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Renan diz que Senado não vai parar atividades em meio à crise
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GABRIELA GUERREIRO
da Folha Online, em Brasília
O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), disse nesta sexta-feira que não há risco de a Casa paralisar suas atividades, como vem ocorrendo nas últimas semanas, em meio à crise envolvendo seu nome.
Renan é acusado de usar o lobista Cláudio Gontijo, da Mendes Júnior, para pagar aluguel e pensão à jornalista Mônica Veloso, com quem o peemedebista tem uma filha.
O presidente do Senado disse que "não há risco de paralisia" e reiterou que não vai permitir que os trabalhos Legislativos sejam prejudicados pelo processo que tramita no Conselho de Ética da Casa contra ele.
"Não haverá crise institucional envolvendo o Senado. O Senado está funcionando normalmente. Não há risco de paralisia."
Renan alegou que o plenário votou duas MPs (medidas provisórias) esta semana --embora tenha ficado mais de 15 dias sem conseguir apreciar matérias.
A estratégia do presidente do Senado agora é retomar as atividades da Casa para tentar sair do foco da crise. Aliados do senador, que antes defendiam a votação imediata do relatório do caso Renan, agora querem postergar a votação na tentativa de esfriar a crise.
"Votamos duas MPs esta semana, estamos recebendo chefes de Estado, as comissões funcionam normalmente. Semana que vem votaremos mais MPs. O Senado vai ficar funcionando."
Questionado sobre o processo no Conselho de Ética e a possibilidade de o caso ir parar no STF (Supremo Tribunal Federal), Renan disse que está "tranqüilo, apenas cumprindo o seu papel". "Não é problema meu, não vou é permitir que o Senado entre em crise institucional. Não há mais o que explicar. Já apresentei todas as provas."
Relatoria
O presidente do Conselho de Ética do Senado, Sibá Machado (PT-AC), enfrenta dificuldades para encontrar um senador da base aliada disposto a ocupar a relatoria do processo contra Renan.
O impasse sobre o novo relator teve início depois que o senador Epitácio Cafeteira (PTB-MA) deixou o cargo, na última segunda-feira, alegando problemas de saúde. O senador Wellington Salgado (PMDB-MG) aceitou a função em meio a dificuldades de Sibá para encontrar um substituto, mas ficou apenas poucas horas na função. Salgado entregou na quarta-feira a relatoria depois que o Conselho de Ética adiou, mais uma vez, a votação do relatório no processo contra Renan.
Aliados do presidente do Senado trabalham para que a relatoria seja ocupada por um senador peemedebista, mesmo partido de Renan.
O líder do PMDB no Senado, Valdir Raupp (RO), se colocou à disposição para relatar o caso e o presidente do conselho não descarta aceitar o nome dele caso ninguém da base aliada se apresente para a relatoria. Sibá ressaltou, no entanto, que como Raupp é suplente da comissão deverá se tornar titular para ocupar o posto.
O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) também se colocou à disposição do conselho para relatar o processo contra Renan. Suplicy afirmou que não foi sondado por Sibá para a relatoria, apesar do presidente do conselho argumentar que nenhum governista ainda se ofereceu para a função. O senador disse que está pronto para cumprir a tarefa se for necessário.
Apesar de Suplicy integrar a base aliada do governo, no Conselho de Ética ele não é da chamada "tropa de choque" de Renan. O senador petista defende maiores investigações sobre o presidente do Senado depois que a Polícia Federal revelou indícios de irregularidades na prestação de contas da movimentação financeira de Renan.
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