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04/06/2007 - 18h56

Oposição já tem 168 assinaturas para a CPI da Navalha; ainda faltam três

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GABRIELA GUERREIRO
da Folha Online, em Brasília

O grupo de deputados favorável à instalação da CPI da Navalha no Congresso Nacional já reuniu 168 assinaturas necessárias na Câmara para a apresentação do requerimento que pede a criação da CPI --três a menos que o número mínimo de 171 assinaturas previsto no regimento da Casa. No Senado, já há número suficiente para que a comissão seja instalada, uma vez que 29 parlamentares já aderiram ao requerimento --o mínimo são 27 assinaturas.

O deputado Julio Delgado (PSB-MG) disse acreditar que até amanhã o número necessário de assinaturas na Câmara seja alcançado. "Vamos fechar isso entre hoje e amanhã para que a CPI Mista [Câmara e Senado] seja criada", disse.

Delgado admitiu que "dificilmente" o grupo pró-CPI conseguirá reunir mais que 180 assinaturas de deputados favoráveis à instalação da comissão. Inicialmente, Delgado havia prometido encaminhar o requerimento à Mesa Diretora do Congresso se conseguisse reunir pelo menos 185 assinaturas, numa espécie de "margem de segurança" caso alguns parlamentares decidam retirar seus nomes do documento.

"Essa margem de folga vai ser difícil. Vamos tentar, mas não sei se dá. Se chegarmos a 180 [assinaturas], é lucro."

Mesmo com o que chama de "recolhimento a conta-gotas" de assinaturas, Delgado disse que a CPI vai sair do papel. "Ao colocar a sua assinatura, a retirada fica uma coisa muito constrangedora para o deputado", afirmou.

A base aliada do governo na Câmara trabalha nos bastidores para evitar que deputados assinem o requerimento. Nem a oposição é unânime na coleta de assinaturas, apesar de o DEM (ex-PFL) ter criado uma "força tarefa" em busca de novas adesões à CPI. Os deputados temem que, durante as investigações sobre a empreiteira Gautama, surjam novas denúncias contra o governo federal e parlamentares que teriam facilitado a liberação de emendas em troca de vantagens oferecidas pela empresa. A Gautama é suspeita de liderar o esquema de fraude em licitações, desarticulado pela Operação Navalha.

Chinaglia

Delgado rebateu as afirmações do presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), de que a criação de CPI para investigar os desdobramentos da Operação Navalha, deflagrada pela Polícia Federal, tornaria o Congresso uma "caixa de ressonância" das investigações policiais.

Segundo o deputado, Chinaglia não tem poderes para impedir que a comissão seja instalada na Câmara. "Creio que é uma manifestação pessoal de um parlamentar. Ele deu uma manobra equivocada de piloto durante a instalação da CPI do Apagão. Não acredito que vá repetir essa conduta", afirmou.

Delgado disse que a CPI não vai reproduzir investigações já conduzidas pela PF, como argumenta Chinaglia. "As atribuições da Polícia Federal são claras. Essa CPI terá características que vão resultar em ações no Congresso, como mudanças na Comissão de Orçamento. Não vejo prejuízos em se instalar essa CPI", disse o deputado.

 

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