Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
21/06/2007 - 17h06

Renan chama de "esquizofrênica" crise política que enfrenta após denúncias

Publicidade

GABRIELA GUERREIRO
da Folha Online, em Brasília

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), chamou nesta quinta-feira de "esquizofrênica" a crise política que enfrenta desde que surgiram denúncias de que teria utilizado recursos da empreiteira Mendes Júnior para o pagamento de despesas pessoais. Renan reiterou que não pretende renunciar à presidência do Senado ao afirmar que não "arreda o pé" do cargo.

"Eu ontem disse que essa coisa de renúncia não fazia parte do meu dicionário. É mais do que uma questão gramatical. É uma questão de personalidade. Eu não permitirei que levem o Senado a uma crise institucional. Por isso, não arredarei o pé", enfatizou.

Cercado por jornalistas ao chegar ao Senado na tarde de hoje, Renan disse que não vai permitir que as denúncias contra ele "afundem" o Senado em uma crise institucional. "Eu não vou permitir que devassem a vida de senadores. Eu fiz questão de fazer as minhas provas, expus as minhas vísceras, mas as minhas, as dos senadores, eu não vou permitir. O Conselho de Ética não tem poderes para isso."

Apesar de nos bastidores se queixar da falta de apoio de integrantes do governo federal depois que a crise se agravou --incluindo o presidente Luiz Inácio Lula da Silva--, Renan negou que esteja abandonado. "Pelo contrário. O apoio que tenho recebido tem trazido muito conforto. As pessoas me telefonam, me procuram, falam da tribuna e sabem com convicção que eu não vou deixar o Senado numa crise institucional."

Renan reiterou que apresentou provas ao Conselho de Ética que comprovam sua inocência, mas evitou comentar os resultados da perícia da Polícia Federal que apontam irregularidades na sua documentação.

Ele disse que não está "preocupado" com o adiamento da votação do relatório no Conselho de Ética que o absolve das denúncias envolvendo a Mendes Júnior. Aliados de Renan temem que o adiamento piore a situação política do senador com a possibilidade de surgirem novas denúncias no caso.

"Eu não tenho nenhuma preocupação com a questão do prazo. O prazo era muito importante para que eu fizesse as provas. Eu já fiz as provas. A questão do prazo é questão do conselho", desconversou.

Chantagem

Renan também negou as especulações de que, nos bastidores, estaria chantageando parlamentares em troca de apoio. Parlamentares afirmaram que o presidente da Casa ameaçava revelar uma série de denúncias contra senadores que adotassem uma postura contrária à sua defesa.

"Ameaças, insinuações não fazem parte da minha personalidade. Quem me conhece, convive comigo, sabe muito bem disso", enfatizou.

Apontado como um dos supostos "alvos" da chantagem de Renan, o senador Demóstenes Torres (DEM-GO) disse que aqueles que "partem para a truculência têm mais chances de afundar".

Demóstenes tem sido, no Conselho de Ética, um dos adversários mais ferrenhos de Renan ao defender maiores investigações sobre o presidente da Casa. "Se ele realmente partiu para este caminho, tem o risco de afundar. Melhor esquecer o cangaço e se portar como presidente do Senado", disse.

 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página