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18/03/2002 - 20h05

Roseana diz que não faz parte da "corriola do Planalto"

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RANIER BRAGON
da Agência Folha, em Pirapemas e Catanhede (Maranhão)

A governadora do Maranhão, Roseana Sarney (PFL) usou nesta segunda-feira inaugurações no interior do Estado para endurecer o discurso contra o governo federal, chegando a afirmar, inclusive, que está tendo sua vida investigada porque não faz parte da "corriola do Planalto".

"Uma governadora do Nordeste, mulher, que não tem grupos econômicos fortes atrás dela, uma governadora que não faz parte da corriola do Planalto, uma governadora que só trabalha e que tem 80% de aprovação em seu Estado... é evidente que o poder se sentiu atingido", disse para cerca de mil pessoas que assistiram, em Cantanhede, à solenidade de inauguração de uma estrada.

Corriola, segundo os dicionários, tem também o sentido de "bando", "quadrilha". Nos dois discursos que fez, em Pirapemas e Cantanhede (a cerca de 150 km de São Luís), Roseana cobrou investigação também contra os outros candidatos à Presidência e voltou a dar sinais de que vai optar mesmo pela candidatura ao Senado.

Esses foram os discursos mais duros de Roseana desde a ação que a Polícia Federal realizou na Lunus, no último dia 1º, e ocorrem dois dias antes da possível fala do ex-presidente José Sarney (PMDB-AP) na tribuna do Senado, quando se espera mais ataques ao governo.

A Lunus tem como sócios a governadora e seu marido, Jorge Murad. Segundo os pefelistas, a operação policial foi arquitetada pelo Planalto. O PSDB nega.

Roseana saiu de São Luís seguida de uma caravana e parou por várias vezes ao longo do caminho para visitar escolas ou a população local. Seu primeiro discurso ocorreu em Pirapemas, onde cerca de 500 pessoas, segundo a polícia, a receberam com estouro de fogos.

Roseana disse em sua fala que não há corrupção em sua administração e que nunca recebeu dinheiro de origem ilícita em seus mais de sete anos de governo. Na ação na Lunus, foi apreendido R$ 1,34 milhão. Murad assumiu para si a responsabilidade pelo dinheiro, afirmando que ele seria usado durante a campanha.

"Nunca nos deram dinheiro, nosso governo não tem corrupção. Querem jogar lama em nosso governo, mas o povo do Maranhão nos conhece", disse Roseana em um palanque improvisado na região central da cidade.

"Poder oculto"
Ela classificou a ação da PF como fruto de uma "trama" urdida pelo "poder oculto" que teria se sentido ameaçado. E disse ainda, que gostaria que fosse dado aos "outros candidatos" o mesmo tratamento que está sendo dispensado a ela. "Se forem procurar lá fora, encontrarão muita coisa", afirmou.

Depois, a comitiva seguiu para Cantanhede _a estrada inaugurada beneficia os dois municípios_, onde discursou novamente, desta vez, de cima de um trio elétrico, para uma platéia de cerca de mil pessoas.

Roseana lembrou que se dispôs a ser a candidata do PFL à Presidência por insistência do partido e afirmou que, ao ultrapassar os 20% nas pesquisas, teria sido vítima do que ela classifica como "armação". "Quero o meu atestado de honestidade", declarou.

Dando a entender que o caso Lunus só lhe deixou a alternativa de disputar o senado, Roseana declarou ainda que só pode "contar" com o povo do Maranhão. "É o único com quem eu posso contar, porque me conhece, não são essas outras pessoas de fora. Só quem me conhece é o povo que está aqui no Maranhão", disse.
 

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