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08/01/2002 - 07h14

Jânio de Freitas: O novo terceiro

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JANIO DE FREITAS
da Folha de S.Paulo

Em termos percentuais, a posição de Anthony Garotinho pode parecer pouco expressiva, mas os seus 11%, constatados pelo Datafolha, confirmam-lhe um terceiro lugar que, mencionado em notícia discreta sobre uma pesquisa não publicada, já distribuíra novas doses de inquietação nos que padecem as fragilidades do PSDB e do PMDB e os temores que assaltam o PT.

Anthony Garotinho (PSB) não conta, como Ciro Gomes (PPS), com a vantagem comum a Roseana Sarney e José Serra, de facilidades para alianças partidárias eleitoralmente significativas. PSB e PPS são pequenos e de pouco ou nenhum trânsito entre os maiores. Mas Garotinho conta com dois elementos favoráveis e com uma incógnita que talvez guarde a sua sorte grande.

O comportamento do eleitorado evangélico é ainda uma grande incerteza, embora, a aderir maciçamente a um dos candidatos, o provável é que seja a Garotinho. Mas provável, só. Os chefes religiosos dos evangélicos são, em grande número, dados a transações políticas e, assim, lançam uma interrogação sobre a dimensão do eleitorado evangélico com que Garotinho pode contar, e que lhe é indispensável para suprir a falta de bases do seu partido.

Já definidamente a seu favor, Garotinho pode imaginar-se atraindo muito mais parcelas do eleitorado peemedebista do que Serra o faria e bastante mais do que Roseana. E, como complemento favorável, Garotinho conta com inegável habilidade política, da qual acaba de dar um exemplo cujo significado não foi bem percebido por aí afora.

Projetar sua mulher, Rosinha Matheus, como candidata à sua sucessão no governo fluminense é um lance de mestre. Garotinho não pode contar, no Estado do Rio, com eventual apoio do PSDB, controlado por Marcello Alencar; nem do PMDB, controlado por Moreira Franco e cia. limitada; ou com o PFL, agora voltando à influência de Cesar Maia. Suas possibilidades com os cabos eleitorais ligados a esses partidos dependem da posse de poder político e administrativo. Mas, deixar o governo para disputar a sucessão seria entregá-lo ao PT e ficar sem instrumento algum em sua própria base.

Rosinha Matheus seria uma candidatura forte e, portanto, uma promessa consistente de bons acordos e transações com muitos influentes nos eleitorados dos partidos maiores. E, se concluir que sua candidatura à Presidência não merece maior investimento, Garotinho não enfrentará problemas para afastar Rosinha Matheus, que, até o momento decisivo, estará guardando o lugar contra ambições que, de outro modo, talvez se mostrassem irremovíveis.

Nada disso é suficiente para insinuar, sequer isso, que Garotinho é viável eleitoralmente, na disputa sucessória. Mas se soma ao seu terceiro lugar, com mais de 50% acima dos 7% de José Serra, para fazer dele um fato concreto na atualidade da disputa.

O risco
Noticia-se que José Serra vai lançar-se candidato no dia 21. E alguém é candidato há mais tempo? Nem Lula da Silva, que ainda se consumia na indefinição e Serra já era pretendente óbvio. Não só para sua bancada na imprensa.

O risco, com o tal lançamento, é de ridículo. Mesmo que não seja assim, mostra um pouco por que e como a candidatura de Serra tem dificuldade de deslanchar.

A lição
Fernando Henrique Cardoso quer que toda a propaganda e todo marketing do governo, como os seus também, se concentrem na difusão de que este é "o governo da inclusão social".

Doktor Joseph Goebbels sustentava que "uma inverdade mil vezes repetida passa a ser vista como verdade".

Melhoria
Este espaço ficará disponível para melhor uso nos próximos dias, por motivo de força maior (a temperatura atlântica, as marés oceânicas, as belezas marinhas).
 

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