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01/10/2001 - 07h42

Suíça abre inquérito sobre ex-prefeito Paulo Maluf

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ROBERTO COSSO
da Folha de S.Paulo

O procurador suíço Jean-Louis Crochet, de Genebra, abriu uma averiguação preliminar para investigar o eventual cometimento de crime naquele país por parte do ex-prefeito paulistano Paulo Maluf (PPB) e de familiares dele.

A averiguação preliminar, semelhante ao inquérito criminal existente no Brasil, é o primeiro passo para a abertura de um processo penal na Suíça.

A partir das informações recebidas da unidade de inteligência financeira da Suíça, Crochet irá verificar se há indícios da prática de crime de lavagem de dinheiro (ocultar a natureza de dinheiro ilícito para fazer com que ele tenha aparência de dinheiro lícito) por parte de Maluf e seus parentes.

Segundo a Folha apurou, as autoridades brasileiras que investigam Maluf receberam na semana passada a confirmação da Suíça de que a averiguação preliminar foi aberta por Crochet.

Na edição de 10 de junho, a Folha revelou a existência de depósitos no exterior em nome de Paulo Maluf, de sua mulher Sylvia, de seus filhos Flávio, Otávio, Lina e Lígia e de sua nora Jacqueline.

Em agosto, o governo da Suíça confirmou que Maluf manteve contas bancárias naquele país entre 1985 e 1997, quando o dinheiro foi transferido para Jersey, um paraíso fiscal no canal da Mancha.

A abertura da investigação preliminar na Suíça facilita as investigações sobre Maluf no Brasil.

Nesta semana, o Ministério da Justiça deverá encaminhar àquele país uma "letter of request" (carta de solicitação) feita pelo Ministério Público Federal e aprovada pelo juiz federal Fernando Gonçalves, da 8ª Vara Federal Criminal de São Paulo.

O objetivo é obter todas as informações disponíveis na Suíça sobre as movimentações financeiras realizadas pelo ex-prefeito e por familiares dele no país. O Ministério Público espera obter informações sobre a origem de cada um dos depósitos realizados pela família Maluf naquele país.

O fato de Crochet já ter informações sobre o caso irá agilizar a remessa dos extratos das contas de Maluf e das fichas de abertura das contas. Caso os dados solicitados não estivessem disponíveis, seriam necessários cerca de três meses para levantá-los.

A existência da averiguação também ajuda o Ministério Público Federal a colocar em prática a estratégia de refazer o caminho do dinheiro de trás para a frente, para tentar comprovar a tese de que os recursos depositados no exterior foram desviados quando Maluf ocupava cargos públicos.

Há suspeitas de que as contas de Maluf no Citibank de Genebra, que funcionaram entre 1985 e 1997, tenham recebido vários depósitos. A partir do rastreamento do dinheiro, espera-se que seja possível comprovar que esse dinheiro saiu do Brasil.

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