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04/10/2001 - 07h36

Jader viaja hoje para renunciar por carta

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MAURÍCIO SIMIONATO
da Agência Folha, em Belém

O senador Jader Barbalho (PMDB-PA) disse ontem que ainda não decidiu se vai ou não fazer discurso na entrega de sua carta de renúncia ao Senado hoje, em Brasília. Também não quis revelar o conteúdo da carta que decreta o fim do seu mandato. "Cada dia com a sua agonia. Amanhã [hoje], vocês saberão", afirmou aos jornalistas, em Belém.

Jader viaja hoje pela manhã para Brasília. O senador confirmou que vai fazer a entrega da carta de renúncia pessoalmente à Mesa do Senado. No último dia 18, ele já renunciou à presidência do Senado.

Na última segunda-feira, em entrevista à TV RBA, de sua propriedade, Jader admitiu pela primeira vez que deveria renunciar, mas disse que apenas entregaria um comunicado de renúncia e não faria qualquer discurso porque não tinha mais nada a dizer.

Em seu último dia como senador, Jader se reuniu com políticos aliados, amigos e advogados. Na reunião, reforçou sua disposição para se candidatar ao Senado novamente no ano que vem ou ao governo do Pará.

"Encomendei uma pesquisa no Estado para avaliar se o povo do Pará quer que eu me candidate ao Senado ou ao governo em 2002. Nas outras pesquisas que tenho, o meu nome está em primeiro lugar tanto para o Senado quanto para o governo", disse.

Uma ação do Ministério Público do Pará acabou com as últimas esperanças do senador de enfrentar um possível processo de cassação. Se o processo for iniciado, Jader perde a opção de renunciar e corre o risco de perder os direitos políticos por oito anos.

Na ação, a Promotoria pediu a suspensão da perícia determinada pela Justiça paraense na auditoria que o Banco Central mandou fazer no Banpará. Jader tinha a expectativa remota de que a perícia pudesse ficar pronta durante a tramitação do processo.

Amanhã, já sem o mandato e, consequentemente, sem a imunidade parlamentar e o foro privilegiado, Jader deve ser alvo de uma nova investida do Ministério Público do Estado. Os promotores vão entrar com uma ação na Justiça pedindo a indisponibilidade dos bens do senador.

Os promotores querem que Jader faça o ressarcimento de R$ 5 milhões aos cofres públicos. O valor se refere aos supostos desvios apontados no Banpará.

Jader não quis comentar a possível avalanche de processos contra ele após a renúncia. Já Edilson Dantas, um dos advogados, disse que o senador está preparado juridicamente para as ações. "Acreditamos que determinadas pessoas vão querer aparece em cima disso, mas estamos prontos para enfrentar." Além das ações, Jader também pode enfrentar um pedido de prisão.


Leia mais no especial Jader Barbalho
 

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