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10/07/2000
-
03h44
A Fundação Teotonio Vilela, comandada pelo presidente nacional do PSDB, senador Teotonio Vilela Filho, desviou recursos públicos que deveriam ser usados para combater o desemprego.
O dinheiro, que veio do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), é destinado a cursos de qualificação profissional.
A conclusão é de uma auditoria realizada na entidade, a pedido do próprio senador, entre fevereiro e julho deste ano. Ele é o presidente do Conselho de Administração da Fundação Teotonio Vilela, que leva o nome de seu pai, já falecido.
Reunido anteontem em Maceió, o conselho de administração da entidade decidiu aprovar o relatório da auditoria.
O documento será enviado para o Ministério Público Federal, o Tribunal de Contas da União e o Ministério do Trabalho.
O presidente do PSDB determinou a auditoria depois que o jornal "Correio Braziliense" publicou, no final de fevereiro, reportagens apontando indícios de desvio de dinheiro público que deveria ser usado em cursos de capacitação profissional no Distrito Federal.
Todos afastados
No ano passado, o governo do Distrito Federal repassou R$ 4,5 milhões à Fundação Teotonio Vilela por meio de quatro contratos assinados entre o deputado federal Wigberto Tartuce (PPB), então secretário do Trabalho do DF, e a entidade. O dinheiro, com o qual a entidade deveria capacitar trabalhadores, saiu do FAT.
Na época das irregularidades, a fundação era dirigida por Geraldo Lessa, suplente de Teotonio Vilela no Senado.
Em Brasília, o responsável pela entidade era o diretor-administrativo Marcos Santa Rita. Ambos estão afastados.
O deputado Wigberto Tartuce, que repassou o dinheiro à entidade, deixou o cargo em abril.
Ainda não se sabe o valor exato do desvio, mas a auditoria revela que, dos R$ 4,5 milhões recebidos pela fundação, R$ 2,37 milhões foram sacados em agências bancárias.
Notas "frias"
Segundo a auditoria, para justificar os gastos da fundação com a qualificação de trabalhadores, foram apresentadas notas fiscais "frias". Uma das notas, de R$ 120 mil, diz que a empresa PIC, de Maceió, vendeu material escolar para a entidade. A empresa trabalha apenas com artefatos em cimento.
Ainda segundo a auditoria, o dinheiro do FAT foi usado para a compra de uma camionete importada, da marca Mitsubishi, por R$ 45 mil.
O carro é usado por Lícia Gatto Santa Rita de Melo. Ela é casada com Marcos Santa Rita, ex-diretor-administrativo da Fundação Teotonio Vilela.
"Vergonha"
A Folha procurou Geraldo Lessa e Marcos Santa Rita em Maceió. Lessa não estava e, até a conclusão desta edição, não ligou de volta. Os telefones de Santa Rita não atenderam.
"Estou com muita vergonha", disse o senador Teotonio Vilela Filho à Folha, ontem, antes de embarcar de Maceió para Brasília.
"Agora, vamos fazer auditorias em todos os contratos assinados pela fundação, inclusive com o governo federal. Vou até as últimas consequências nisso", afirmou Vilela.
Em apenas dois anos, 97 e 98, a Fundação Teotonio Vilela assinou convênios com seis ministérios. Ao todo, recebeu R$ 3,2 milhões, para realizar campanhas de aleitamento materno, instalar eletrificação rural e puxar água do subsolo nordestino, entre outros casos.
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Fundação de tucano desviou verba do FAT
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O dinheiro, que veio do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), é destinado a cursos de qualificação profissional.
A conclusão é de uma auditoria realizada na entidade, a pedido do próprio senador, entre fevereiro e julho deste ano. Ele é o presidente do Conselho de Administração da Fundação Teotonio Vilela, que leva o nome de seu pai, já falecido.
Reunido anteontem em Maceió, o conselho de administração da entidade decidiu aprovar o relatório da auditoria.
O documento será enviado para o Ministério Público Federal, o Tribunal de Contas da União e o Ministério do Trabalho.
O presidente do PSDB determinou a auditoria depois que o jornal "Correio Braziliense" publicou, no final de fevereiro, reportagens apontando indícios de desvio de dinheiro público que deveria ser usado em cursos de capacitação profissional no Distrito Federal.
Todos afastados
No ano passado, o governo do Distrito Federal repassou R$ 4,5 milhões à Fundação Teotonio Vilela por meio de quatro contratos assinados entre o deputado federal Wigberto Tartuce (PPB), então secretário do Trabalho do DF, e a entidade. O dinheiro, com o qual a entidade deveria capacitar trabalhadores, saiu do FAT.
Na época das irregularidades, a fundação era dirigida por Geraldo Lessa, suplente de Teotonio Vilela no Senado.
Em Brasília, o responsável pela entidade era o diretor-administrativo Marcos Santa Rita. Ambos estão afastados.
O deputado Wigberto Tartuce, que repassou o dinheiro à entidade, deixou o cargo em abril.
Ainda não se sabe o valor exato do desvio, mas a auditoria revela que, dos R$ 4,5 milhões recebidos pela fundação, R$ 2,37 milhões foram sacados em agências bancárias.
Notas "frias"
Segundo a auditoria, para justificar os gastos da fundação com a qualificação de trabalhadores, foram apresentadas notas fiscais "frias". Uma das notas, de R$ 120 mil, diz que a empresa PIC, de Maceió, vendeu material escolar para a entidade. A empresa trabalha apenas com artefatos em cimento.
Ainda segundo a auditoria, o dinheiro do FAT foi usado para a compra de uma camionete importada, da marca Mitsubishi, por R$ 45 mil.
O carro é usado por Lícia Gatto Santa Rita de Melo. Ela é casada com Marcos Santa Rita, ex-diretor-administrativo da Fundação Teotonio Vilela.
"Vergonha"
A Folha procurou Geraldo Lessa e Marcos Santa Rita em Maceió. Lessa não estava e, até a conclusão desta edição, não ligou de volta. Os telefones de Santa Rita não atenderam.
"Estou com muita vergonha", disse o senador Teotonio Vilela Filho à Folha, ontem, antes de embarcar de Maceió para Brasília.
"Agora, vamos fazer auditorias em todos os contratos assinados pela fundação, inclusive com o governo federal. Vou até as últimas consequências nisso", afirmou Vilela.
Em apenas dois anos, 97 e 98, a Fundação Teotonio Vilela assinou convênios com seis ministérios. Ao todo, recebeu R$ 3,2 milhões, para realizar campanhas de aleitamento materno, instalar eletrificação rural e puxar água do subsolo nordestino, entre outros casos.
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