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23/02/2002 - 19h20

Aprovação a FHC é a melhor desde a desvalorização do real

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FÁBIO ZANINI
da Folha de S.Paulo

O presidente Fernando Henrique Cardoso obtém na atual pesquisa Datafolha a melhor avaliação de seu segundo mandato.

Três anos e dois meses depois de ter assumido a Presidência pela segunda vez, FHC é avaliado por 31% dos entrevistados como um governante ótimo ou bom, uma elevação de sete pontos percentuais em relação ao último levantamento, realizado em dezembro do ano passado. É o maior índice obtido pelo presidente desde o início de 1999.

Simultaneamente, o índice dos que consideram ruim ou péssima a gestão de FHC caiu para o patamar mais baixo do segundo mandato: 29% agora têm esta opinião, contra 35% na pesquisa anterior.

O governo FHC é avaliado como regular por 38% dos entrevistados, praticamente o mesmo índice do levantamento anterior, quando essa taxa alcançava 40%.

O presidente obtém sua melhor avaliação na região Nordeste (36% de aprovação), e a pior no Sudeste (27%). FHC é mais bem avaliado nas cidades do interior (28%) do que nas capitais (25%).

A recuperação da popularidade do presidente ocorre no momento em que o candidato de seu partido, José Serra, deixa o governo para dedicar-se exclusivamente à campanha presidencial.

O tucano, agora ex-ministro da Saúde, deverá buscar equilibrar-se na campanha eleitoral entre a defesa do atual governo e a crítica a alguns pontos da política econômica. É provável que a melhora na avaliação do presidente o ajude no esforço de subir nas pesquisas para tentar viabilizar a candidatura ao Palácio do Planalto.

A outra pré-candidata governista, Roseana Sarney (PFL), apesar de menos identificada com FHC, também pode se beneficiar da recuperação da popularidade do presidente. Um outro efeito colateral deve ser o fortalecimento da ala governista do PMDB, cuja cúpula tende a apoiar José Serra.

Descolamento
Os números da pesquisa permitem concluir que duas crises recentes, a da Argentina e a da segurança pública, não estão sendo associadas ao governo federal.

No caso das dificuldades enfrentadas pelo país vizinho, o governo temia que houvesse refluxo na oferta de capitais para os mercados emergentes, o que poderia provocar alta do dólar e pressões inflacionárias. Na verdade, o Brasil se "descolou" da Argentina e o dólar acabou baixando.
Na área da segurança pública, a crise acabou sendo mais identificada com o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB).

Apesar disso, a violência é apontada por 21% dos entrevistados como o principal problema do país, contra os 10% obtidos no último levantamento. O desemprego continua liderando a lista de preocupações, tendo sido citado por 32% dos entrevistados. A saúde é citada como principal problema por 10% dos eleitores, e o complexo fome/miséria por 9%.

O presidente pode ter sido beneficiado pelo anúncio do fim do racionamento de energia, feito no último dia 19 _um dia antes do início da pesquisa Datafolha, realizada nos dias 20 e 21 deste mês.
Em março de 2001, pouco antes da crise de energia, a popularidade de FHC estava numa trajetória ascendente: 26% de ótimo/bom e 30% de ruim/péssimo. Com a ameaça do apagão, a taxa de aprovação caiu para 19%, e a de reprovação aumentou para 42%.

A nota média dada pelos entrevistados ao governo subiu de 4,9, em dezembro, para 5,4 _a maior de seu segundo mandato.

Apesar da elevação de sua popularidade, FHC ainda está distante dos índices obtidos durante seu primeiro mandato. Ele iniciou seu primeiro mandato com 39% de ótimo ou bom e, em dezembro de 1996, chegou a ter 47%.
Em setembro de 1998, um mês antes da reeleição, ele tinha 43% de aprovação. Três meses depois, no final do primeiro mandato, esse índice caíra para 35%.

Candidatos
Em uma evidência da vinculação entre as imagens de FHC e Serra, o presidente obtém sua melhor avaliação justamente entre os eleitores declarados do candidato tucano _51% consideram o governo federal ótimo ou bom.

Mas, curiosamente, vem dos eleitores do governador Itamar Franco (PMDB) a segunda melhor avaliação de FHC. Entre os eleitores do governador de Minas Gerais, desafeto do presidente e alinhado com a oposição, 40% consideram o governo ótimo ou bom, enquanto apenas 18% o avaliam como ruim ou péssimo.

Dos eleitores da governadora Roseana Sarney (PFL), 32% consideram a avaliação ótima ou boa. Já entre os eleitores declarados de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o índice é apenas de 23%.

Veja a pesquisa detalhada no site do Datafolha

Leia mais no especial Eleições 2002
 

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