$ 200 milhões - mais de R$ 510 milhões - que estão aplicados na ilha de Jersey, um paraíso fiscal localizado no canal da Mancha.
A Folha teve acesso aos dados da quebra de sigilo telefônico do ex-prefeito Paulo Maluf, entregues à Justiça pelas operadoras de telefonia celular BCP Telecomunicações (duas linhas) e Telesp Celular (três linhas). Apenas uma delas continua ativa.
Ao todo, houve 1.059 ligações dos telefones celulares de Maluf do Brasil para o exterior. Além disso, quando o ex-prefeito estava em viagem ao exterior, houve 451 ligações e foram recebidas 187.
O país com maior número de ligações é Portugal (283 chamadas), seguido da França (266) e dos Estados Unidos (196). A maioria das ligações é curta: 447 delas têm até 1 minuto, e apenas 71 têm mais de 10 minutos.
Não há nenhuma chamada com mais de 25 minutos. Conforme Maluf já havia declarado à imprensa, a maioria de suas chamadas é direcionada a hotéis e locais ligados ao turismo - como empresas de aluguel de automóveis e serviços de informação turística.
Apesar de Maluf ser um viajante assíduo, o Ministério Público suspeita que parte das ligações direcionadas a hotéis pode não ter sido para fazer reservas, mas para falar com hóspedes. Alguns dos hotéis chamados por Maluf informaram não ter registro de estadia dele por lá.
O sigilo telefônico também revela que grande parte dos números chamados pelos aparelhos de Maluf é de telefones celulares internacionais. Grande parte mudou ou está desligado.
Por isso as pessoas que estão empenhadas em buscar informações sobre a ligação de Maluf com os depósitos ilegais no exterior avaliam a possibilidade de pedir à Justiça brasileira a expedição de ofícios ao exterior para obter os nomes dos proprietários dos celulares para os quais o ex-prefeito paulistano telefonou.
A relação confirma as 12 ligações feitas por telefones de Maluf para duas lojas especializadas na venda de diamantes, como a Folha informou ontem: a William Goldberg Diamond Company, em Nova York, e a Graff Diamond, em Londres. Nos registros fornecidos pelas companhias de celulares, há 14 ligações para uma imobiliária de Nova York.
Há 31 ligações feitas do telefone celular do ex-prefeito para o Reino Unido, mas nenhuma delas é direcionada para Jersey, o paraíso fiscal no canal da Mancha onde está depositado o dinheiro de Maluf e de seus familiares.
Dos seis números chamados na Suíça, apenas três são de telefone fixo. Ao todo foram realizadas 11 chamadas, mas o serviço de informações do local, que fornece o nome do proprietário da linha a partir do número, não possui registro para nenhum dos telefones chamados pelo ex-prefeito.
Houve cinco ligações de aparelhos de Maluf para um hotel na Itália e duas vezes para um resort nas Bahamas - paraíso fiscal no Caribe. E duas ligações para um médico nos Emirados Árabes.
Além disso, há dez chamadas para Mônaco, nove para Aruba, oito para a Argentina, quatro para a Bélgica, duas para o Uruguai e uma para a Alemanha.
As ligações efetuadas pela Folha para os números da Argentina e do Uruguai não foram completadas. Em todas as tentativas com Aruba, a Embratel informou que estava sem comunicação com a ilha caribenha.
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Colaboraram FÁBIO ZANINI e PAULO DANIEL FARAH
Leia mais no especial caso Maluf
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