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05/10/2001 - 07h27

Empresas podem ter sigilo quebrado por suposta ligação com Maluf

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da Folha de S.Paulo

O promotor Marcelo Mendroni, do Ministério Público de São Paulo, pediu na última segunda-feira à Justiça estadual a quebra do sigilo bancário das empreiteiras CBPO e Constran e da Lavicen, uma locadora fantasma de caminhões e tratores, com sede fictícia no Paraná.

A promotoria suspeita que haja relação entre o dinheiro recebido das empreiteiras pela Lavicen e as contas de que o ex-prefeito Paulo Maluf e seus familiares são beneficiários na ilha de Jersey.

Folha Imagem - 01.out.2000
Paulo Maluf, presidente nacional do PPB
A Lavicen foi subcontratada pelas empreiteiras durante a construção do túnel Ayrton Senna, em São Paulo, na gestão do ex-prefeito Paulo Maluf (1993-1996), e da rodovia Carvalho Pinto, na gestão do ex-governador Luiz Antônio Fleury Filho (1991-1994). Maluf é réu em dois processos que apontam superfaturamento de R$ 105 milhões nas obras do túnel.

Oficialmente, a Lavicen pertence a Joel Gonçalves Pereira, não localizado pelas autoridades paulistas e paranaenses, e ao sapateiro Lavino Kill, que nega ser ou ter sido sócio da locadora. A assinatura de Kill no registro da Lavicen na Junta Comercial do Paraná é completamente diferente da de sua carteira de identidade.

No mês passado, o promotor Luiz Salles do Nascimento pediu ao Ministério Público do Paraná para tomar o depoimento de Kill e Pereira, processado à revelia pela Justiça paranaense por estelionato e falsidade ideológica.

A Lavicen tem como representante legal o contador Francisco Sacerdote, signatário dos contratos da locadora com as empreiteiras Constran e CBPO. Em depoimento na promotoria paranaense, Sacerdote disse que foi apenas funcionário da Lavicen. Nos anos 70, ele foi condenado a dois anos de prisão por estelionato, mas esteve foragido até a prescrição da pena, em 1997.

Via diplomática
O Ministério das Relações Exteriores encaminha na próxima semana o pedido de quebra de sigilo bancário do ex-prefeito Maluf às embaixadas brasileiras na Suíça e no Reino Unido. O pedido, assinado pelo ministro da Justiça, José Gregori, é acompanhado de um relato em francês e inglês das investigações de que o ex-prefeito é alvo no Brasil e da descrição dos crimes atribuídos a ele.

Ainda hoje, os embaixadores do Brasil em Berna e Londres receberão por fax um resumo da documentação para dar início às tratativas diplomáticas para entrega do pedido às chancelarias suíça e britânica. Compete a elas acionar a Justiça de Jersey e da Suíça, com quem o Brasil mantém acordo de cooperação judiciária.


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