Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
30/01/2002 - 06h46

De olho em Serra, PMDB quer esvaziar prévia

Publicidade

KENNEDY ALENCAR
da Folha de S.Paulo, em Brasília

A prioridade da cúpula do PMDB ainda é inviabilizar a prévia presidencial marcada para 17 de março, mas o "plano B" é esvaziar a disputa para, no dia seguinte, dizer que as bases deram um recado a favor de uma aliança e tentar fechar com José Serra, ministro da Saúde e pré-candidato tucano ao Planalto.

Fracassou a tentativa de convencer o governador de Minas Gerais, Itamar Franco, e o senador Pedro Simon (RS) a desistir da disputa. Se for inevitável, os governistas farão o boicote, facilitado por uma regra fixada por eles mesmos que exige a presença de 50% mais um dos cerca de 16 mil votantes na prévia.

Como tiveram mais de 60% dos votos na última convenção, os governistas avaliam que conseguiriam esvaziar o encontro e adotar o discurso de que isso seria uma demonstração da inviabilidade dos pré-candidatos.

Além de Simon e Itamar, está inscrito o ministro Raul Jungmann (Desenvolvimento Agrário), que já admitiu desistir se o governador Jarbas Vasconcelos (PE), peemedebista mais cotado para vice de Serra, fizer o pedido.

Para tentar garantir a prévia, Simon e Itamar fecharam um acordo. Itamar não quer disputar a Presidência, mas vai manter a pré-candidatura e despejar votos em Simon, que ainda tem quatro anos de mandato como senador.

"Não vamos deixar a cúpula vender o partido", diz o ex-deputado federal Paes de Andrade (CE), que tenta, a partir de hoje, colher um terço das assinaturas dos 514 convencionais para convocar um encontro extraordinário em 3 de março e garantir a prévia. Paes quer que, independentemente do quórum da prévia, a convenção oficial de junho seja obrigada a homologar o nome do vencedor como candidato.

Por isso, antes de optar pelo "plano B", a cúpula do PMDB tentará inviabilizar a prévia. Uma idéia é propor a Simon que renuncie ao mandato de senador para mostrar disposição de correr risco com o partido.

Em dezembro, numa reunião na casa do deputado Eunício Oliveira (CE), em Brasília, Simon disse que seu objetivo não era vencer, mas vender a imagem do PMDB na TV na campanha.

A pesquisa CNT/Sensus divulgada ontem diminuiu ainda mais a chance de Itamar concorrer ao Planalto. Itamar caiu de 9,1% para 3,8% no intervalo de um mês.

"A pesquisa mostra que o PMDB não tem candidato viável. O Itamar está empatado tecnicamente com o Enéas [Carneiro, do Prona, com 1,6%]. O Enéas, aliás, tem posições mais firmes do que o Itamar, que não sabe se quer ser candidato a presidente ou a governador de Minas Gerais", diz o líder do PMDB na Câmara, Geddel Vieira Lima (BA). Geddel é defensor de Serra.

Um estrategista de Itamar disse que o governador vai apoiar Simon e cuidar de sua vida em Minas. Mais à frente, se o PMDB se aliar a Serra, Itamar apoiará o PT.
 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página