Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
26/06/2007 - 15h16

Câmara investigará deputado acusado de mandar matar colega

Publicidade

RENATA GIRALDI
da Folha Online, em Brasília

O corregedor-geral da Câmara, Inocêncio Oliveira (PR-PE), afirmou nesta terça-feira que vai investigar as denúncias contra o deputado Mário de Oliveira (PSC-MG), acusado de ter contratado matadores profissionais para assassinar o deputado Carlos Willian (PTC-MG). Em um mês, as investigações na corregedoria devem ser concluídas.

Se concluir que há suspeitas de quebra de decoro, o corregedor remeterá o caso à Mesa Diretora da Câmara, que avalia o assunto e envia ao Conselho de Ética da Casa --que poderá abrir processo contra Oliveira para perda de mandato.

"A acusação é gravíssima. Será constituída uma comissão parlamentar, formada por cinco deputados, que terá de ouvir o Mário de Oliveira e elaborar um relatório sobre o caso", afirmou Inocêncio. "O deputado [Mário de Oliveira] terá, no máximo, cinco dias para se explicar."

Será a segunda investigação, aberta na corregedoria, contra Oliveira e envolvendo Carlos Willian. Em fevereiro, quando ambos tomaram posse, Willian acusou o colega de tê-lo agredido e ameaçado espancá-lo. O caso foi levado a Inocêncio, que tentou resolver o assunto estabelecendo um acordo entre os dois deputados.

"Não deu certo a tentativa de acordo porque Carlos Willian não aceitou", afirmou Inocêncio. "Agora serão dois processos anexados", disse ele.

Segundo Willian, as informações de que Oliveira teria encomendado sua morte a profissionais foram apuradas pelas polícias Federal e Civil. Ele soube das ameaças na última sexta-feira. Desde então, ele e a família estão sob proteção policial.

"Fui informado sobre tudo isso por um policial, do 7º DP de Osasco, que me contou que haviam desbaratado uma quadrilha de matadores", afirmou Willian. "A Câmara tem, sim, que investigar o caso, mas isso deveria ter ocorrido desde fevereiro", disse.

Outros casos

Inocêncio confirmou hoje que vai instaurar sindicâncias para investigar os três deputados acusados de envolvimento com a máfia que fraudava obras e licitações públicas, desmontada pela Operação Navalha, da PF (Polícia Federal).

Serão investigados os deputados Paulo Magalhães (DEM-BA) --sobrinho do senador Antonio Carlos Magalhães (DEM-BA)--, Maurício Quintella Lessa (PR-AL) --sobrinho do ex-governador de Alagoas Ronaldo Lessa (PSB)-- e Olavo Calheiros (PMDB-AL) --irmão do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL)--, citados nas investigações da PF.

Inocêncio disse que pretende concluir as investigações sobre os três parlamentares "o mais rápido o possível" em, no máximo, um mês. Em seguida, os casos podem ser arquivados ou enviados à Mesa Diretora e depois ao Conselho de Ética da Câmara.

O caso também será acompanhado pelo Ministério Público Federal. O procurador-geral Antonio Fernando de Souza começou a analisar parte das investigações. Se houver indícios contra os deputados, ele poderá pedir ao STF (Supremo Tribunal Federal) a abertura de inquérito contra eles, uma vez que parlamentares têm foro privilegiado.

 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página