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07/03/2002
-
08h31
RANIER BRAGON
da Agência Folha, em São Luís
O dinheiro encontrado pela Polícia Federal no cofre da sede da empresa Lunus, de propriedade da governadora e presidenciável Roseana Sarney (PFL-MA) e de seu marido, Jorge Murad, continua sem explicação cinco dias depois do ocorrido e vem gerando justificativas contraditórias.
O advogado da empresa, Vinícius César de Berredo Martins, disse ontem à Agência Folha que o R$ 1,34 milhão localizado no escritório "não tem esse aspecto cabeludo de que estão falando", mas evitou dar mais explicações sobre o assunto.
Negou que houvesse dólares no local, conforme vinha sendo especulado. Segundo ele, o dinheiro não pertence nem a Roseana nem a Murad, e sim a uma empresa (o advogado não quis dizer o nome) que funcionaria no mesmo escritório da Lunus, que fica em um prédio de quatro andares no bairro Renascença, região nobre de São Luís.
No final da tarde, a assessoria da governadora divulgou uma nota assinada por Luiz Carlos Cantanhede Fernandes, sócio-gerente da Pousada dos Lençóis Empreendimentos Turísticos Ltda., em que ele diz que a origem do dinheiro apreendido na Lunus é "lícita e legítima".
Fernandes contradiz o advogado ao afirmar que o dinheiro pertence à empresa Pousada dos Lençóis, de propriedade dele, de Jorge Murad Jr. e de Severino Francisco Cabral.
Na nota, o empresário diz que "a movimentação de dinheiro em espécie, além de ser usual em pagamentos de construção e obras, tem menor custo tributário e é praticada por quase todas as empresas do país, em face do acréscimo de 0,38% do imposto que incide sobre os cheques. É necessário ressaltar que a posse de numerário não é crime nem constitui qualquer prática ilegal".
Pagamento
Já Roseana diz que o fato de a PF encontrar dinheiro na empresa seria normal já que o dia da ação era o primeiro dia útil do mês, quando normalmente seria feito o pagamento dos funcionários.
Martins havia declarado na única manifestação pública que deu sobre o assunto, na segunda-feira, que o dinheiro seria usado por essa outra empresa para pagar madeira utilizada na construção de um pólo turístico em Barreirinhas, no nordeste do Estado.
Ontem, ele evitou ratificar o que disse, afirmando apenas que não iria se antecipar àqueles que seriam os verdadeiros donos do dinheiro.
Segundo Martins, a empresa explicará hoje porque guardava a quantia nos cofres da Lunus: "Tudo isso está perfeitamente documentado. A empresa vai esclarecer com documentos, com plantas, com mapas, moldura, ela tem como justificar o dinheiro".
O fato de a Lunus funcionar em um mesmo escritório com outra empresa também seria esclarecido hoje, afirmou Martins.
O advogado justificou a demora na explicação afirmando que isso não passa de uma "estratégia" criada pela defesa de Murad e Roseana para reunir mais elementos para um possível processo contra quem os acusa agora.
R$ 1,3 mi não é de Roseana, diz advogado
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da Agência Folha, em São Luís
O dinheiro encontrado pela Polícia Federal no cofre da sede da empresa Lunus, de propriedade da governadora e presidenciável Roseana Sarney (PFL-MA) e de seu marido, Jorge Murad, continua sem explicação cinco dias depois do ocorrido e vem gerando justificativas contraditórias.
O advogado da empresa, Vinícius César de Berredo Martins, disse ontem à Agência Folha que o R$ 1,34 milhão localizado no escritório "não tem esse aspecto cabeludo de que estão falando", mas evitou dar mais explicações sobre o assunto.
Negou que houvesse dólares no local, conforme vinha sendo especulado. Segundo ele, o dinheiro não pertence nem a Roseana nem a Murad, e sim a uma empresa (o advogado não quis dizer o nome) que funcionaria no mesmo escritório da Lunus, que fica em um prédio de quatro andares no bairro Renascença, região nobre de São Luís.
No final da tarde, a assessoria da governadora divulgou uma nota assinada por Luiz Carlos Cantanhede Fernandes, sócio-gerente da Pousada dos Lençóis Empreendimentos Turísticos Ltda., em que ele diz que a origem do dinheiro apreendido na Lunus é "lícita e legítima".
Fernandes contradiz o advogado ao afirmar que o dinheiro pertence à empresa Pousada dos Lençóis, de propriedade dele, de Jorge Murad Jr. e de Severino Francisco Cabral.
Na nota, o empresário diz que "a movimentação de dinheiro em espécie, além de ser usual em pagamentos de construção e obras, tem menor custo tributário e é praticada por quase todas as empresas do país, em face do acréscimo de 0,38% do imposto que incide sobre os cheques. É necessário ressaltar que a posse de numerário não é crime nem constitui qualquer prática ilegal".
Pagamento
Já Roseana diz que o fato de a PF encontrar dinheiro na empresa seria normal já que o dia da ação era o primeiro dia útil do mês, quando normalmente seria feito o pagamento dos funcionários.
Martins havia declarado na única manifestação pública que deu sobre o assunto, na segunda-feira, que o dinheiro seria usado por essa outra empresa para pagar madeira utilizada na construção de um pólo turístico em Barreirinhas, no nordeste do Estado.
Ontem, ele evitou ratificar o que disse, afirmando apenas que não iria se antecipar àqueles que seriam os verdadeiros donos do dinheiro.
Segundo Martins, a empresa explicará hoje porque guardava a quantia nos cofres da Lunus: "Tudo isso está perfeitamente documentado. A empresa vai esclarecer com documentos, com plantas, com mapas, moldura, ela tem como justificar o dinheiro".
O fato de a Lunus funcionar em um mesmo escritório com outra empresa também seria esclarecido hoje, afirmou Martins.
O advogado justificou a demora na explicação afirmando que isso não passa de uma "estratégia" criada pela defesa de Murad e Roseana para reunir mais elementos para um possível processo contra quem os acusa agora.
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