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Renan diz que palavra "renúncia" não existe em seu dicionário
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GABRIELA GUERREIRO
da Folha Online, em Brasília
Em meio à pressão de aliados e de membros da oposição para que renuncie à presidência do Senado, o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) disse nesta quarta-feira, em tom enfático, que não vai se afastar do cargo.
Renan disse que a palavra "renúncia" não existe em seu dicionário ao alegar que apresentou provas comprovando sua inocência em denúncias de que teria usado recursos da empreiteira Mendes Júnior para pagar pensão e aluguel à jornalista Mônica Veloso --assim como em suas movimentações com a venda de gado em Alagoas.
"Aqueles que estão pensando que, sem ter um fundamento, sem ter uma agressão, uma denúncia que não seja comprovada por documentos, eu vou deixar a presidência do Senado, está redondamente enganado. Só que não conhece a minha biografia, a minha história [pode fazer essa proposta]", enfatizou.
Renan reiterou que "a verdade vai prevalecer" no final do processo por quebra de decoro parlamentar que responde no Conselho de Ética do Senado. "Eu consegui produzir provas negativas, as mais difíceis de se produzirem. Estou absolutamente tranqüilo", disse.
O senador afirmou que autorizou a realização de perícia pela Polícia Federal em seus documentos, assim como permitiu que o conselho ouvisse o lobista da Mendes Júnior, Cláudio Gontijo, e o advogado de Mônica Veloso, Pedro Calmon Filho. "Eu autorizei tudo isso, a ouvir a outra parte, o pinóquio [advogado de Mônica], que mentiu demais. Agora, compete ao Conselho de Ética decidir", disse Renan.
O presidente do Senado disse que "não é seu problema" se houve irregularidades entre os compradores de parte de seu rebanho em Alagoas. "O problema é de quem comprou. Eu paguei imposto sobre a maior alíquota. A minha vida está aberta, minhas vísceras foram expostas. Eu falei a verdade", enfatizou.
Pressão
Renan negou que esteja recebendo pressão de aliados para renunciar à presidência diante da crescente onda de denúncias sobre sua movimentação fiscal. O senador disse ser um "homem de luta" que não vai desistir de se defender em meio ao processo.
"Só quem não me conhece [pode fazer essa proposta], eu sou uma homem de luta. Sou presidente do Senado, me elegi por quase unanimidade dos votos. Represento a Casa e não vou estar aquém da necessidade, da dignidade", disse.
O senador afirmou que vai presidir a sessão plenária do Senado na tarde de hoje para a votação de medidas provisórias que trancam a pauta de votações da Casa. Desde que as denúncias contra Renan ganharam força, o Senado não realiza votações em plenário. Apesar da paralisia, Renan disse que a Casa Legislativa vem funcionando na "mais absoluta normalidade".
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